Marcus Pestana: “Corrupção é problema de polícia, promotor e juiz”

Por Larissa Figueiredo

Foto: Heloísa Ramos/ Laboratório de Fotografia

Marcus Vinícius Caetano Pestana da Silva é o candidato ao governo de Minas pelo PSDB. Professor, economista e mineiro, natural de Juiz de Fora, Pestana tem 62 anos e 40 anos de vida pública, é um dos fundadores do partido, pelo qual foi eleito em 2006 deputado federal. O político também foi Secretário de Saúde no governo Aécio Neves (PSDB) e foi Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente em 2002.

Nesta segunda-feira, Marcus Pestana abriu os debates na Universidade Fumec sobre política e democracia. O candidato falou sobre temas como desigualdade social, meio-ambiente e corrupção. Em uma de suas falas, afirmou seu apoio ao candidato Aécio Neves, também do PSDB, uma figura emblemática nas investigações da operação Lava-jato, Pestana declarou: “Corrupção é problema de polícia.” Confira a entrevista na íntegra:

Conecta: Candidato, na gestão atual, o governador dialoga pouco com os movimentos sociais. Na distribuição das verbas de reconstrução e compensação ao estado de Minas, pagas pela mineradora Vale, os membros do Movimento dos Atingidos por Barragem não foram consultados. Como o senhor pretende conversar com essas camadas se eleito?

MP: Uma das diferenças entre a minha candidatura e o atual governo é a falta de diálogo, não dialogam com as polícias, nem com a prefeitura de Contagem e com a Assembleia de Minas. Nunca houve um governador que não construiu maioria na Assembleia. (…) Eu surgi dos movimentos sociais, eu fui presidente do diretório central dos Estudantes Assembleias com 2.000 a 2.500 estudantes. Eu cresci no meio do diálogo coletivo e sempre, em todos os lugares que ocupei o poder, negociei e dialoguei com todos os movimentos, mesmo aqueles divergentes.

Conecta: Falando em mineração, a Vale pretende desativar todas as barragens com estrutura a montante até 2035. Se eleito, como será fiscalizado este processo?

MP: Fortalecendo o sistema ambiental. Nós temos uma legislação ambiental muito adequada que foi feita nos governos do PSDB, não é um problema de marco normativo, é um problema operacional. A situação do Estado não é nada fácil, porque o dinheiro é curto. Nós precisamos de recursos humanos e estrutura para que a fiscalização possa ser procedida, mas é preciso também parcerias com a agência de mineração e órgãos ambientais do governo Federal e dos municípios onde há mineração.

Conecta: Quais são os riscos do cenário da dicotomia política em que a corrida eleitoral pelo executivo federal se encontra atualmente?

MP: Política é polarização por definição, mas o problema está na qualidade da polarização…Tem várias amizades sendo desfeitas. Como professor, eu recomendo três livros: “Por Que as Democracias Morrem”, “Por Que as Nações Fracassam” e ‘’Os Engenheiros do Caos”. (…) Nos Estados Unidos, um dos berços da democracia, 50% dos habitantes temem uma guerra civil na próxima década. A polarização nefasta, destrutiva, é um fenômeno global. Eu temo muito um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o MST se encontrando nas estradas com o Agro Radical, a turma do Boulos lá no Rio, caminhoneiros se encontrando com a CUT. Nós já tivemos um evento nefasto, uma morte lá em Foz do Iguaçu por conta desta polarização.

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