Simone retorna a BH para comemorar 50 anos de carreira

Turnê “Tô Voltando” esteve em cartaz pela primeira vez  na capital em maio

Por Pedro Oliveira

Com o teatro do Palácio das Artes lotado, Simone presenteou os fãs mineiros com mais uma apresentação da sua turnê “Tô Voltando”, na última sexta-feira, 29. A cantora comemora meio século de carreira, iniciada em 1973, com seu primeiro álbum batizado com o nome da artista. Esse foi o segundo show de Simone em Belo Horizonte. O primeiro ocorreu em maio, no mesmo local e, novamente, com ingressos esgotados. 

Aos 73 anos, esbanjando vitalidade e alegria, Simone subiu ao palco com um pequeno atraso e logo entoou “Tô Que Tô” (Kleiton e Kledir, 1982). Com a voz grave e forte, quase idêntica àquela do início da sua trajetória artística, a cantora seguiu a trilha da noite com outros hits que permanecem na memória de seu séquito. “Yolanda” (Chico Buarque, 1999), “Começar de Novo” (Ivan Lins, 1979), “Sangrando” (Gonzaguinha, 1980) e “Ex-Amor” (Martinho da Vila, 1981) não ficaram de fora do roteiro. 

“Divina Comédia Humana”, de Belchior, foi um ineditismo. “Não acreditei que ele tivesse feito a música para mim”, disse ao contar para o público sobre a canção que o rapaz latino-americano havia composto para que ela gravasse, mas que ficou de fora de seu álbum “Face a Face”, de 1977. Simone reverenciou músicos mineiros como Milton Nascimento, de quem interpretou “Cigarra”, canção que, inclusive, conferiu-lhe  o codinome homônimo, e “Encontros e Despedidas”. O cantor Lô Borges, parceiro de Bituca, estava na plateia. 

A banda, formada por músicos jovens, foi outro destaque da apresentação. “É meu jardim de infância”, brincou Simone ao apresentar Chico Lira (teclados), Felipe Coimbra (guitarra e violão), Frederico Heliodoro (baixo), Ronaldo Silva (bateria) e Vanderlei Silva (percussão). O cenário, de responsabilidade de Zé Carratu, que aludia à asa de uma cigarra, junto aos figurinos brancos e com brilho, reforçaram a marca registrada de Simone em cena.

Em duas horas de espetáculo, a cantora permaneceu o tempo todo em pé, movimentando-se pelo palco e interagindo com o público que, emocionado, ao final da apresentação, aglomerou-se para tentar chegar perto da cantora e garantir uma das rosas que foram dadas à plateia. Um dos 1.500 presentes ergueu uma faixa que dizia ter o sonho de tirar uma foto com a cantora. Simone, prontamente, o atendeu. Indubitavelmente, a Cigarra “armou o coreto” e, a depender de seus fãs, pode voltar sempre que quiser.