Podcast da Rádio Fumec  homenageia “Marias de cada dia”

Professor Juliano Azevedo, criador do podcast “Maria de cada dia”
Foto: arquivo pessoal

Por Vitória Figueiredo

O podcast Maria de cada dia é a nova atração da Rádio Fumec. Todos os dias, às 18h, o professor da Universidade Fumec, Juliano Azevedo, apresenta o programa sobre as histórias, dogmas e aparições das diversas Nossas Senhoras existentes, conforme a data do podcast diário. 

Cada episódio do programa será focado em uma Nossa Senhora, de acordo com os diversos nomes recebidos pela santa que, com diferentes títulos, referem-se à mesma personagem bíblica. As Nossas Senhoras dos primeiros episódios do programa, iniciado em 1 de outubro, foram Nossa Senhora de Nazaré, Nossa Senhora das Areias, Nossa Senhora do Terço de Barcelos, Nossa Senhora do Fetal, Nossa Senhora do Caminho, Nossa Senhora da Humildade e Nossa Senhora do Rosário. 

Apresentado pelo professor dos cursos de Comunicação Social da Fumec, o “Maria de cada dia” aprofunda informações relacionadas às Nossas Senhoras. 

“A origem da devoção às Nossas Senhoras, em quais cidades são veneradas, quais têm mais devotos, quais milagres elas fizeram, como são conhecidas”, explica Juliano. A santa do dia será homenageada a cada episódio: “Ao final, sempre vai ter uma oração vinculando essa história, virtude e homenagem.” 

Mariologia

A ideia de produzir um programa de rádio focado nas Nossas Senhoras surgiu a partir de estudos sobre Maria, chamados de Mariologia: “Estudei as referências que explicam porque Maria recebeu determinadas homenagens e vários nomes ao longo de 2000 anos”, explica. “De acordo com a Mariologia, Maria tem mais de 1000 nomes já registrados.”

Juliano participou de um mês de orações focadas em Maria e, em 2022, criou o “Brasil de Olhares”, perfil no instagram em que posta, diariamente, a história de uma Nossa Senhora. “Passei a contar a história de 365 Nossas Senhoras e a fazer uma oração específica para cada santa. Em 2023 e 2024, venho republicando essas histórias.”

‘Maria de cada dia’ é  voltado a pessoas religiosas e não religiosas: “Não é preciso, necessariamente, ser católico para ouvir o programa”, ressalta Juliano. “Os episódios são focados em pessoas que gostam de oração e sentem conexão com a fé, em quem tem interesse na filosofia e na história judaico-cristã.” 

Para Juliano, o podcast é importante devido à sua história familiar e à relevância de Nossa Senhora.

Pluralidade

O programa “Maria de cada dia” faz parte da programação de podcasts da Rádio Fumec. A professora Nair Prata, coordenadora do laboratório de Rádio, afirma que a veiculação de podcasts pela emissora, como o apresentado pelo professor Juliano Azevedo, expressa a pluralidade. 

“A Rádio Fumec é plural. Ela tem que buscar veicular programas diferentes, que atendam a todos os públicos”, ressalta. De acordo com Nair, a emissora objetiva incluir a participação das pessoas na programação, “para que elas criem e apresentem conteúdo de acordo com seus interesses e especificidades.”

Além do “Maria de cada dia”, outro podcast exibido pela rádio é o “Vida Louca, Mente Sã”, apresentado semanalmente pela psicanalista Rebeca Vilela, com entrevistas sobre saúde mental. 

Leia também: Podcast sobre saúde mental abre programação da rádio Fumec 

Nair pontua que a Rádio Fumec está aberta a transmitir mais programas: “Estamos recebendo quem tem interesse em produzir e apresentar seu podcast”, convida. “Todos os temas que são de interesse da comunidade universitária são bem vindos.”

A professora detalha sobre as temáticas abordadas na programação e a importância da participação da comunidade.

Como ouvir 

O podcast pode ser acessado no site Conecta,  Segundo Juliano, há planos de lançá-lo, também, em outras plataformas de áudio, como spotify, deezer e youtube.

Divulgação do podcast apresentado pelo professor Juliano Azevedo, “Maria de cada dia”.
Foto: Rádio Fumec/Nair Prata

NOSSAS SENHORAS:

Nossa Senhora de Nazaré: 

Nossa Senhora de Nazaré
Foto: Arquidiocese Salvador

O primeiro episódio do podcast será dedicado à Nossa Senhora de Nazaré, celebrada no segundo domingo de outubro. De acordo com o site Cruz Terra Santa, São José, pai adotivo de Jesus, teria esculpido uma imagem de Maria. A escultura foi levada para a Espanha e, depois, para Portugal. 

A imagem foi escondida por Frei Romano em uma gruta, onde ficou por mais de 400 anos. Após ter sido descoberta por pastores, em 1182, Nossa Senhora de Nazaré voltou a ser adorada. 

Um milagre atribuído à Nossa Senhora de Nazaré envolve a história de um cavaleiro que, ao caçar em um dia de nebulosidade, não viu que se aproximava de um precipício. O cavaleiro pediu pela proteção de Nossa Senhora de Nazaré. O cavalo parou e o homem saiu ileso. A vila onde o cavaleiro foi salvo passou a se chamar Vila de Nossa Senhora de Nazaré. 

Uma tradição cultural relacionada à santa é o Círio de Nazaré, que acontece em Belém do Pará. Iniciada em 1793, a festividade atrai mais de 2 milhões de pessoas, que, no segundo domingo de outubro, realizam procissões a pé, em carros, motos e barcos. 

Nossa Senhora Aparecida

Nossa Senhora Aparecida 
Foto: Site Católico

Padroeira do Brasil, apareceu em Outubro de 1717, na cidade de Paraíba do Sul, em São Paulo.  Após dificuldades em conseguir pescar peixes, pescadores pediram ajuda à Nossa Senhora. Logo após o pedido,  eles pescaram a cabeça e o corpo da imagem de Nossa Senhora da Conceição, segundo o site Correio Braziliense. 

Peixes lotaram o rio, e os pescadores tiveram sucesso em sua tarefa. Pela aparição, foi acrescido o termo “Aparecida” ao nome da santa, que passou a ser conhecida por “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”. 
A padroeira do Brasil possui uma basílica própria: o Santuário Nacional de Aparecida, visitado, anualmente, por milhões de devotos: de acordo com dados do santuário, divulgados pelo portal G1,  mais de 8 milhões de fieis estiveram na basílica em 2023.

Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida
Foto: Robison Camargo/Wikipédia

Nossa Senhora da Piedade:

Nossa Senhora da Piedade
Foto: Santuário Nossa Senhora da Piedade

Inspirada na escultura renascentista de Michelangelo, “Pietá”, a imagem de Nossa Senhora da Piedade mostra Maria com Jesus morto em seus braços. Possui sete estrelas, que fazem referência às sete dores que Nossa Senhora vivenciou ao longo de sua vida. 
Segundo o site Vida Pastoral, em 1760, Nossa Senhora da Piedade teria aparecido para duas meninas que passavam pela Serra de Caeté, no município de Caeté, em Minas Gerais. Mudas, elas teriam sido curadas após verem a santa. Por sua piedade e pelo milagre realizado,  passou a ser chamada de “Nossa Senhora da Piedade”.

Nossa Senhora da Ternura:

É inspirada em uma imagem em que Nossa Senhora é retratada com o rosto muito próximo ao do Menino Jesus, como publicado pelo portal Aleteia

Nossa Senhora da Ternura
Foto: Site Movimento da Transfiguração

Nossa Senhora do Desterro:

Segundo o site da Diocese de Jundiaí, o  título “Nossa Senhora do Desterro”  tem origem na fuga que Jesus, Maria e José precisaram realizar para o Egito, devido à ordem do rei Herodes para assassinar os meninos de até dois anos. Desterro é sinônimo de exílio. Nossa Senhora do Desterro homenageia os indivíduos que precisam deixar seu país devido a guerras ou à procura de melhores oportunidades de vida.

Nossa Senhora do Desterro
Foto: Gentile da Fabriano  – Domínio público

Nossa Senhora de Kibeho

Nossa Senhora de Kibeho
Foto: Arquidiocese de Vitória

Nossa Senhora de Kibeho

Segundo o site Aleteia, Nossa Senhora de Kibeho teria aparecido para três adolescentes, em Ruanda. Na língua nativa do país, a santa teria avisado sobre o próximo massacre que aconteceria no território. O genocídio em Ruanda aconteceu em 1994, 10 anos após os relatos da aparição de Nossa Senhora de Kibeho. Conforme a BBC, 800 mil pessoas foram assassinadas no conflito.

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