Corpo em movimento, mente sã

Por Ana Adolfo, Laura Mariano e Yasmin Mello

Reprodução: Banco de Imagens

Na busca incessante por métodos terapêuticos que transcendam as fronteiras convencionais, a dança emerge como uma poderosa ferramenta capaz de transformar vidas e promover o bem-estar emocional. A fusão entre movimento e expressão artística tem conquistado espaço notável na área da terapia pessoal, oferecendo abordagem inovadora que vai além das palavras.

As pressões da vida cotidiana podem se tornar esmagadoras e a terapia da dança surge como um refúgio, oferecendo um meio de expressar emoções, assim como curá-las. Profissionais da área de saúde mental e entusiastas da dança unem forças para explorar esses vínculos entre corpo e mente, reconhecendo o poder transformador desta forma de terapia.

Na medida em que a dança como terapia conquista seu terreno, fica evidente que os benefícios vão além do simples exercício físico. Ela se torna uma ferramenta de cura eficaz, oferecendo um caminho vibrante em direção à saúde mental e emocional. Este fenômeno emocionante está, sem dúvida, pavimentando o caminho para uma abordagem integrativa na busca pelo equilíbrio pessoal.

As Danças Circulares são uma das expressões artísticas que sempre esteve presente na história da humanidade, para refletir a celebração e união entre as pessoas. No Brasil, a partir da portaria n.849 de 27 de março de 2017, o Ministério da Saúde incorporou a dança circular e diversas outras terapias no quadro de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Na modalidade, pessoas de todas as idades são dispostas em círculos e realizam coreografias juntas. Dessa forma, cada participante coloca sua intenção e energia na roda, demonstrando o melhor de si.

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Katia Maciel de Oliveira, terapeuta e focalizadora dessa modalidade de dança, afirma: “A dança circular proporciona um trabalho em grupo, sem a perda da individualidade, do respeito, da solidariedade, já que o foco é aprender”. Ela conta que sua experiência com a dança terapia começou ainda no estágio, com crianças e jovens num projeto social.

Segundo especialistas em saúde mental e da dança, a atividade atua como uma válvula de escape para o estresse acumulado no dia a dia. Cezar diMariano, professor de dança de salão, afirma: “Todos os exercícios são importantes, mas a dança tem alguns combos, e o principal é a ocitocina: um hormônio de bem-estar”. A liberação de endorfinas durante a prática também contribui para a melhoria do humor, ajudando a reduzir sintomas de ansiedade e depressão.

De acordo com a pesquisa Dança de Salão: Motivos dos indivíduos que procuram esta atividade, realizada pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), 65% das pessoas entrevistadas responderam que o maior benefício da dança de salão está no prazer de dançar.

Gráfico: Laura Mariano

Outro aspecto relevante da dança é o social. A prática da dança muitas vezes acontece em grupos, promovendo a interação social e construção de vínculos. A interação com outras pessoas, e expressão do próprio corpo promove uma sensação de pertencimento a uma comunidade, o que pode ser especialmente benéfica para aqueles que enfrentam desafios na área da saúde mental, proporcionando um ambiente de apoio e compreensão.

A estudante de Jornalismo da Fumec, Gabriela de Castro, conta que as aulas de dança do ventre proporcionaram autoconhecimento e aumentaram sua autoestima. 

Gabriela em apresentação de dança do ventre: autoconhecimento e autoestima / Foto: Reprodução/Instagram

Entre as diversas modalidade de dança, seja ela não especializada na terapia, como balé, salsa, hip-hop, ou dança de salão, ou as especificamente voltadas como um meio terapêutico como a biodança e dança circular, há uma infinidade de estilos que podem se adequar aos diferentes gostos e preferências, o que torna a dança acessível a pessoas de todas as idades e níveis de habilidade, incentivando participação ampla e inclusiva.

Em um mundo onde a saúde mental se tornou preocupação central, a atividade vai além do físico, atingindo os recantos mais profundos da mente, seja como uma forma de terapia, exercício físico ou simplesmente como uma expressão artística. O professor de dança, Cezar diMariano, conta com exclusividade sua experiência com a dança no auxílio de transtornos mentais.

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