Educação positiva prioriza autoconfiança infantil
por: Laura Mariano e Yasmin Mello
“Apanhei e sobrevivi”. A fala popular que contradiz o método da educação positiva perde o sentido quando o Brasil registra 673 casos de violência graves contra crianças de até 6 anos por dia, segundo o Núcleo Ciência pela Infância. A agressão, combinada com estresse e outras mazelas, pode impactar negativamente a autonomia do humano por todo seu crescimento, tendo em vista que uma criança, diferente de um adulto, não tem controle sobre as suas emoções e ainda não compreende o que é “certo” e “errado”.
A educação positiva afasta-se da agressividade, para focar em um método de comunicação mais empático, além de incentivar a criança a refletir sobre o seu próprio comportamento. Isso significa que os pais e educadores que se adaptam a essa prática estabelecem uma conexão emocional com as crianças, demonstrando amor, carinho e empatia.
Priscila Coelho e Renê Machado, pais de duas crianças, relatam que tentam alinhar o possível da realidade dentro do que é indicado na educação positiva na criação da filha mais velha, a Clara (3).
Priscila afirma que o modelo educacional ajudou no desenvolvimento da filha: “Quando a gente observa outras crianças da mesma idade, a gente percebe que ela tem uma certa desenvoltura”.
Segundo Eliana Fialho, psicanalista com especialização em Neurociência e Psicologia Positiva em Desenvolvimento, crianças e adolescentes não possuem a regulação emocional de adultos, tendo em vista que o córtex pré-frontal — central de controle do cérebro — não está formado até aos 20 anos. Agressão, castigo e outras penalidades “adultas”, quando aplicadas em crianças, não gera respostas, apenas traumas e ainda mais dúvidas sobre moralidade e o que é certo e errado.
Ela observa que, ao adotar essa abordagem, os pais e educadores podem criar um ambiente que nutre o potencial das crianças e as prepara para se tornarem adultos felizes, equilibrados e socialmente conscientes.