Karla de Souza: “Trabalho em equipe faz total diferença para pós operatório”
Por Júlia Garcia, Ketlen Luiza, Klara Giovanardi, Nitiele Freitas e Miguel Lobato
No universo da cirurgia plástica, a busca por uma estética aprimorada, muitas vezes, é acompanhada pela necessidade de uma recuperação cuidadosa. A fisioterapia tem papel importante no processo pós cirúrgico, por meio de abordagens personalizadas e cuidados específicos.
O Conecta conversou com a fisioterapeuta Karla de Souza. Pós-graduada em dermato funcional e pós-operatório, a profissional explicou sobre as contribuições da fisioterapia para a recuperação física e emocional dos pacientes que buscam por transformações estéticas.
Leia a seguir entrevista sobre o assunto com Karla de Souza.
Conecta: Quais os benefícios da fisioterapia no processo de pós-operatório das cirurgias plásticas?
Karla de Souza: A fisioterapia ajuda a minimizar o processo inflamatório, traz conforto e bem estar para o paciente. Ela é essencial à realização de manobras de terapias manuais, para ajudar no resultado final da cirurgia e na prevenção de complicações cirúrgicas.
Conecta: Como uma fisioterapia personalizada pode auxiliar no pós-operatório de cirurgias plásticas ?
KS:. Cada cirurgia e cirurgião apresenta uma técnica cirúrgica. Para uma fisioterapia personalizada, o fisioterapeuta precisa não só estar alinhado com o cirurgião, mas, também, com a cirurgia. Uma fisioterapia personalizada é essencial, pois cada cirurgia plástica apresenta desafios específicos. O trabalho em equipe faz total diferença para um pós operatório de excelência, que priorize sempre o paciente.
“Uma fisioterapia personalizada é essencial,
pois cada cirurgia plástica apresenta desafios específicos”
Conecta: Existem abordagens específicas para lidar com a dor após procedimentos estéticos?
KS: Sim. Técnicas de transferência linfática manual, massagem terapêutica e exercícios específicos podem ser incorporadas para promover a circulação linfática, reduzir o surto e aliviar a dor, proporcionando um conforto maior ao paciente. Fatores externos podem ocorrer e prejudicar a cirurgia do paciente. Por exemplo, o manejo dos pacientes com a incisão cirúrgica e a evolução de uma necrose (morte do tecido por falta de nutrição sanguínea). Nestes casos, temos que agir de forma diferente. Um recurso a ser utilizado pela fisioterapia é a eletroterapia: utilizamos o laser de baixa potência para melhorar a irrigação sanguínea e nutrir o tecido.
Conecta: Em que momento pós-cirúrgico é mais indicado iniciar a fisioterapia e por quê?
KS: Costumo dizer que desde a consulta pré-operatória, onde se inicia a jornada do paciente. Vamos conhecer o histórico dele, sanar todas as dúvidas e alinhar as condutas do pós-operatório. Após esse primeiro momento, iniciamos o primeiro atendimento no bloco cirúrgico. Outro momento é logo após o fim da cirurgia, com a aplicação do Tape Mecano Modulador, que é uma bandagem elástica aplicada de forma estratégica para diminuir o processo inflamatório, proporcionando uma recuperação mais rápida e evitando complicações pós-cirúrgicas. O paciente irá permanecer com esse Tape por 7 dias, em média. Depois, retiramos o Tape.
“Técnicas ajudam a prevenir a formação de aderências, melhoram
a elasticidade dos tecidos e promovem cicatrização mais eficaz”
Conecta: A fisioterapia pode contribuir para a melhoria da cicatrização e redução de possíveis complicações?
KS: Com certeza. A fisioterapia desempenha um papel fundamental na melhoria da cicatrização e na redução de complicações. Técnicas como massagem cicatricial, mobilização técnica e exercícios específicos ajudam a prevenir a formação de aderências, melhoram a elasticidade dos tecidos e promovem uma cicatrização mais eficaz. Além disso, logo após a finalização da cirurgia, começamos a fisioterapia, com aplicação do Tape intra-operatório. Essa aplicação proporciona um pós-operatório mais seguro, ou seja, com menos dor, menos inchaço, menos equimoses (roxos), mais controle dos movimentos e, consequentemente, uma recuperação mais rápida.