Jornalismo de dados e investigação independente guiam trabalho da Agência Pública
Por Jorge Flávio Fernandes e Geraldo Calixto Jr. O jornalista mineiro Bruno Fonseca é o atual…
Por Jorge Flávio Fernandes e Geraldo Calixto Jr.
O jornalista mineiro Bruno Fonseca é o atual chefe de redação da Agência Pública, referência em jornalismo independente no país. Ele obteve o título de mestre e graduado em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e possui certificado em Data Storytelling pelo Insper e fez curso de jornalismo multimídia pela Thomson Reuters. Durante sua carreira na Agência Pública, recebeu prêmios como o Petrobrás de Jornalismo, Vladimir Herzog, República, MPT de Jornalismo, dentre outros.
Bruno é especialista em jornalismo de dados e a abordagem principal do seu trabalho na Agência Pública é a utilização de informações oficiais e fontes primárias, como os bancos públicos, garantindo assim a segurança da originalidade das informações.
Para isso, a Lei de Acesso à Informação (LAI) tem um papel essencial na construção desse processo, permitindo acesso fácil e ágil sobre informações relevantes e garantindo uma certa independência dos jornalistas em relação às assessorias de imprensa. Além disso, possui histórico bem sucedido no que diz respeito ao fact-checking, com uso da LAI para desmentir fake news, por exemplo.
Como exemplo do trabalho na Pública, Fonseca menciona matéria em parceria com a organização “Fique Sabendo” que obteve acesso a dados inéditos sobre herdeiras de militares acusados de crimes durante a ditadura. Em outra reportagem foi realizada uma pesquisa sobre a percepção dos brasileiros em relação à ciência e vacinas, ilustrando os dados de forma didática para tornar a matéria mais acessível.
Bruno ressalta a importância do design gráfico no jornalismo de dados, utilizando gráficos interativos e imagens ilustrativas para proporcionar uma experiência agradável ao leitor. Ele menciona um mapa interativo do Brasil que revela o número de casos de mortes por intoxicação por agrotóxicos em cada estado.
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Pública
Com abordagem centrada em dados e investigação independente, outro ponto central do trabalho é a segurança e transparência da informação no que se refere às fontes de informação. A Pública evita a utilização de matérias publicadas por outros veículos de comunicação, buscando desenvolver o seu próprio conteúdo, mas emprega referências de outras reportagens para embasar a própria pesquisa. Cresce o uso do podcast na plataforma, acompanhando novos formatos midiáticos.
Desta forma, as reportagens podem se transformar em documentários investigativos e filmes, disseminando resultados de análises de dados, a exemplo de canais como Vox, Netflix e Globoplay que empregam matérias guiadas por dados como base para a produção de documentários, compartilhando o conhecimento desenvolvido nas reportagens.
Para conseguir manter a sustentabilidade financeira, a Pública conta com o apoio de fundações que investem no jornalismo independente, além de doações e participação dos leitores por meio de vaquinhas realizadas em redes sociais. A Agência não veicula anúncios em suas páginas e depende da colaboração dos leitores por meio de um sistema de doações chamado “Aliados”. Estudantes têm a oportunidade de receber microbolsas: ao propor pautas podem receber apoio financeiro e técnico para produzir suas matérias.