Pianos pela Cidade: “Play me, I’m Yours” em BH

Por Henrique Gil e Ricardo Soares

Piano customizado para o projeto que busca democratizar o acesso a instrumentos musicais / Foto: Espaço de Cultura e Arte/Divulgação

O projeto internacional “Play me, I’m Yours”, ou “Toque-me, sou teu” em português, é promovido pelo Espaço de Cultura e Arte (ECA-BH) e busca democratizar o acesso a instrumentos musicais e à cultura. A iniciativa traz a Belo Horizonte seis pianos customizados por artistas visuais, que estarão expostos em diversos pontos da cidade e disponíveis para qualquer pessoa que queira interagir com o instrumento.

Sucesso em mais de 60 cidades como Nova York, Tóquio, Xangai e Cidade do México, “Play me, I’m yours”, criado pelo artista britânico Luke Jerram, tem espalhado os encantos da música e das artes visuais pelas ruas mundo afora. Desde 2008, por onde passa, o projeto convida artistas visuais para fazer de pianos as telas para suas obras de arte. Depois de customizados, os instrumentos são levados para locais públicos como praças, parques e estações de trem, ficando disponíveis para quem quiser tocá-los. Um documentário exibido no festival de cinema sem fronteiras em Londres em 2010 mostra como o projeto é capaz de criar essa interação entre a arte, as pessoas e os instrumentos.

Lançado no dia 19 de outubro, a primeira edição do projeto em terras mineiras conta com seis artistas expoentes das artes plásticas, arte urbana e do design já conhecidos pelo público: Raquel Bolinho, Rogério Fernandes, Vinilcius, Davi DMS, Marcus Paschoalin e Bernardo Sek. Os pianos customizados pelos artistas estarão disponíveis para o público de 22 de outubro a 12 de novembro e poderão ser encontrados e tocados em seis locais da capital: na Rodoviária, no Centro de Belo Horizonte; no Mirante do Museu, na lagoa da Pampulha; na Praça da Liberdade; no Hospital Luxemburgo e nas estações de metrô São Gabriel e Eldorado.

Raquel customiza piano: valorização do do grafite na promoção da cultura em BH / Foto: Espaço de Cultura e Arte/Divulgação

A artista urbana, Raquel Bolinho, disse ter ficado muito feliz com o convite e contou um pouco da experiência de participar do projeto: “É interessante por vários motivos, você tem que pensar uma forma diferente de encaixar o desenho e pensar como que as pessoas que vão ver aquilo, vão interagir com o seu desenho, como que as pessoas que vão tocar o piano vão interagir com ele. Então você tem outros desafios ali na hora de criar o desenho, mas eu achei super legal”.

Raquel falou também sobre a união da arte e da música e a importância da valorização do grafite na promoção da cultura em BH.

O músico mineiro, Tio Capone, comentou a iniciativa do projeto de popularização de instrumentos musicais e como esse tipo de ação proporciona além da interação, a oportunidade de acesso a esse tipo de equipamento.

Ao final do projeto, os pianos serão doados às instituições: Associação Querubins, Casa Sr. Tito, Casa de Apoio Beatriz Ferraz, ECA – Espaço de Cultura e Arte, Instituto Mano Down e Instituto Mário Penna.