“Indícios” abre espaço para diálogo sobre relacionamentos abusivos

Organizadores do projeto “Indícios”/Foto: Iasmin Ferreira

Por Ana Clara Cabral e Pedro Tunes

Os alunos do 2º período do curso de Publicidade e Propaganda desenvolveram o projeto “Indícios”, como atividade da disciplina Comunicação e marketing, ministrada pelo professor e coordenador do curso, Sérgio Arreguy. O objetivo da iniciativa é conscientizar e dar voz às mulheres, mostrando que identificar os primeiros sinais de violência é o passo mais importante para se proteger.

Na última segunda-feira (29) os alunos organizaram uma roda de conversa, tendo como mediador o jornalista e professor Juliano Azevedo, e as palestrantes Carolina Freitas, coordenadora do curso de direito, e Paula Dias, coordenadora do curso de psicologia, para falar sobre violência contra a mulher.

Para abrir o diálogo sobre a urgência de identificação dos indícios de relações abusivas, o projeto baseia-se na experiência de Jessica Aronis que foi vítima de um relacionamento tóxico e decidiu contar a sua história para ajudar outras mulheres, bem como enfrentar o problema, esclarecendo a respeito do tema aos familiares e amigos e, assim, contribuir para a percepção dos sinais de que há algo errado acontecendo e como podem agir frente a essas situações que afetam recorrentemente a vida das mulheres.

No vídeo a seguir, a administradora de empresas, modelo e empresária busca a conscientização de mulheres e homens sobre o assunto e quer “dar voz e coragem para as vítimas denunciarem e saírem de relacionamentos abusivos”, conforme a apresentação da palestra disponível na plataforma TEDx São Paulo.

Segundo o Ministério das Mulheres no Brasil, em 2024, foram registrados 1.450 feminicídios e 2.485 casos de homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte, totalizando 41.309 mortes violentas entre 2015 e 2024. Já em Minas Gerais, em 2024, registrou 161 vítimas de feminicídios consumados e 248 tentativas. Em janeiro a setembro no mesmo ano, houve 108 casos, uma queda de 23,9% em relação a 2023.

Paula Dias, coordenadora do curso de psicologia

Durante a palestra, as convidadas alertaram sobre os sinais do relacionamento abusivo. Dias ressaltou a importância dos debates acadêmicos. “Ao abordar a violência contra a mulher, ampliamos a conscientização dos estudantes, desconstruímos preconceitos e promovemos reflexões que podem se transformar em ações concretas, tanto na vida pessoal, quanto profissional de cada um.”

Carolina Freitas, coordenadora do curso de direito/Foto: Gabriel Miranda

Já Freitas abordou a relevância dos cuidados da vitimização da mulher, até onde vão os limites da ética e moral de leis que ajudam e apoiam mulheres vitimas de violência. A aluna do segundo período de Publicidade e Propaganda, Luísa Macaron, valoriza a discussão na universidade. “Não é um assunto ensinado, não tem a consciência dos educadores e pais e é importante trazer o alerta sobre as pessoas com as quais a gente se relaciona, os indícios de um relacionamento abusivo”, observa Macaron.

Foto: Gabriel Miranda

A professora e coordenadora do curso de Direito, Carolina Freitas, ressalta o papel do Estado no que se refere a atuação da polícia militar.

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