Mediação debate Comunicação e Epistemologias Feministas

Por Isabella Ferreira e Vitória Figueiredo

A 38° Edição da Revista Mediação apresenta dossiê sobre o tema “Comunicação e Epistemologias Feministas”, reunindo artigos que discutem as contribuições feministas para o estudo da Comunicação. As epistemologias feministas mostram que, por muito tempo, a ciência e a filosofia foram dominadas por homens e não consideraram as experiências na perspectiva das mulheres. 

Com o objetivo de ajudar a enxergar o conhecimento de forma mais justa, as epistemologias feministas buscam incluir outras vozes, valorizando saberes que foram ignorados, como das mulheres e grupos historicamente silenciados.

A revista reúne publicação de 20 artigos  – 17 deles integram o dossiê e três a seção “Temas Gerais”, além de apresentar entrevista com Margareth Rago, uma das referências pioneiras nos estudos epistemológicos feministas no Brasil.

Dossiê

A editora da revista, professora da Fumec e doutora em Comunicação, Nair Prata, ressalta a importância da discussão do tema apresentado no dossiê. “Os artigos sobre ‘Comunicação e Epistemologias Feministas’ são uma oportunidade de contribuição para a construção de um conhecimento mais inclusivo, equitativo e crítico, promovendo a visibilidade e o reconhecimento da perspectiva feminista na comunicação.”

Professora do curso de jornalismo, Nair Prata e editora da Revista Mediação
Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com a editora, a escolha de abordar a perspectiva feminista se deve à crescente relevância do tema nos estudos em Comunicação, permitindo questionar e criticar a forma dominante de entender o conhecimento.

“O dossiê busca reunir contribuições fundamentadas nos saberes e fazeres feministas sobre a Comunicação, contemplando as dinâmicas do processo investigativo e o estudo dos objetos e sujeitos comunicativos”, afirma. 

Ela destaca ainda que as críticas feministas à ciência têm denunciado seu viés androcêntrico que coloca o pensamento masculino acima dos demais,“questionando pressupostos como a neutralidade de métodos e a objetividade das análises.” 

Na sua análise, essas críticas buscam apresentar alternativas. “Propõem o reconhecimento das subjetividades e a criação de práticas científicas que assumam compromisso com a transformação social a partir das relações de gênero.”

Nair enfatiza o impacto da publicação do tema para a comunidade. “A exploração deste tema pode contribuir para a construção de novos paradigmas e abordagens na comunicação, priorizando a experiência e o conhecimento das mulheres.”

Para a professora, a revista reúne pesquisadores de diferentes áreas “para um diálogo interdisciplinar e enriquecedor, gerando um impacto significativo na sociedade e contribuindo para a luta pela igualdade de gênero e pela justiça social.”

“Nossa expectativa é que o dossiê possa se tornar uma referência importante para futuras pesquisas sobre comunicação e epistemologias feministas, inspirando novos estudos e abordagens”, finaliza.

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