Bairro São Francisco busca solução para coleta de lixo
Por Amanda Pereira, Ana Guedes,Maria Hortênsia e Stacy Nalini
O bairro São Francisco, localizado nas proximidades da região da Pampulha, enfrenta crise na coleta de lixo e na infraestrutura local. A remoção de diversas lixeiras forçou os moradores a descartarem seus resíduos em locais públicos, criando um cenário preocupante que afeta tanto o bem-estar urbano, quanto à saúde ambiental da região.
A situação na região apresenta preocupantes sinais de deterioração. Nas ruas, é comum encontrar animais, como cães e gatos, além de pessoas em situação de rua que, frequentemente, reviram os sacos de lixo expostos. Esse cenário resulta em um ambiente desordenado e insalubre, caracterizado pelo acúmulo de resíduos.
Gestão
O forte odor gerado pelos resíduos não é o único problema. Em dias de chuva intensa, a falta de adequada gestão de lixo pode levar a alagamentos, agravando a situação já precária da infraestrutura local. Essa realidade afeta tanto a qualidade de vida dos moradores, quanto a percepção do bairro como um todo.
Moradores já tentaram entrar em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e autoridades para buscar soluções para a crise, mas até o momento não obtiveram sucesso. Eles continuam procurando ajuda das instituições responsáveis para que ações efetivas sejam tomadas para restaurar a limpeza de sua comunidade, como explica a estudante de química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e residente do bairro, Caroline Alves.
Ela afirma que a coleta de lixo acontece três vezes por semana, mas um dos principais problemas é a falta de horário fixo. “Alguns dias, o caminhão de lixo passa por volta das 9h da manhã, e em outros pode aparecer só lá pelas 13h.” A estudante comenta que a falta de horário afeta a comunidade pois “durante esse tempo, o lixo fica exposto na rua, e muitas vezes cachorros ou moradores de rua acabam rasgando os sacos e espalhando tudo.”
Além disso, Caroline argumenta que não há lixeiras na calçada, obrigando os moradores a deixarem seus sacos de lixo no chão, poluindo ainda mais a rua. “Para piorar, o intervalo de sexta até segunda também, porque precisamos armazenar o lixo dentro de casa durante todo o fim de semana, o que atrai insetos e deixa o ambiente com um cheiro bem desagradável.” A estudante cita medidas que deveriam ser tomadas. “Seria ideal ter coleta todos os dias, mas sabemos que falta investimento do governo para isso.”
Meio ambiente
A especialista em Arquitetura e Urbanismo formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Ana Flávia Fonseca, pontua que o problema da disposição inadequada do lixo não se limita ao bairro São Francisco, na capital mineira. “A presença constante de resíduos sólidos é significativa em diversas cidades brasileiras.”
Ela informa que o descarte incorreto do lixo pode causar diversos danos à saúde pública e ao meio ambiente, entre eles a contaminação do solo, da água e do ar, o surgimento de criadouros de mosquitos transmissores de doenças, a obstrução do escoamento de água pluviais, causando enchentes e danos às estruturas urbanas, além do impacto visual, que colabora para a desvalorização dos bairros e cidades. “O problema gerado pelo descarte inapropriado de lixo no bairro está na inadequação de instrumentos e formas de coleta por parte do governo da cidade. ”