Workshop integra matemática à ancestralidade africana e saberes culturais

**Workshop reflete sobre a integração entre matemática, ancestralidade africana e saberes culturais/Foto: Sabrina Sales**

Por Pedro Tunes e Maria Eduarda Carvalho

No terceiro dia do Novembro da Consciência Negra, realizado na Universidade Fumec, o Workshop Matemática Africanizada, ministrada pela professora doutora em Engenharia de Estruturas e coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Processos Construtivos da Fumec, Edna Alves Oliveira, foi um dos pontos altos da programação pela manhã.

Na oficina, Edna Oliveira propôs uma reflexão sobre a integração entre matemática, ancestralidade africana e saberes culturais, convidando os presentes a repensar o lugar do conhecimento científico em uma perspectiva diversa e inclusiva. “Nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou pra trás”, afirma a professora, citando o provérbio africano no início do evento, para reforçar a descolonização da visão eurocêntrica da matemática.

“A inclusão da temática africana nos currículos é um processo em construção, que parte do reconhecimento da Etnomatemática, passa pelas leis de valorização da cultura afro-brasileira e se consolida em práticas pedagógicas que integram saberes ancestrais, arte e ciência”, ressalta Edna Alves.
Segundo a professora, os jogos africanos auxiliaram no raciocínio lógico (adição e subtração). Como exemplo, citou o jogo da semeadura e colheita (mancala), cujo objetivo é colher mais sementes que o oponente, através de uma série de estratégias de semeadura. O jogo é conhecido por estimular o raciocínio lógico e a habilidade de contagem.

Os ideogramas de origem africana também podem ser utilizados, segundo Edna Oliveira, para falar sobre simetria, traçar eixos, e até hoje são usados na engenharia e arquitetura. Outro exemplo são as ocas, construções em formato de cone sobre um cilindro que também são figuras geométricas.