104 de graça: aluna da FUMEC conta como foi pegar ônibus de Tarifa Zero

Por Ricardo Davidovsk

Júlia Rodrigues, aluna de jornalismo na Universidade FUMEC, não colocou a mão no bolso para embarcar na linha municipal 104, que percorre a Estação Lagoinha até a Av. Afonso Pena. Ela também não passou por catraca alguma. A gratuidade se deu através de uma ação organizada pelo Tarifa Zero, movimento que pede serviço de transporte gratuito e de qualidade para a população de BH. Batizada de “Busona Sem Catracas”, a iniciativa começou às 7h e foi até às onze da manhã dessa segunda-feira, dia 25.

“Foi uma experiência interessante”, falou Júlia. “O ônibus era bem simples, não tinha catraca e nem sinal. Pra descer precisava avisar o motorista. Tinha uma enorme faixa do lado de fora escrito ‘tarifa zero’. Não encheu muito. A organização panfletava na porta do 104 para o pessoal que subia na Afonso Pena perto do Café Palhares”.

“As pessoas que entraram timidamente estavam meio desacreditadas”, continua a estudante. “Ficavam perguntando: será que sobe até a praça Milton Campos? Quando vai partir? Uma mulher ria alto de felicidade e gritavam pela janela: é tarifa zero. Faz o trajeto do 104! Era um clima de alívio e felicidade muito grande. Ninguém em pé, amassado ou pendurado. Um alívio!”

Uma liminar garantida pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) na Justiça prevê que o preço dos bilhetes seja reajustado dos atuais R$4,50 para R$5,85. Já o Tarifa Zero defende transporte coletivo gratuito e que o serviço seja custeado pelo poder público, sob controle popular. Eles querem que os bilhetes sejam pagos por quilômetros rodados e não por número de passageiros.

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