Ricardo Soares: “O Coletivo Periódico tem efeito cascata, influencia positivamente as pessoas”

Por Laura Mariano

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Ricardo Soares, uma das mentes por trás do Coletivo Periódico, é aluno de Jornalismo na Universidade Fumec, mas possui uma longa trajetória na profissão — antes mesmo de ingressar no curso. Coordenador da Juventude Unida dos Países de Língua Portuguesa – JUPLP, Soares conta um pouco sobre sua trajetória no jornalismo e como surgiu o movimento para aproximar as nações em projetos que promovem o diálogo, debate e o intercâmbio cultural. A juventude desses países representa 16,4% da população que fala a língua portuguesa.

Conecta: O Coletivo Periódico começou com o evento estudantil exclusivo para uma aula, mas agora se trata de um projeto. Qual a motivação para seguir com a ideia do Periódico?

RS: Nós percebemos que falta visibilidade para o jornalismo que não se compara à importância que a profissão tem para construção de um país e sociedade. A gente entende que, como um coletivo, podemos fazer coisas muito maiores do que um evento. É criar ações, projetos e outras questões que fortalecem o nosso desempenho estudantil – nos preparando ainda mais para o mercado de trabalho, com muito diálogo de forma plural, independente e abordando todos os alunos de Jornalismo da Universidade.

Conecta: Vimos que você tomou as rédeas do evento, organizou reuniões, entre outras coisas. Há alguma influência política na sua vida?

RS: Sim, desde novo, porque eu nasci já num ambiente muito político. Sou filho de duas pessoas militantes, de partido, e isso me fez ter esse contato desde criança. Por causa disso, sempre estive querendo participar das conversas, dos debates, das discussões… isso me fez levar o movimento estudantil desde novo: no ensino fundamental ao ensino médio, sendo representante de turma ou grêmio estudantil. São coisas que me basearam para as lutas que eu tomei para mim no fim da minha adolescência e início da vida adulta.

Conecta: Afinal, o que te motivou a ser um jornalista?

RS: Desde criança quis fazer Jornalismo. Sempre tive essa vontade e não sei exatamente o porquê, mas era o meu sonho. E com o caminhar da vida mudei um pouco de área… Fiz um período de Direito, sai. Quis fazer Relações Internacionais, Psicologia, Ciências Sociais, História… Mas a vida aos 22 anos me fez encontrar com aquele sonho antigo de ser jornalista. Além do que ter um irmão jornalista, que me motivou ainda mais a seguir em busca da profissão. O jornalismo também sempre foi muito importante antes de eu estudar, porque eu escrevia de forma independente sem imaginar que eu ia fazer o curso na Fumec. Há uns dois, três anos que eu escrevo pro portal RND, que é o primeiro portal de rap no Brasil e também escrevi por muito tempo no Norte Livre, que era um jornal associado ao portal UAI aqui de Venda Nova. E além disso, com 18 anos, cobri algumas manifestações de estudantes em Venda Nova para o Jornalistas Livres e para a Mídia Ninja.

Conecta: Há alguém que te inspire em ambos polos, tanto jornalístico quanto político?

RS: Jornalístico, que hoje é a pessoa que eu acredito que eu mais gosto da forma que faz o jornalismo, é a apresentadora do Estúdio I, Andréia Sadi. Gosto muito dela, é uma das pessoas que eu tenho mais referência. E político, eu sempre tive com o atual Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. De todo o trabalho que ele fez como Ministro da Educação, como prefeito de São Paulo e pela sua história acadêmica.

Conecta:  O Periódico não é o único coletivo que você faz parte, certo? Conte um pouco sobre os outros coletivos que você lidera!

RS: Além do Periódico (que é quase um neném, né, pelo pouco tempo de existência), eu participo e lidero outros coletivos. Aqui na região Venda Nova, sou um dos coordenadores da Brain, um coletivo cultural e social que há quatro anos fomenta a descentralização da cultura em Belo Horizonte e promove ações culturais, lazer e, principalmente, coloca as pessoas e os moradores como protagonistas da própria história da região. E também sou coordenador da JUPLP que visa fortalecer um intercâmbio cultural, união entre as nações a partir da juventude e representar milhões de jovens espalhados por 10 países diferentes e continentes diferentes.

Conecta: Como você se sentiu quando viu que o evento realmente ia dar certo, mesmo com o prazo curto e algumas complicações no andamento?

RS: Eu percebi que o evento ia dar certo a partir do momento que a ideia foi concebida! Porque as pessoas que estavam participando dessa construção e dessa organização são pessoas absurdamente incríveis e por isso que se chamam coletivo: porque é um trabalho de união de várias pessoas. A partir do momento que eu vi que a ideia surgiu, eu tinha certeza absoluta que o evento ia ser um sucesso, assim como os futuros, que eu tenho certeza que vão ser. Porque são competentes, ativas, preocupadas, têm uma criatividade enorme e isso é um efeito cascata… porque influencia os outros. Eu aprendo com todas essas pessoas e também divido qualquer coisa possível que vier positiva a partir do Coletivo Periódico.

Conecta: Há algum planejamento para a próxima ação do Periódico?

RS: Eu digo que há muitas coisas a se conversar, a se preparar… E acredito também que quando tivermos tudo organizado, as pessoas vão saber quais serão os nossos próximos passos. Mas o momento agora é de colocar as coisas no lugar, para a gente poder dar um impulso ainda maior.

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