Roda de Conversa abre espaço de expressão e acolhimento mútuo
Por Ana Luiza Gustaferro
Nesta segunda-feira, 4, o Centro de Referência em Acolhimento e Inclusão (Cerai) convida a comunidade acadêmica para a Roda de Conversa, espaço de acolhimento e expressão guiado pela metodologia da Terapia Comunitária Integrativa (TCI). A proposta é criar um ambiente inclusivo onde os participantes possam compartilhar suas inquietações e histórias com uma escuta de respeito e empatia.
A roda será conduzida pelo professor e terapeuta, Juliano Azevedo, que traz a TCI como base para a conversa. A metodologia estimula a auto compreensão e o acolhimento mútuo, abrindo espaço para que as experiências partilhadas fortaleçam a resiliência de todos. Dessa forma, em conjunto, o grupo se apoia e se sente acolhido pelas vivências e sentimentos compartilhados, desenvolvendo o cuidado coletivo.
Terapia Comunitária Integrativa
A iniciativa do projeto surgiu da necessidade de oferecer aos alunos e colaboradores da Fumec um espaço onde todos possam falar e serem ouvidos. “O objetivo dessa roda é que os participantes possam perceber que, quando você coloca uma inquietação para fora, outras pessoas que também não falaram nada, percebem que elas também têm as mesmas inquietações e que, juntos, é possível ter uma solução” explica o idealizador do movimento. Sendo assim, os integrantes da roda compreendem que suas dificuldades e percepções não são vivências únicas, o que gera uma sensação de pertencimento e apoio comunitário.
A TCI, abordagem utilizada, foi desenvolvida pelo professor e psiquiatra cearense Adalberto Barreto e é uma prática reconhecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) , aplicada em centros de saúde como uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICS). O cearense defende que “cada um é doutor de sua história” e, ao compartilhar bagagens de vida e sensações, em um ambiente sem julgamentos. com escuta e reflexão, os participantes são encorajados a encontrar caminhos para o próprio bem-estar e autoconhecimento, transformando a experiência pessoal em aprendizado e cura.
Juntos somos mais fortes
O professor afirma que o evento será conduzido “com muita responsabilidade, com muita entrega, sem julgamentos”. Ele explica que a intenção é que o encontro “seja saudável, maduro, onde todos possam contribuir para o crescimento e a transformação pessoal de cada um”.
Segundo Azevedo, a confidencialidade é fundamental na TCI. “Existem regras que reforçam o respeito e a proteção do espaço compartilhado, como a de falar apenas sobre a própria experiência e nunca dar conselhos”, reforça. Para ele, esse protocolo garante que seja um momento seguro e inclusivo, onde os envolvidos possam se expressar de forma honesta.
A Roda de Conversa uma oportunidade para que estudantes, professores e funcionários da Fumec possam encontrar apoio, refletir sobre suas próprias inquietações e se sentir parte de uma comunidade que reconhece a saúde emocional e o respeito. Ao participar, cada um contribui para seu próprio desenvolvimento e satisfação psicológica e também para o fortalecimento do coletivo. “Quando buscamos nossa própria cura, o nosso entorno também se transforma”, observa o terapeuta. Para ele, o cuidado com a saúde mental deve ser um compromisso social e iniciativas como essa ajudam a construir uma espaço na universidade onde todos se sintam acolhidos e valorizados.