O Gastrobar está situado no coração de Belo Horizonte, Parque Municipal. Com um cardápio variado e um ambiente acolhedor. Para saber mais, confira matéria completa no Jornal O Ponto.
Cultura
Maria Julia Coelho
Criatividade e tradição se encontram no trabalho de designers de moda da cena mineira. Cibelle de Paula, por exemplo, tem uma trajetória que une o aprendizado familiar ao desejo de inovar e trouxe para o evento Minas Trend, em outubro deste ano, coleção baseada no resgate de técnicas de tapeçaria e a alfaiataria.
Ela fundou a marca Realiser em 2015, fruto do desejo de transformar o conceito de vestuário, e o resultado são peças que não apenas vestem, mas contam histórias de resgate cultural e dedicação ao trabalho manual. “Foi criada quando eu fiz o primeiro protótipo, um casaquinho de número 38, que parecia um bolero, e tudo com consultoria de Terezinha Santos, responsável aqui pelo evento. Ao contrário dos vestidos de festa e moda tradicional, eu quis fazer algo diferente”, relata.
“Foi daí que pensei pensei: o corpo tem contornos e o tapete é uma placa reta, então como eu faria para um tapete vestir um corpo?” A designer mudou a gramatura da tela e a torção da linha de bordado: “a linha de tapete tem uma torção a mais e, dessa forma, o bordado fica muito grosso, não iria costurar na máquina”. E chegou a uma pesquisa de um ponto mais coeso para poder aplicar no vestuário.
“Uma peça comprida ou uma peça longa demora uns seis meses para poder bordar. Não é algo que se vende em atacado, é 90% de bordado manual, é tão artesanal que tem que ser feito para uma pessoa específica, para um corpo específico, então, para cá, eu tive que ter um tempo de maturação de bordados para poder trazer”, explica.
A coleção traz o conceito de remontar, totalmente artesanal. “É um trabalho trazido do período colonial do Brasil e ele foi esquecido durante uma temporada, mas para resgatar bordado ele tem que ser ensinado”.
Sustentabilidade
A estilista Iaskara Oliveira também destaca peças autorais, combinando sustentabilidade e inovação. Feitas a partir de papel reciclado, derivado de sacos de cimento e fibras de bananeira, as peças de Iaskara também se destaca pelos processos manuais e de tingimento natural. Suas criações, com forte identidade visual, são resultado de um trabalho que explora as possibilidades do papel como matéria-prima na moda, criando peças que são, ao mesmo tempo, sustentáveis e impactantes, como explica a estilista.
Diversidade
Ao longo dos anos, o evento de moda Minas Trend tem se consolidado como um dos maiores do Brasil e, com isso, vem a responsabilidade de abordar temas que refletem a realidade social e cultural do nosso estado. A pauta da inclusão e diversidade é central nesse contexto da moda, e o evento tem mostrado sinais de evolução, ainda que com passos lentos. A inclusão de modelos plus size, por exemplo, representa um avanço, mas ainda há uma longa jornada até que a diversidade esteja plenamente refletida em nossas passarelas e na indústria como um todo.
A presença de modelos trans, pessoas com deficiência, e diferentes expressões corporais e de gênero ainda é escassa, e isso limita a capacidade do evento de se conectar com o público mais jovem. Diversificar a representação nas passarelas significa celebrar a pluralidade de corpos e histórias, tornando o evento mais inclusivo e relevante para todos.
Confira a opinião das influenciadoras de moda Amanda Reblin e Jean Sarnaglia que observam o que falta, na perspectiva da diversidade, no Minas Trend, e como o evento pode avançar em relação a essa pauta.
Conecta: Vocês têm visto essa diversidade sendo pautada e refletida nos desfiles?
J.S.: Acho que não, ainda faltam modelos trans na passarela. Pela magnitude do evento, é muito importante que essa diversidade seja aplicada, mesmo que aos poucos.
A.R.: A gente já teve ali um desfile plus size, uma coisa que não tinha antes, mas aumentar ainda mais essa diversidade seria muito interessante para o Minas Trend chegar a mais públicos.
Então, vocês acreditam que a diversidade ainda é um ponto a ser trabalhado no evento?
A.R.: Sim, falta incluir mais gente de todos os tipos. A gente espera ver nas próximas edições cada vez mais diversidade de pessoas aqui na feira para ficar ainda melhor.
Conecta: E sobre a moda mineira? Vocês consomem?
A.R.: Gosto muito, acho que a moda mineira tem um ‘quê’ mais chique, trabalha muito com pedraria, tecidos nobres, mix de tecidos. Sinto que aqui posso me montar, me vestir à vontade, é um estilo bem interessante. A demanda por mais inclusão e representatividade nos mostra que a moda não é só sobre o que se veste, mas também sobre quem veste. O futuro do Minas Trend certamente será mais brilhante ao refletir a riqueza e diversidade das pessoas que fazem a moda acontecer.
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Com a chegada das festas de fim de ano, a Casa Fiat de Cultura, localizada no Circuito Cultural Praça da Liberdade, oferece uma programação especial para celebrar o espírito natalino. O evento “Ateliê Aberto – Especial de Natal: Enfeites com Chita e Renda”. Saiba tudo sobre o evento no Jornal O Ponto.
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A exposição dos cliques e demais obras de Hiromi Nagakura tomam conta do CCBB de Belo Horizonte neste mês de outubro, do dia 02/10 ao dia 30/11. Para mais informações, confira a matéria completa no Jornal O Ponto.
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Por Débora Andrade e Lívia Oliveira
A utilização de vagas reservadas para vans escolares nas proximidades das escolas tem gerado transtornos e comprometido a segurança dos alunos. Motoristas e monitores relatam ausência de fiscalização e ocupação indevida dos espaços de embarque e desembarque, expondo as crianças a riscos.
Profissionais do transporte escolar pedem mais fiscalização e medidas que garantam segurança no embarque e desembarque dos alunos, em especial, nos horários de pico, quando o congestionamento em frente às escolas é mais intenso.
Desafios
Wadya Aparecida, monitora de van há 8 anos, aponta a falta de vagas e fiscalização como as principais dificuldades enfrentadas pelos motoristas escolares. “Sem vagas nas portas das escolas, fica difícil o embarque e desembarque das crianças, porque transportamos crianças de 2 a 15 anos e temos que garantir o máximo de segurança para elas. Não podemos atravessar as crianças para não afetar a segurança de todos”, explicou Wadya, destacando a responsabilidade que os profissionais têm sobre a segurança dos alunos.
Diálogo
O motorista de van escolar, Nicélio de Aguiar, sugere a instalação de câmeras para monitorar o uso das vagas. “As vagas existem, mas são utilizadas de forma errada. Deveriam ser usadas apenas para desembarque e embarque, e não para estacionamento”, argumenta.
Ele lamenta a falta de diálogo entre os motoristas e poder público. “Pagamos taxas e tributos, somos fiscalizados, mas não temos voz ativa.” O motorista defende que a fiscalização seja intensificada, aplicando multas para quem estaciona de forma irregular nessas áreas. “Deveria multar quem usa indevidamente essas vagas. Falta fiscalização e controle.”
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A Região Centro-Sul passará por mudanças na sua infraestrutura de transporte com o anúncio da construção de 50 quilômetros de novas ciclovias e melhorias no transporte público. Confira matéria completa no Jornal O Ponto.
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Foto: Site Revista Mediação
Por Isabella Ferreira e Vitória Figueiredo
A 36° edição da Revista Mediação apresenta dossiê sobre o tema “Alfabetização Midiática e Comunicação: cidadania e segurança digital na Educação”, trazendo conjunto de artigos sobre a educação midiática, isto é, a promoção de competências que possibilitem o uso do ambiente digital e midiático de maneira criteriosa.
A edição (janeiro/junho de 2024) trata da alfabetização midiática e comunicação, com ênfase na cidadania e na segurança digital no âmbito educacional. Mediação publica também entrevista com Bernadete A. Gatti, titular da Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica da Universidade de São Paulo (USP), sobre os desafios enfrentados pela comunicação e a educação.
Mediação
A Revista Mediação visa a socialização do conhecimento científico, por meio da divulgação de trabalhos acadêmicos, como artigos e dossiês de diversas áreas do conhecimento. Algumas delas são comunicação e sociabilidade, comunicação, política, ética e cidadania, comunicação especializada e organizacional, jornalismo comparado, comunicação e marketing, jornalismo esportivo, fotografia, cinema, vídeo arte, música, arte digital, web-art, inteligência artificial e publicidade.
A editora do periódico, professora doutora Nair Prata, explica que a Mediação, como revista científica, “desempenha um papel fundamental na disseminação e no avanço do conhecimento em suas áreas de abrangência”. Para a profissional, a revista gera discussões sobre assuntos de relevância social. “Buscamos promover debates aprofundados e reflexões sobre questões que são não apenas protagonistas no cenário acadêmico e profissional, mas que também impactam diretamente a sociedade”, pontua.
Esses debates, segundo Nair, objetivam disseminar conhecimentos sobre comunicação e ciência. “Pretendemos contribuir para uma compreensão mais ampla e integrada desses campos, enriquecendo o diálogo entre a Fumec e seus públicos.”
Dupla vinculação
Além de estar relacionada aos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Fumec, a revista passa a se associar nesta edição, também, ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Informação e Comunicação e Gestão do Conhecimento da Faculdade de Ciências Empresariais (FACE).
Nair explica qu,e como editora da revista, o objetivo desta edição, “bem como das próximas sob minha responsabilidade, é dar visibilidade e destacar temas centrais e de grande relevância para a área da Comunicação”. Outro objetivo, segundo Nair, tem relação com a dupla vinculação da revista. “Ressaltar a importância da comunicação como uma ponte que conecta e fortalece as duas vinculações institucionais.”
Foto: Arquivo pessoal
Para a editora da revista, a dupla vinculação amplia a finalidade do periódico. “A revista aumenta suas interfaces, tanto na graduação, quanto na pós-graduação stricto sensu, afirma, relacionando ainda a revista ao contexto dos programas de pós-graduação brasileiros. “O Qualis B3 é um instrumento que auxilia os comitês de avaliação no processo de análise e de qualificação da produção bibliográfica dos professores e alunos dos programas de pós-graduação”, revela Nair.
“Esse sistema classifica as revistas acadêmicas de acordo com a relevância e impacto de seus artigos científicos”, descreve. Nesse sentido, a dupla vinculação beneficia a revista. “Amplia as possibilidades da publicação se qualificar ainda mais, atendendo aos requisitos mais rigorosos das publicações científicas brasileiras.”
O dossiê
O dossiê reúne artigos sobre bullying no ambiente escolar, competências midiáticas, educação com os jovens em cidade de baixo IDH, educação midiática para jovens universitários, inteligência artificial na comunicação, listagem de teses e dissertações sobre o ensino midiático, pensamento crítico e identidades socioculturais, dentre outras temáticas.
De acordo com a editora da revista, os conteúdos do dossiê são importantes para aumento da capacidade de discernimento, da consciência e do engajamento social. “São temáticas que desenvolvem habilidades críticas e midiáticas, fomentam a inclusão e igualdade, preparam indivíduos para um mundo em constante mudança e inspiram mudanças positivas na sociedade”, aponta.
Nair explica que os dossiês geram benefícios ao serem publicados em periódicos científicos, como a Mediação. “Para a revista, as coletâneas de artigos demonstram credibilidade, aumentam a audiência e consolidam sua posição no campo científico.”
As vantagens se estendem, também, aos autores dos artigos e aos leitores da revista. “Para os autores, o dossiê promove aumento da visibilidade, colaboração e feedback. Já os leitores são informados sobre os últimos desenvolvimentos no campo científico”, informa. “A coletânea de artigos possibilita foco temático, organização e avanço do conhecimento, visibilidade e impacto, além de servir como referência para pesquisadores.”
Alfabetização midiática
Segundo Nair, o letramento midiático foi escolhido como temática para o dossiê devido à relevância que possui para a construção de uma sociedade informada e crítica. n“A alfabetização para as mídias capacita os indivíduos a interpretar, analisar e produzir conteúdo de forma consciente”, explicita. “No contexto educacional, essa competência é ainda mais relevante, uma vez que prepara os estudantes para o mundo digital, onde a informação circula de maneira veloz e em diferentes formatos.”
A educação midiática possibilita que os alunos tenham mais ética e responsabilidade ao entrarem em contato com conteúdos da internet. “Permite que eles identifiquem fontes confiáveis, combatam a desinformação e reflitam sobre o impacto da mídia na sociedade.”
Nair acredita que a educação midiática pode gerar a utilização responsável da internet e, dessa forma, aumentar a inclusão e a participação social. “Estudantes são capacitados a exercer seus direitos e deveres como cidadãos digitais, entendendo a importância da privacidade, do respeito às diferenças e da convivência democrática nos espaços virtuais.”, conclui.
Desafios
Total de 67% dos jovens brasileiros não diferencia fatos de opiniões. As informações são do portal G1. Realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a pesquisa traz à tona a discussão sobre a educação midiática: conjunto de habilidades que permite o reconhecimento de fake news e o uso do senso crítico nos ambientes virtual e midiático.
Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que determina quais assuntos serão ensinados aos estudantes brasileiros, a educação midiática é um conteúdo facultativo nas escolas: ou seja, de ensino não obrigatório. O foco principal tem sido formar professores em relação à alfabetização midiática.
Sônia Maria Jaconi é doutora em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e pesquisadora em Educação, conectividade, políticas públicas educacionais e desenvolvimento do território. Nesta edição da Mediação, entrevista Bernadete A. Gatti, titular da Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica da Universidade de São Paulo (USP), sobre os desafios enfrentados pela educação e pela comunicação.
Foto: arquivo pessoal
Sônia explica que existem obstáculos para a implementação da alfabetização midiática. “Falta de formação de educadores, desigualdade de acesso à tecnologia, ausência de políticas públicas que promovam a alfabetização midiática nas escolas e comunidades, além de desinteresse ou indiferença de estudantes e professores pelo tema”.
Para a especialista, esses desafios tornam mais difícil a eficiência e abrangência da educação midiática. Para superá-los, ela acredita que a abordagem deve ser ampla e integrada. “É necessário investir na capacitação de professores e educadores sobre alfabetização midiática, incluindo o entendimento de diferentes formatos de mídia, a análise crítica de conteúdos e o uso de ferramentas digitais”, indica.
Com a preparação dos professores, a educação midiática se torna mais efetiva. “Os professores tornam-se fundamentais para construir uma cultura escolar que valoriza o pensamento crítico e a cidadania digital, preparando os estudantes para interagir de maneira responsável e reflexiva com a mídia.”
Outras maneiras de superar os desafios para implantação da educação midiática envolvem conversas no ambiente escolar e acesso a ferramentas. “Devem ser discutidas questões atuais e relevantes relacionadas à mídia”, afirma. “Além disso, é necessário criar condições de acesso a ferramentas e recursos digitais que permitam os estudantes explorar e criar conteúdos midiáticos.”
De acordo com Sônia, o dossiê da Revista Mediação amplia o debate sobre o processo de alfabetização. “Reúne teoria, prática e atualização sobre o tema”, pontua. Para ela, o dossiê oferece apoio, não só para educadores, gestores e famílias, “mas também ajuda a fortalecer o conhecimento e a implementação da alfabetização midiática nas escolas e em outros ambientes educativos”. A pesquisadora observa que assim a alfabetização se torna “mais acessível e contextualizada para diferentes realidades escolares e sociais.”
Segurança digital
Além da alfabetização midiática, a segurança digital também é um tema fundamental abordado no dossiê da Revista Mediação. O conceito busca garantir que todos possam acessar as tecnologias de forma ética. Um levantamento da SurfShark, empresa holandesa de privacidade e segurança digital, revelou que o Brasil está na sexta posição do ranking mundial de países com mais vazamentos de dados.
Em 2021, foram mais de 24 milhões de brasileiros afetados, o que corresponde a mais de 10% da população do país. Navegar por ambientes virtuais deveria, no entanto, significar a garantia de que os usuários não se exponham às falhas dos sistemas e à manipulação midiática, fruto da intenção de pessoas que utilizam dados para objetivos obscuros.
Foto: Arquivo pessoal
O jornalista e doutor em Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), Rodrigo Gabrioti afirma que, apesar da existência de legislação, é difícil estarmos seguros de que, nas linguagens binárias dos sistemas, nossas informações pessoais não estejam expostas. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), por exemplo, não chega a fazer distinção de vazamento de dados bancários.
A segurança digital apresenta sistemas de antivírus capazes de alertar a sociedade sobre a violação de dados e ataques virtuais. No entanto, atualmente, há várias possibilidades fakes, que são tão bem feitas, capazes de nos confundir. “Acreditar que estamos seguros digitalmente porque estamos vendo diante de nossos olhos algo que conhecemos, um contato que nos parece familiar, não basta”, alerta Gabrioti.
A importância da educação midiática é enfatizada pelo dossiê da Revista, que visa ao aumento da segurança digital proporcionando informação e conhecimento. Rodrigo destaca que “a reunião de artigos dessa natureza mostra práticas, pesquisas e realidades de várias partes do país para que possamos pensar quais trabalhos estão sendo desenvolvidos, assim como saber da realidade que muitas vezes está longe dos grandes centros.”
O papel da escola na formação de uma sociedade mais crítica e consciente sobre o uso das tecnologias é fundamental. A alfabetização midiática é essencial, pois ensina a lidar com os meios digitais e desenvolver um olhar crítico. No passado, professores utilizavam jornais em sala de aula para discutir o gênero notícia, agora o alcance do digital é muito maior com a presença constante das pessoas na internet.
“A alfabetização prepara para o bom senso e para o olhar mais crítico das pessoas e, assim, elas saberem que, por trás de telas e algoritmos, há toda uma rede que é muito importante e, ao mesmo tempo, perigosa, se dominada por pessoas mal intencionadas. Com o trabalho da alfabetização, é possível, por exemplo, demonstrar às pessoas como não acreditar em tudo que veem nas redes sociais”, ressalta Gabrioti.
“Para superar os desafios que a falta da segurança digital provoca, deve-se investir na educação. É necessário que haja um processo educacional do cidadão”, afirma, lembrando o papel formativo das escolas, “pois crianças e jovens são multiplicadores de informação”, destaca. “Já nas universidades, os projetos de extensão podem ser um caminho para que especialistas orientem e ensinem a sociedade sobre os riscos que corremos nesse âmbito”, conclui Gabrioti.
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Por Iasmim Ferreira, Júlia Costa, Safira Aimê e Yana Zebian
A presença na sala de aula do profissional do Centro de Referência em Acolhimento e Inclusão (Cerai) da Universidade Fumec chama a atenção para o trabalho do setor e motiva a participação dos estudantes no processo de inclusão social.
Exemplo disso é o desenvolvimento, durante o segundo semestre deste ano, de ação de extensão dos alunos do segundo período do curso de Comunicação Social que criaram a empresa experimental Lupa Comunicação e Inclusão.
O Cerai acompanha, desde 2010, estudantes portadores de deficiência e neurodivergentes em sala de aula, realiza atendimento psicopedagógico e apoia os professores na execução das matérias, de forma a promover a diversidade e inclusão social.
Acessibilidade
A intérprete educacional e acompanhante pedagógica do Cerai, Jussara Medeiros do Santos, que trabalha há 12 anos com processos pedagógicos de inclusão social, afirma que palestra realizada este semestre pelo Cerai aproximou alunos e professores, com o aumento e tipos de demanda dirigida ao setor.
“Lidar com alunos, cada um com sua especificidade, saber comunicar de maneira assertiva, aplicar técnicas e recursos”, relata Jussara sobre a importância crescente do Cerai na Fumec.
Acolhimento
A Lupa Comunicação e Inclusão produz e divulga conteúdos diversos nas redes sociais, na perspectiva da experiência e com a participação dos alunos portadores de deficiência e neurodivergentes,
A estudante de Comunicação Social da Fumec, Gabriela Carmo (19), integrante da Lupa, explica que o projeto foi criado para “dar voz às pessoas que normalmente não são ouvidas”.
O aluno do curso de jornalismo, Guilherme Fontes, com síndrome de down, integra a agência e entrevistou a colega Safira Aimê durante o projeto. “É um prazer ver como ele já se sente mais livre dentro do nosso grupo. Muito bom poder mostrar para todas as pessoas o jornalista extraordinário que sabemos que o Guilherme tem potencial para se tornar”, afirma Gabriela.
O projeto de extensão também teve impacto significativo, para Guilherme, que se sente mais confiante e inspirado após sua participação. “Foi ótimo! Perdi um pouco da timidez e também vi que posso ajudar outras pessoas que, como eu, podem não se sentir com o direito de fazer uma faculdade ou realizar um sonho.”
Simone Santos: “Inclusão é o futuro da educação”
A inclusão de neurodivergentes na educação, especialmente no ambiente universitário,
tem se tornado um tema central nas discussões sobre acessibilidade e equidade. Compreender e acolher a diversidade neurológica vai além de oferecer suporte acadêmico, envolve criar espaços onde as diferenças sejam respeitadas e valorizadas, permitindo que alunos atípicos possam expressar todo o seu potencial. Apesar de avanços, ainda existem desafios significativos, como a adaptação curricular e a
sensibilização de professores e colegas para construir uma cultura realmente inclusiva.
Psicopedagoga com mais de 15 anos de atuação, Simone de Souza Santos desenvolve trabalho voltado para intervenções psicopedagógicas e formação de alunos, com especial atenção à inclusão de neurodivergentes. Ela discute a seguir a importância de práticas pedagógicas que reconheçam e atendam às necessidades dos neurodivergentes, enfatizando como a psicopedagogia desempenha um papel crucial nesse processo.”Com um bom acompanhamento, eles conseguem se desenvolver e se tornar tão capacitados quanto qualquer outro profissional”, afirma a psicopedagoga, em entrevista à agência Lupa Comunicação e Inclusão.
Lupa: Como você definiria o papel de uma psicopedagoga no contexto acadêmico, especialmente no acompanhamento de alunos neurodivergentes?
Simone Santos: É fundamental a importância e o apoio do profissional capacitado para o suporte ou desenvolvimento da aprendizagem da pessoa neurodivergente. O profissional psicopedagogo atua diretamente no acompanhamento, formação e suporte desse aluno.
Lupa: Quais são os principais desafios que os alunos neurodivergentes enfrentam no ambiente acadêmico, e como a psicopedagogia pode ajudar a superá-los?
S.S: Um dos principais desafios é a inclusão, sentir-se parte integrante do meio social e ter a capacidade de acompanhar o desenvolvimento. O psicopedagogo tem as ferramentas adequadas para ajudar a superar as limitações, tanto no que diz respeito a socialização quanto no que diz respeito a intervenções psicopedagógicas.
Lupa: Na sua experiência, como o diagnóstico psicopedagogo pode influenciar as estratégias de inclusão nas universidades?
S.S: A partir do momento em que se tem clareza do diagnóstico, fica mais fácil direcionar o acompanhamento para o atendimento das suas especificidades. Por exemplo, o aluno com TDAH vai ter um atendimento, o aluno com hiperatividade terá outro tipo de atendimento e o profissional tem as ferramentas para ajudá-los.
“É fundamental contar com profissionais capacitados para promover intervenções corretas, utilizando técnicas e materiais didáticos específicos”
Lupa: Quais adaptações você considera essenciais para garantir a inclusão de alunos com diferentes perfis de aprendizagem?
S.S: Em primeiro lugar, é necessário verificar se o ambiente de aprendizagem é apropriado e adaptado, de modo que o aluno consiga realizar suas atividades de forma tranquila. O espaço deve ser limpo, arejado e equipado com materiais adequados para os alunos neurodivergentes. Além disso, é fundamental contar com profissionais capacitados para promover as intervenções corretas, utilizando técnicas e materiais didáticos específicos.
Lupa: Como as universidades podem colaborar de maneira eficaz com os psicopedagogos e outros profissionais da área para promover um ambiente de aprendizagem inclusivo?
S.S: A partir de realizações de eventos que promovam a reflexão, a educação e a divulgação voltadas para a inclusão e, principalmente construindo um ambiente de conscientização, atingindo a sociedade como um todo.
Lupa: Você poderia compartilhar algum caso ou exemplo em que a intervenção psicopedagógica fez uma diferença significativa na vida de um estudante?
S.S: São vários exemplos, não há um em específico, pois são alunos que acompanho ao longo dos anos. O que percebo é que, com um bom acompanhamento, eles conseguem se desenvolver e se tornar tão capacitados quanto qualquer outro profissional. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito e as intervenções corretas forem aplicadas, maior será a chance de o aluno se desenvolver no nicho que ele escolher, tornando-se um profissional qualificado.
Lupa: O que você acredita que ainda falta ser feito nas políticas educacionais para garantir uma verdadeira inclusão de alunos neurodivergentes?
S.S: A questão da socialização como um todo, trazendo a sociedade para o meio acadêmico. Também proporcionar para esse aluno neurodivergente um ambiente adequado, para que ele possa se desenvolver em todas as suas potencialidades.
“Se a família for bem orientada, ela consegue dar esse suporte para o aluno, desenvolvendo tarefas e noções básicas, como, por exemplo, uma rotina apropriada”
Lupa: O diagnóstico descoberto mais cedo faz diferença no desenvolvimento dos alunos neurodivergentes em comparação com um diagnóstico recebido na fase adulta?
S.S: Sim, faz diferença porque uma vez descoberto até os 12 anos, o acompanhamento é feito de uma forma mais pontual, fazendo com que esse aluno descubra o que é necessário e importante ser trabalhado. Uma vez que ele já ficou adulto, é mais complicado trabalhar essas questões, o desenvolvimento não é tão amplo da forma que se espera como acontece na infância.
Lupa: Qual a importância do papel familiar no desempenho e desenvolvimento desses alunos neurodivergentes?
S.S: A família exerce um papel fundamental, uma vez que é a partir da mesma que ele tem todo um apoio. Se a família for bem orientada, ela consegue dar esse suporte para o aluno, desenvolvendo tarefas e noções básicas, como, por exemplo, uma rotina apropriada para que o aluno seja capaz de lidar com essa neurodivergência.
Lupa: Você acredita que o acompanhamento psicopedagógico deve ser contínuo durante a vida acadêmica ou pode ser algo pontual?
S.S: Uma vez que o diagnóstico é identificado desde a idade tenra, o aluno consegue se autorregular, não é necessário um acompanhamento durante toda a vida, porém, em alguns momentos pontuais ele vai querer à ajuda profissional. No entanto, se já tiver recebido acompanhamento ao longo da vida, será mais fácil para ele se autorregular, disciplinar-se e trabalhar por conta própria as questões que surgirem.
“A tecnologia contribui na pesquisa e com recursos pedagógicos
que estimulam o cérebro a trabalhar de forma integrada“
Lupa: Qual a importância de um diagnóstico correto e como ele influencia as estratégias de intervenção e o sucesso dos alunos no ambiente escolar e universitário?
S.S: Uma vez que o diagnóstico é claro, o aluno deve ser acompanhado pelos profissionais adequados. Não se trata apenas do acompanhamento psicopedagógico, ele também precisa do apoio dos professores, familiares e deve passar por consultas com neurologista e clínico. Às vezes, é necessária a intervenção de um psicólogo. É todo um processo. Com esse acompanhamento feito de forma correta, o aluno se desenvolve ao longo do tempo e alcança sucesso na vida acadêmica.
Lupa: De que forma a tecnologia e as inovações na psicopedagogia podem auxiliar na inclusão e desenvolvimento de alunos neurodivergentes?
S.S: A tecnologia veio para nos ajudar, permitindo que o aluno tenha acesso ao conhecimento por conta própria, já que a mesma oferece uma ampla gama de informações. A tecnologia tem contribuído significativamente, tanto em termos de pesquisa quanto no desenvolvimento de ferramentas para trabalhar com esses alunos. Além disso, ela nos auxilia com recursos pedagógicos, como jogos e atividades interativas, que estimulam o cérebro a trabalhar de forma integrada.
Lupa: Quais orientações você daria para professores de escolas e faculdades que lidam com alunos neurodivergentes?
S.S: Algumas dicas e possibilidades para ajudar no trabalho com neurodivergentes incluem o estabelecimento de rotinas claras, para que o aluno consiga se desenvolver ao longo de sua atividade de aprendizagem. Também é importante fazer combinados e usar lembretes, além de utilizar recursos pedagógicos como jogos (quebra-cabeça, memória). Para trabalhar a socialização em grupo, pode-se criar um “cantinho da raiva”, onde o aluno pode ser direcionado caso fique muito agitado, escolhendo uma atividade que o acalme. Essas são sugestões que ajudam a lidar com esses alunos em sala de aula. No caso das famílias, organizar um quadro de rotinas, onde o indivíduo possa visualizar previamente o que terá que fazer no dia, é uma boa estratégia.
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O Palácio das Artes reflete a rica cultura mineira com teatros, salas de exposições, sala de cinema e livrarias. Descubra mais sobre o Palácio na matéria completa no Jornal O Ponto.
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Conceição Evaristo, escritora imortalizada pela Academia Mineira de Letras, cresceu no Pindura Saia, comunidade que ocupava a região do bairro Cruzeiro, em Belo Horizonte. Saiba mais na matéria completa do Jornal O Ponto.
Saiba mais: Mês da Consciência Negra com dupla comemoração
Projeto Melânico celebra diversidade da cultura negra
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Pedestres e motoristas que utilizam o cruzamento entre as ruas Albita e Vitório Marçola como rota para chegar à Universidade Fumec. Leia a matéria completa no Jornal O Ponto.
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Por Isabella Ferreira
O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado no dia 20 de novembro. Em 2024, pela primeira vez a data que marca a morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares é feriado nacional e traz uma reflexão sobre a luta incansável das pessoas negras contra o racismo e a discriminação, ressaltando também a influência africana na cultura brasileira.
Na Fumec, a partir desta segunda-feira, 18, o Projeto Melânico convida a comunidade acadêmica a refletir e celebrar a história, arte e identidade negra. Ao longo da semana, atividades culturais, oficinas, mostra de curtas e debates importantes vão destacar o compromisso da Fumec com a inclusão e a diversidade.
Zumbi dos Palmares atuou na luta pela resistência e liberdade do povo negro no período colonial. No Brasil, a data era comemorada desde 2011, contudo, foi apenas em dezembro de 2023 que o presidente Lula sancionou o projeto do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) para que este dia se tornasse, de fato, um feriado, que deu origem a Lei n° 14.759/2023.
Projeto Melânico
A maioria da população brasileira é formada por pessoas negras: 56%, segundo dados atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a auto declaração é apenas um passo em direção à Consciência Negra. É preciso muito mais, principalmente no Brasil, um país em que o racismo está enraizado.
É importante ressaltar que a luta contra o racismo não é uma responsabilidade exclusiva das pessoas negras, e sim de toda a sociedade. A Consciência Negra reforça a importância da solidariedade e da união antirracista. Nesse contexto, a iniciativa do Projeto Melânico tem como objetivo principal reafirmar o compromisso com a luta contra o racismo, fortalecendo a conscientização e o engajamento da comunidade acadêmica e da sociedade em geral para as questões raciais.
A professora dos cursos de Engenharia e Arquitetura e coordenadora do projeto, Renata Silvino, relata que a ideia de criar o projeto sempre esteve presente, mas foi com o amadurecimento pessoal e uma busca constante por letramento racial que ele ganhou forma. “A concretização do projeto veio especialmente com o crescente número de alunos negros na instituição e com a minha percepção de que, mais do que nunca, havia a necessidade de criar um espaço de apoio e reflexão sobre nossas realidades.”
O evento foi inserido no calendário acadêmico, graças ao apoio fundamental da Extensão, representada pelas professoras Adriana Borges, coordenadora geral da Universidade e da unidade FEA; Andrea de Campos Vasconcellos, coordenadora da FCH; e Edilamar Pereira Amaral Esteves, coordenadora da FACE. O apoio institucional garante a continuidade e o fortalecimento do evento, ampliando seu impacto na comunidade universitária e garantindo sua relevância nas próximas edições.
Foto: Arquivo pessoal
A professora afirma que o projeto foi inspirado pelo legado de Conceição Evaristo, escritora e poetisa nascida na antiga favela ‘Pindura Saia’, localizada nos arredores da Universidade. A comunidade foi extinta pelo processo de gentrificação, que resultou na remoção de seus moradores.
Conceição, é membro da Academia Mineira de Letras e simboliza seu vínculo com o lugar, ao mencionar que seu umbigo e os de seus irmãos foram enterrados na Rua Albita, é conhecida por obras que retratam a experiência da mulher negra e a resistência cultural,. “Imaginem o quanto é significativo para a comunidade acadêmica conhecer essa história. É um conhecimento enriquecedor, que nos conecta com nossas raízes e com as lutas que moldaram a sociedade que vivemos hoje”, destaca a coordenadora do projeto.
Os alunos de diversos cursos da Universidade Fumec também estão envolvidos no desenvolvimento dos eventos. Eles são o principal apoio nas atividades, comprometem-se, opinam e ajudam a direcionar as ações. Renata acredita que é muito importante a formação de um grupo de discussão, troca e apoio contínuo dentro da Universidade, o que fortalece ainda mais a rede de colaboração.
Foto: Adriana Borges
Foto: Adriana Borges
A professora espera que o projeto tenha um impacto significativo tanto para a comunidade acadêmica quanto para a sociedade em geral. Embora a temática abordada já tenha sido discutida em algumas unidades da Universidade, nunca foi tratada de maneira tão abrangente, reunindo toda a comunidade acadêmica em torno de uma reflexão sobre questões de cultura negra, diversidade e antirracismo. As três unidades da Universidade que contribuíram para a construção do projeto garantem uma visibilidade inédita.
“Acredito que o evento pode contribuir para um ambiente mais inclusivo e consciente. Para a sociedade em geral, o impacto também será importante, pois além de sensibilizar e educar, o evento contribui para a valorização da cultura afro-brasileira e reforça a necessidade de práticas antirracistas no cotidiano. Esperamos que essa visibilidade amplificada gere discussões mais profundas e construa um legado de mudança tanto dentro da universidade quanto fora dela”, ressalta a professora.
Celebrando a cultura afro-brasileira
A programação do dia 18 inclui a apresentação do curta ‘Impermeável Pavio Curto’ (2018), com a presença do diretor Higor Gomes e os produtores Cristiano Soares, Daniel Lugão, Gabriel Afonso e Luiz Gustavo Guimarães. A sessão será realizada no período da manhã e da noite, no Auditório FEA. Durante o intervalo noturno, no espaço de convivência, Danças Africanas e Urbanas e DJs se apresentam, ao som de músicas de origem negra, lideradas por Rian Filipi e equipe.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA
A programação foi construída de forma colaborativa e intuitiva por todos os participantes do projeto. A acessibilidade, um aspecto fundamental da diversidade e da representatividade, foi planejada para a mesa redonda, que propõe um debate aprofundado e reflexivo. Para garantir a inclusão, terá intérprete de Libras e os participantes foram orientados a realizar uma breve descrição de sua aparência física, facilitando a interação e a identificação para pessoas com deficiência visual.
Com a realização de ações de visibilidade, conscientização e inclusão, a Universidade Fumec reforça seu compromisso com a diversidade e a justiça social, preparando os alunos para serem agentes de transformação em uma sociedade mais igualitária.
Ao abraçar o dia da Consciência Negra não apenas como um evento anual, mas como um compromisso diário, é possível criar um país onde a justiça, a igualdade e o respeito são acessíveis a todos, independentemente de sua origem étnica. Renata ressalta que “é fundamental manter a questão racial presente na Universidade, pois só assim conseguimos internalizá-la e transformá-la em parte da cultura acadêmica”.
A coordenadora do projeto pretende expandir o projeto, incluindo a criação do Grupo Melânico, composto principalmente por alunos, mas também funcionários e professores que participaram da construção do evento e por aqueles que se unirem ao grupo após conhecerem a proposta. O grupo será uma oportunidade para aprofundar as discussões sobre questões raciais de maneira mais próxima e contínua, promovendo trocas de experiências, estudos voltados para o letramento racial e a participação de egressos e profissionais negros, que poderão contribuir com suas vivências e saberes. O Grupo Melânico será lançado na quinta-feira, último dia do evento.
Dicas para o feriado
O Conecta selecionou uma lista de filmes e séries para conscientização e conhecimento sobre a luta da comunidade negra de forma envolvente e didática. Confira a seguir.
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A Casa Rosa é muito mais que uma joia arquitetônica. Combina padaria, cafeteria, além de um novo serviço de almoço executivo. Confira a matéria completa no Jornal O Ponto.
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Por Maria Júlia Coelho
Com a oferta de 13 oficinas semanais gratuitas, que abrangem áreas como música, dança, teatro, esportes e capacitação técnica. Confira na matéria completa no Jornal O Ponto.
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Anna Sophia Buitrago, Clauanny Rodrigues, Isabella Ferreira e Lara Reis
Uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o Brasil está entre os países com os maiores índices de agressão contra professores, posição que se mantém estável nos últimos anos. Segundo o estudo, 12,5% dos professores relataram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana, seguido por Estônia (11%) e Austrália (9,7%).
Entre janeiro e setembro de 2023, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos registrou 9.530 denúncias pelo Disque 100, um aumento de cerca de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 6,3 mil denúncias. Cada denúncia pode conter inúmeras violações de direitos e os dados de 2023 revelam que mais de 50 mil violações foram recebidas e encaminhadas a órgãos competentes.
De acordo com o Painel de Dados do Disque 100, as denúncias aconteceram em berçários, creches e instituições de ensino, com mais ocorrência nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Desafios
A psicopedagoga e professora da escola pública na cidade mineira de Barão de Cocais, Emiliana Cabral, relata ter sido vítima de agressão verbal no ambiente escolar e destaca os desafios envolvidos. “A agressão gera um impacto emocional na vida do professor, é muito frustrante e desmotivador.” A professora também aponta formas de lidar com situações de violência. “Mas o importante é que a gente mantenha a calma, buscando compreender o contexto e buscar soluções que não aumentem o conflito”, destaca.
A professora ainda conta que manter a estabilidade emocional não é simples. “Esse posicionamento que eu tenho hoje foi graças à terapia e muito autoconhecimento, porque não é fácil. Acredito que todos os professores deveriam ter esse direito, para que a gente não trabalhe tão frustrado, aprenda a se regular emocionalmente, então é uma dica que eu deixo para os colegas.”
A psicopedagoga observa uma diminuição dos casos de violência na escola em que trabalha, porém, agressões como bullying ainda acontecem. “Atualmente, estou tranquila em relação a isso. Alguns anos atrás era bem diferente. Eu não tenho casos atuais de agressão verbal comigo, no momento. Mas vejo que acontece, sim, com alguns colegas de profissão.”
A escola, segundo a professora, busca identificar problemas cedo, adotando ações preventivas e interventivas para reduzir esses comportamentos. Ela observa: “Os alunos vêm com uma intolerância e imediatismo muito grande, querendo que as coisas sejam resolvidas rapidamente, do jeito que cada um quer que seja. É muito difícil, no coletivo, a gente conseguir solucionar o problema pessoal de cada um”.
Professora de uma escola particular em Belo Horizonte, Lucy Bastos conta que casos de violência verbal são constantes entre adolescentes e pré-adolescentes. “Eu não me assusto com as cenas de agressividade de aluno, isso é natural. Precisamos saber agir com maturidade emocional para contornar essa agressividade, mostrando ao aluno que aquilo não foi legal e não pode se repetir”, explica.
A instituição tem adotado medidas, como, no mês de outubro, quando os alunos do ensino fundamental e médio receberam visita de um delegado de polícia e de uma advogada para “conversar sobre violência, agressão, bullying e cyberbullying”. Nos casos de agressão comprovada, a escola convoca a família do aluno. “Se a agressão for física, o aluno fica suspenso da aula até os pais comparecerem à escola e assinarem um termo de compromisso”, acrescenta a professora.
Ela comenta sobre a necessária ação da escola diante dos impactos no ambiente escolar. “Essas situações de violência geram desconforto tanto nos professores, quanto na turma, porque os alunos que não são habituados a cenas de agressividade ficam muito impactados. Por isso, agimos rapidamente para impedir que essa coisa toda cresça.”
Mudança
Pais e professores questionam as causas das agressões escolares. A psicóloga Letícia Pereira destaca que o comportamento violento é uma resposta aprendida. “O aluno não sente uma vontade de fazer a violência, mas sim emite esse comportamento em função das consequências que ele tem aprendido a obter com essas ações. Então isso pode ser reforçado por ganhos imediatos, como a atenção de outros”, analisa a psicóloga.
Segundo a psicóloga, um histórico de reforçadores e punição pode influenciar esse tipo de comportamento. “Geralmente, a pessoa que pratica bullying é porque sofre com problemas internos e não sabe lidar com eles. Então, ela vai depositando na outra pessoa. É a forma dela se sentir bem, sabe?”.
Ela observa ainda que os pais ou responsáveis exercem forte influência no comportamento dos alunos. “Se os pais reforçam, direta ou indiretamente, comportamentos agressivos, seja por meio de violência física ou verbal, dentro de casa, essas respostas podem se manter e generalizar outros contextos, como a escola”, explica a profissional.
A psicóloga sugere formas de prevenir e diminuir os comportamentos agressivos. “É importante que a escola adote um sistema claro de consequências que seja aplicado de forma consistente. Comportamentos violentos devem ser seguidos de consequências que desestimulem a repetição, como a perda de privilégios ou a necessidade de reparação do dano”, orienta.
Segundo ela, os professores podem atuar como agentes de mudança, reforçando positivamente comportamentos de respeito e cooperação em sala de aula. “Programas de manejo, comportamental e a participação de equipes multidisciplinares são muito importantes. Psicólogos ou educadores também são essenciais para modificar e promover o ambiente”, conclui.
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Por Amanda Pereira, Ana Guedes,Maria Hortênsia e Stacy Nalini
O bairro São Francisco, localizado nas proximidades da região da Pampulha, enfrenta crise na coleta de lixo e na infraestrutura local. A remoção de diversas lixeiras forçou os moradores a descartarem seus resíduos em locais públicos, criando um cenário preocupante que afeta tanto o bem-estar urbano, quanto à saúde ambiental da região.
A situação na região apresenta preocupantes sinais de deterioração. Nas ruas, é comum encontrar animais, como cães e gatos, além de pessoas em situação de rua que, frequentemente, reviram os sacos de lixo expostos. Esse cenário resulta em um ambiente desordenado e insalubre, caracterizado pelo acúmulo de resíduos.
Gestão
O forte odor gerado pelos resíduos não é o único problema. Em dias de chuva intensa, a falta de adequada gestão de lixo pode levar a alagamentos, agravando a situação já precária da infraestrutura local. Essa realidade afeta tanto a qualidade de vida dos moradores, quanto a percepção do bairro como um todo.
Moradores já tentaram entrar em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e autoridades para buscar soluções para a crise, mas até o momento não obtiveram sucesso. Eles continuam procurando ajuda das instituições responsáveis para que ações efetivas sejam tomadas para restaurar a limpeza de sua comunidade, como explica a estudante de química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e residente do bairro, Caroline Alves.
Ela afirma que a coleta de lixo acontece três vezes por semana, mas um dos principais problemas é a falta de horário fixo. “Em alguns dias, o caminhão de lixo passa por volta das 9 horas e em outros pode aparecer só lá pelas 13 horas.” A estudante comenta que a falta de horário afeta a comunidade pois “durante esse tempo, o lixo fica exposto na rua e, muitas vezes, cachorros ou moradores de rua acabam rasgando os sacos e espalhando tudo”.
Além disso, Caroline argumenta que não há lixeiras na calçada, obrigando os moradores a deixarem seus sacos de lixo no chão, poluindo ainda mais a rua. “Para piorar, o intervalo de sexta até segunda também, porque precisamos armazenar o lixo dentro de casa durante todo o fim de semana, o que atrai insetos e deixa o ambiente com um cheiro bem desagradável.” A estudante cita medidas que deveriam ser tomadas. “Seria ideal ter coleta todos os dias, mas sabemos que falta investimento do governo para isso.”
Meio ambiente
A especialista em Arquitetura e Urbanismo formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) Ana Flávia Fonseca, pontua que o problema da disposição inadequada do lixo não se limita ao bairro São Francisco, na capital mineira. “A presença constante de resíduos sólidos é significativa em diversas cidades brasileiras.”
Ela informa que o descarte incorreto do lixo pode causar diversos danos à saúde pública e ao meio ambiente, entre eles a contaminação do solo, da água e do ar, o surgimento de criadouros de mosquitos transmissores de doenças, a obstrução do escoamento de água pluviais, causando enchentes e danos às estruturas urbanas, além do impacto visual, que colabora para a desvalorização dos bairros e cidades. “O problema gerado pelo descarte inapropriado de lixo no bairro está na inadequação de instrumentos e formas de coleta por parte do governo da cidade.”
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Por Isabel Lopes Reis
As eleições de 2024 em Belo Horizonte refletem um fenômeno comum em democracias polarizadas: o voto útil. Com Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL) liderando a corrida eleitoral, muitos eleitores adotaram essa estratégia, votando no candidato com maior chance de vitória para evitar a fragmentação no segundo turno.
Dados das pesquisas Quaest e Datafolha mostram que o comportamento eleitoral em BH é fortemente influenciado por essa movimentação estratégica, marcada pela polarização e desgaste de adversários em uma campanha de tom acirrado.
A polarização entre candidatos com visões políticas antagônicas, presente em eleições anteriores no Brasil, impulsiona o voto útil. Em Belo Horizonte, enquanto Fuad Noman mirou em atrair eleitores de Duda Salabert e Rogério Correia, Bruno Engler enfrentou maior resistência entre eleitores de centro, devido ao seu perfil conservador.
O fenômeno do voto útil em BH levanta questionamentos sobre o futuro da representatividade política, não só na capital mineira, mas em outras regiões. A prática exige reflexão sobre os limites e benefícios das alianças centradas na rejeição de extremos, promovendo um debate sobre o papel das redes sociais e da educação política na formação de uma democracia mais sólida e participativa.
Pragmatismo ou ameaça à pluralidade?
O cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, em entrevista à Agência Câmara, explica que as pesquisas eleitorais orientam eleitores a escolher candidatos com maior viabilidade de vencer, seja para evitar a vitória de adversários com alta rejeição, ou para apoiar o “cavalo vencedor”. Monteiro rejeita o estereótipo de que os brasileiros votam apenas no mais popular, afirmando que 95% dos eleitores mantêm suas escolhas iniciais, mesmo em cenários de pressão pelo voto útil.
Para o designer Philippe Albuquerque, que atua em campanhas eleitorais desde 2016 e defendeu o voto útil no candidato Fuad Noman como uma alternativa menos extrema, essa prática é uma reação temporária ao crescimento de discursos extremistas. Ele destaca que alianças amplas para isolar candidatos de perfil radical são comuns em democracias, mas alerta que essa estratégia pode limitar a diversidade política ao restringir as opções do eleitor. Segundo Albuquerque, o voto útil é uma solução de curto prazo para proteger o sistema democrático, mas não substitui a importância de uma base política sólida.
Abstenção
Já o cientista político e assessor legislativo Lucas Chelala considera o voto útil uma solução emergencial, o “último recurso” usado quando não há alternativas viáveis. Chelala argumenta que uma oposição ao extremismo precisa de trabalho de base, organização política e fidelização dos eleitores, além de uma educação política estruturada — elementos que, segundo ele, muitos partidos evitam implementar.
Chelala chama atenção para o alto índice de abstenção nas últimas eleições, superando até mesmo o número de votos do segundo colocado, o que reflete a frustração dos eleitores que não se viram representados nas opções disponíveis. Esse cenário, para ele, aponta uma carência de envolvimento dos partidos com o eleitorado e reforça a necessidade de repensar como o sistema político pode se tornar mais inclusivo e representativo.
Na entrevista a seguir, ele destaca a necessidade de regulamentação das redes sociais que interferem cada vez mais no processo de disputa eleitoral e representação política.
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Por Ariany Luciana, Mariana Neri, Vinicius Lacerda e Yasmin Daldegan
Estudantes do curso de comunicação social da Universidade Fumec arrecadaram roupas para jovens de baixa renda, com o objetivo de elevar a autoestima e promover a expressão pessoal. A ação, coordenada por Ariany Luciana, Mariana Neri, Vinicius Lacerda e Yasmin Daldegan, faz parte do projeto “Closet Solidário”, que tem ponto de coleta nas faculdades integrantes da universidade. O projeto iniciado em outubro deste ano busca conectar a moda sustentável com o voluntariado, promovendo a inclusão social e o empoderamento pessoal.
A iniciativa não só oferece roupas, mas também a oportunidade para os jovens desenvolverem um estilo próprio, melhorando sua autoconfiança. De acordo com os organizadores, o objetivo é criar uma rede de solidariedade através das doações e estimular o sentimento de pertencimento e autoestima. Neste mês, as roupas arrecadadas serão separadas e criados os “outfits”, ou composição das peças de roupa para cada jovem.
Closet Solidário
Segundo Vinicius Lacerda, a ação não se limita a doar roupas. “Queremos criar uma experiência, onde as pessoas possam encontrar peças que as façam sentir-se bem e confiantes”, comenta. O Closet Solidário atende cerca de 80 jovens, com idade de 15 a 25 anos, em parceria com a ONG Projeto Favelas do Nova Cachoeirinha, e seguirá ampliando as parcerias.
O público-alvo do projeto são jovens de comunidades carentes e a campanha é amplamente divulgada nas redes sociais. De acordo com Yasmin Daldegan, as redes são essenciais para engajar novos doadores e voluntários. “Nós acreditamos que a participação da comunidade é fundamental. Queremos que as pessoas se sintam parte dessa corrente de solidariedade”, ressalta Yasmin.
Atualmente, o perfil do Closet Solidário no Instagram é focado em divulgar a campanha e abranger o público para que mais pessoas doem e façam parte dessa ação solidária. Os representantes do projeto afirmam que, embora ainda enfrentem desafios, como a falta de recursos, o impacto nas vidas das pessoas é recompensador. “A maior dificuldade é manter um fluxo constante de doações, mas a recompensa está em ver a felicidade de quem recebe as peças”, conclui Mariana.
Ascodes
Parceira da primeira edição do “Closet Solidário”, a organização não governamental Favelas do Nova Cachoeirinha (Ascodes) promove doações e realiza oficinas, desde 2021, com a missão da da inclusão social. “O nosso objetivo é dar oportunidades para jovens e crianças de periferia, mostrando que há muitas lá fora”, diz Leonardo Fernandes, integrante do projeto.
A ideia surgiu da necessidade de democratizar o acesso à moda, especialmente em comunidades onde jovens têm poucas oportunidades de adquirir peças que valorizem sua expressão pessoal. “Percebemos que a moda pode ser uma ferramenta de empoderamento, permitindo que as pessoas se sintam mais confiantes e autênticas”, afirma Ariany Luciana, uma das organizadoras do projeto.
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Por Melissa Monteiro
Pela sexta vez, o Brasil celebrou sua excepcionalidade no cenário mundial de futsal, ao conquistar mais um título da Copa do Mundo, reafirmando sua tradição no esporte e o talento dos atletas brasileiros. O hexa pode não ter sido conquistado pelo futebol, mas sim pelo futsal, futebol adaptado para a prática em uma quadra esportiva, por times de cinco jogadores.
Mesmo com essa recente conquista de peso, o futsal brasileiro ainda sofre com a falta de valorização e investimento. Diferente do futebol de campo que movimenta cifras, atrai grandes patrocínios e tem ampla cobertura midiática, o futsal continua à margem dos holofotes. Os campeonatos nacionais recebem pouca visibilidade e muitos jogadores enfrentam dificuldades para alcançar condições financeiras adequadas.
O goleiro do time Passos Futsal, Henrique Augusto de Oliveira, comenta que “no futebol o retorno lucrativo é muito maior do que no futsal, por ter mais visibilidade e audiência na televisão”, ao contrário do que ocorre com a cobertura midiática do futsal. “O investimento e a popularidade são bem menores, uma das coisas que poderiam mudar isso seria mais times de camisa do futebol investir em time de futsal. Hoje apenas o Corinthians tem um time que joga a liga nacional, já tivemos Atlético Mineiro campeão, já tivemos o Santos também campeão.”
Esse cenário de desvalorização não condiz com o talento que o Brasil tem mostrado. A formação de craques no salão é um processo que dura anos e muitos dos grandes nomes do futebol de campo, como Ronaldinho Gaúcho e Neymar, deram seus primeiros passos justamente nas quadras de futsal. O atleta Miguel Otávio de Oliveira, de 18 anos, joga futebol de campo hoje em dia, mas iniciou, como grandes nomes, no futsal.
Em entrevista ao Conecta, o jogador fala sobre sua trajetória profissional e as dificuldades em permanecer na modalidade e reconhece o aprendizado técnico e cognitivo obtido nas quadras de futsal. “Gratidão. Devo muito ao futsal, por tudo que já me proporcionou na vida.”
A conquista da Copa do Mundo de Futsal deveria ser um ponto de virada para que o esporte ganhasse mais espaço no cenário esportivo nacional. Além da falta de visibilidade midiática, Israel Silva Junior, conhecido como Juninho, é treinador de futsal e garante que a maior dificuldade que tem na profissão é estrutural, comprometendo a visibilidade e reconhecimento dos atletas da modalidade, o que leva novos talentos do futsal ao futebol de campo.
“O salário do futsal deixa sim a desejar um pouco, hoje em dia tem muitos jogadores que optam pelo extraoficial do que pelo profissional e, por esse motivo, às vezes no extra conseguimos ganhar mais em cinco, seis jogos no mês, do que ganharíamos em um mês de salário como profissional”, afirma Henrique Augusto, ponderando quanto a sua experiência profissional. “As condições de trabalho nos lugares em que jogou até hoje foram ótimas, nunca tive do que reclamar.”
Saiba mais:
Veja todos os campeões da Copa do Mundo de Futsal na história
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Imagem: Santa Casa BH
Isabella Ferreira
Fundada em 1899, a Santa Casa BH, primeira instituição de saúde de Belo Horizonte e maior complexo hospitalar de saúde de Minas Gerais, tem implementado processos, dispositivos, softwares e inteligências artificiais no trabalho de suas equipes, gerando um ecossistema de inovação em amplo desenvolvimento. Com mais de 125 anos de história, a instituição é referência em assistência à saúde, principalmente nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, a Santa Casa BH Hospital de Alta Complexidade 100% SUS já realizou 32.487 internações, 12.369 cirurgias, 80.906 tratamentos e 2.094.836 exames.
A utilização da ferramenta NoHarm.ai pela Farmácia Clínica fez com que o setor reduzisse mais de um milhão de reais nos custos, no intervalo de dois anos. O software permitiu otimizar os processos, garantindo mais segurança na terapia medicamentosa. O processo impactou positivamente mais de 28 mil vidas, de janeiro a agosto de 2023, criando um atendimento seguro e individualizado.
Outra inovação o Escritório de Gestão de Altas (EGA), o único de um hospital 100% SUS em Minas Gerais. O projeto piloto foi implementado na Nefrologia e, em apenas cinco meses, gerou uma economia de mais de R$280 mil. Além disso, reduziu a média de permanência de internação de nove para seis dias, o que resultou em 1.150 novas internações, somente nesse serviço. Com um giro de leitos mais eficiente, a Santa Casa BH consegue atender um número maior de pacientes.
O complexo hospitalar é referência em especialidades como cirurgia cardíaca, neurocirurgia, oncologia, nefrologia, partos de alto risco e transplantes. Possui dez unidades divididas nos eixos de “Assistência à saúde”, “Ensino, Pesquisa e Inovação” e “Assistência Social”. Atendendo todas as faixas etárias e classes sociais, realiza mais de 3,4 milhões de atendimentos anualmente.
A Santa Casa BH está desenvolvendo produção audiovisual em colaboração com a Produtora Nós, projeto experimental dos alunos do 8º período do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Fumec, visando destacar as inovações da instituição.
desenvolvimento da instituição
Infográfico: Isabella Ferreira – Conecta
Alta complexidade
A implementação de inovações nos setores de alta complexidade reduz custos e busca garantir excelência nos cuidados e melhoria no fluxo de trabalho dos colaboradores. “Temos uma inteligência artificial com foco na farmácia, já economizamos mais de um milhão e meio de reais desde que ela começou. Isso é muito relevante para a gente, temos expandido a parte da inovação cada vez mais, além de toda a parte de tecnologia que estamos sempre ligados”, relata a Superintendente de Relações Institucionais do Grupo Santa Casa, Raquel Ratton.
A representante ainda aponta os desafios enfrentados para aplicar as novas tecnologias. “Por ter o subfinanciamento do SUS, o complexo hospitalar possui um custo bem alto. A ideia é desenvolver internamente aplicativos e parcerias que possam ajudar na redução de custos de equipamentos para saúde. A instituição busca comprar e trocar os equipamentos por meio da capacitação de recursos, seja por emenda parlamentar, projetos incentivados ou outras fontes de recursos.”
A instituição investe em diversos programas para humanizar o atendimento, com o intuito de tornar a experiência dos pacientes mais agradável. A Superintendente de Relações Institucionais, Raquel Ratton, destaca os principais projetos desenvolvidos pela instituição e aponta também os valores fundamentais que prevalecem na assistência à população.
Produtora Nós
A Produtora Nós, projeto experimental dos alunos do 8º período do curso de Comunicação Social, Publicidade e Propaganda da Universidade Fumec, está desenvolvendo produção audiovisual, em colaboração com a Santa Casa BH, visando destacar a importância histórica e as inovações do complexo hospitalar.
A Presidente e CEO da Produtora Nós, Julia Fernandes, explica o objetivo da minissérie. “Buscamos usar uma narrativa emocional e empolgante através da produção, que busca criar uma conexão com o público, mostrando esse impacto positivo da instituição na vida dos pacientes e na comunidade como um todo.”
A presidente da produtora conta que os episódios irão destacar uma jornada de superação e excelência dos serviços oferecidos, levando em conta a inovação e aspectos ao longo da história do personagem. “Os personagens vão ser pacientes que tiveram suas vidas totalmente impactadas pelos cuidados da Santa Casa BH e médicos que lideraram tratamentos inovadores e equipes que se dedicam a manter a instituição como um centro de referência”. Serão utilizados storytelling e depoimentos emocionantes dos pacientes e profissionais. “O foco nessas inovações que a instituição apresenta, muitas vezes as pessoas não sabem que o SUS tem inovação, tecnologia e conhecimento pra caramba.”
Raquel Ratton comenta sobre as expectativas quanto ao resultado da parceria com o projeto experimental. “Eu acho que o grupo, a produtora, é muito engajado, muito envolvido, estou com uma expectativa que eles consigam apurar histórias bem emocionantes e bem impactantes, que mostrem para a sociedade talvez algo que eles não saibam sobre a Santa Casa BH.”
A produtora busca sensibilizar o público, principalmente a comunidade mineira e potenciais doadores, para envolvê-los na história e impacto social da instituição. “A minissérie também vai ter o propósito de mostrar a Santa Casa como uma oportunidade de investimento social. Como ela é tão fundamental para a sociedade mineira, um dos pilares da saúde mineira. Mostrar como ela é um investimento social, tanto na área de inovação, quanto na área de conhecimento, tanto na área de saúde em si e como uma referência mesmo”, relata a presidente da produtora.
Saiba mais:
Produtora Nós propõe conectar e transformar histórias
Produtoras apresentam projetos experimentais
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O jornalista e professor da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde (FCH), da Universidade FUMEC, doutor e mestre em Ciências Sociais , Aurelio Silva lança, no dia 08 de novembro de 2024, pela editora Appris, o livro Decoro nas Redes Sociais: um estudo sobre comportamento no Facebook. A obra, uma adaptação da tese doutoral defendida na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), traz como novidade a compreensão do decoro na sociedade contemporânea, no campo das Ciências Sociais, apoiado nos aspectos morais e éticos que são fundamentais para compreender as interações sociais, o respeito mútuo e a forma como uma sociedade passa a ver o mundo, compreender e racionalizar as regras, normas e comportamentos sociais.
Aurelio Silva jornalista e professor da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde (FCH), da Universidade FUMEC, doutor e mestre em Ciências Sociais
Nessa obra, o autor convida o leitor a um exercício intelectual para correlacionar os aspectos nas redes sociais na contemporaneidade, a comunicação intermediada pela tecnologia e, ao mesmo tempo, os costumes da vida cotidiana construídos coletivamente. “Quando iniciei a pesquisa, o Facebook era, e ainda é, uma das maiores redes sociais na Internet. Mas a questão do decoro e do comportamento do internauta, independentemente da rede social utilizada como exemplo, pode ser observada da mesma forma em todas as plataformas de interação social”, explica o autor.
Para enfrentar esse desafio de aproximação do decoro no campo das Ciências Sociais, a solução encontrada pelo pesquisador foi analisar os sentidos do decoro e sua influência na relação entre indivíduo e sociedade nos estudos de dois expoentes da sociologia contemporânea: Norbert Elias — que se dedicou aos costumes e como as vidas das pessoas foram moldadas pelas figurações sociais — e Erving Goffman — estudioso das ocasiões, ou seja, das pessoas em rituais de interação.
Dois casos, com ampla repercussão no Facebook, são analisados nesta obra. O primeiro, retrata a abordagem de um policial a um transeunte em uma rua no bairro Recanto das Emas, em Brasília, Distrito Federal. O segundo. repercute a ação depredatória a uma estátua de Iemanjá na praia de Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, Santa Catarina.
Serviço
Evento: Lançamento do livro Decoro na Rede Social
Dia: 08/10/2024
Horário: 19h30 às 21h
Local: CASA HÍBRIDO CULTURA LTDA
Endereço: Rua Aquiles Lobo, 79, Floresta, Belo Horizonte
Horário: 19h30 às 21h
Mais informações: (31) 98453-2941
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Por Ana Luiza Gustaferro
Nesta segunda-feira, 4, o Centro de Referência em Acolhimento e Inclusão (Cerai) convida a comunidade acadêmica para a Roda de Conversa, espaço de acolhimento e expressão guiado pela metodologia da Terapia Comunitária Integrativa (TCI). A proposta é criar um ambiente inclusivo onde os participantes possam compartilhar suas inquietações e histórias com uma escuta de respeito e empatia.
A roda será conduzida pelo professor e terapeuta, Juliano Azevedo, que traz a TCI como base para a conversa. A metodologia estimula a auto compreensão e o acolhimento mútuo, abrindo espaço para que as experiências partilhadas fortaleçam a resiliência de todos. Dessa forma, em conjunto, o grupo se apoia e se sente acolhido pelas vivências e sentimentos compartilhados, desenvolvendo o cuidado coletivo.
Terapia Comunitária Integrativa
A iniciativa do projeto surgiu da necessidade de oferecer aos alunos e colaboradores da Fumec um espaço onde todos possam falar e serem ouvidos. “O objetivo dessa roda é que os participantes possam perceber que, quando você coloca uma inquietação para fora, outras pessoas que também não falaram nada, percebem que elas também têm as mesmas inquietações e que, juntos, é possível ter uma solução” explica o idealizador do movimento. Sendo assim, os integrantes da roda compreendem que suas dificuldades e percepções não são vivências únicas, o que gera uma sensação de pertencimento e apoio comunitário.
A TCI, abordagem utilizada, foi desenvolvida pelo professor e psiquiatra cearense Adalberto Barreto e é uma prática reconhecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) , aplicada em centros de saúde como uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICS). O cearense defende que “cada um é doutor de sua história” e, ao compartilhar bagagens de vida e sensações, em um ambiente sem julgamentos. com escuta e reflexão, os participantes são encorajados a encontrar caminhos para o próprio bem-estar e autoconhecimento, transformando a experiência pessoal em aprendizado e cura.
Juntos somos mais fortes
O professor afirma que o evento será conduzido “com muita responsabilidade, com muita entrega, sem julgamentos”. Ele explica que a intenção é que o encontro “seja saudável, maduro, onde todos possam contribuir para o crescimento e a transformação pessoal de cada um”.
Segundo Azevedo, a confidencialidade é fundamental na TCI. “Existem regras que reforçam o respeito e a proteção do espaço compartilhado, como a de falar apenas sobre a própria experiência e nunca dar conselhos”, reforça. Para ele, esse protocolo garante que seja um momento seguro e inclusivo, onde os envolvidos possam se expressar de forma honesta.
A Roda de Conversa uma oportunidade para que estudantes, professores e funcionários da Fumec possam encontrar apoio, refletir sobre suas próprias inquietações e se sentir parte de uma comunidade que reconhece a saúde emocional e o respeito. Ao participar, cada um contribui para seu próprio desenvolvimento e satisfação psicológica e também para o fortalecimento do coletivo. “Quando buscamos nossa própria cura, o nosso entorno também se transforma”, observa o terapeuta. Para ele, o cuidado com a saúde mental deve ser um compromisso social e iniciativas como essa ajudam a construir uma espaço na universidade onde todos se sintam acolhidos e valorizados.
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Por Ana Clara Cabral
O pátio da Fumec amanheceu em festa, sendo palco do evento de Halloween, que reuniu estudantes, professores e funcionários para a celebração. Os participantes foram recebidos com uma decoração temática que transformou o espaço de convivência em cenário de Halloween. Cortinas roxas, pretas e laranjas, teias de aranha e criaturas misteriosas estavam por toda parte.
O Halloween, também conhecido como Dia das Bruxas, é uma das comemorações mais populares em diversos países. O mês de outubro se torna um dos mais alegres e divertidos, em que jovens, adultos e crianças se reúnem para desfrutar de um dia de espontaneidade, imaginação e doçura.
O evento foi realizado pelas professoras do Design Barbara Falqueto e Bruna Finelli, e pela coordenadora do curso de Estética, Fernanda Falci, para animar toda a comunidade acadêmica. Durante o evento, foram realizados concurso e desfile de fantasia, distribuição de doces e workshop de maquiagem artística.
Os alunos foram muitos criativos nas fantasias, que variavam de clássicos como bruxas e vampiros a personagens de filmes de terror. O desfile, que ocorreu no pátio central do campus, teve como júri os próprios universitários, que avaliaram as fantasias com base na originalidade e criatividade.
O 1º lugar ficou com Alexandre Cavalcante, estudante do curso de Design, que estava vestido de “As Branquelas”, o 2º lugar com Camily Maria Mendonça de Souza, que estava vestida de Draculaura, personagem de Monster High e o 3º lugar com a dupla Laíssa Ferreira Resende e Rafaela Pimenta Vieira Duarte que estavam vestidas dos personagens da série americana Breaking Bad, Jesse e Walter.
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Por Ana Clara Cabral
O ponto de Cultura Sôuai é uma iniciativa independente responsável pelo projeto “Meninos do Rock”, que fica no bairro Jardim Leblon, região Venda Nova. O programa foi fundado e é coordenado pelo artista TioCapone que busca promover a igualdade social e o desenvolvimento humano através da música e da arte, atendendo jovens de 6 a 12 anos em situação de vulnerabilidade social.
Para o coordenador do projeto, a música proporcionou a oportunidade de escolher outros caminhos que não o levassem para a vida da criminalidade. “Eu me apaixonei pela cultura e a gente começa aí atrás de nossos pares e isso leva a gente em lugares especiais. Eu vejo que faz a gente pensar, ser mais criativo, a música salva e vejo isso acontecendo”.
Periódico
A produtora Periódico, formada por alunos do 8º período de Jornalismo da Universidade Fumec, está desenvolvendo reportagem para projeto experimental que aborda a música como ferramenta de transformação para pessoas em vulnerabilidade social em Belo Horizonte, destacando programas sociais, com ênfase no projeto Meninos do Rock.
O coordenador dos Meninos do Rock, TioCapone, relata que a parceria com a Fumec é crucial para dar visibilidade ao projeto e suas ações. “Essa visibilidade não apenas destaca o talento das crianças e o quão é positivo para as famílias, mas também atrai potenciais apoiadores e parceiros que podem contribuir para a continuidade e expansão do projeto. Além disso, uma boa comunicação fortalece a presença dos Meninos do Rock na comunidade, mostrando como a música pode transformar vidas e inspirar mudanças sociais significativas.”
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Meninos do Rock
O projeto funciona desde 2018 e um total de 280 pessoas já tiveram oportunidade de transformar a sua vida por meio da música. Um exemplo é o Felipe Castelo, ex-aluno que retornou aos Meninos dos Rock para ensinar. “Aquela prática de instruir alguém a realizar um sonho fez com que eu me apaixonasse por completo pela prática de lecionar.”
Felipe relata como o projeto fez com que ele criasse um amor pela música e serviu como escape para a depressão. “A tendência é que eu usasse outros recursos para fugir dessa condição depressiva, mas o contato com a arte, o acolhimento que me foi dado no projeto fez me sentir completo.”
Felipe ainda vive de música e para ele a vida está relacionada aos Meninos do Rock: sem o projeto “é o mesmo que falar de música sem sentimento”. O trabalho dos Meninos do Rock continua ajudando os jovens a transformar sonhos em realidade, como conta Rebeka Queiroz, 10 anos. “Um dia a pessoa está tocando na rua, num barzinho e no outro ela pode estar tocando num show.”
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Por Ana Luiza Guastaferro
Neste Halloween, a Fumec entra no clima de “doces ou travessuras?” e se transforma para receber seus alunos e colaboradores no evento mais assustador do semestre. No dia 30 de outubro, durante o intervalo, o Espaço de Convivência será o cenário da atração, com decorações temáticas, guloseimas e atividades especiais que prometem deixar “todo mundo em pânico”!
A “Hora do Pesadelo” será só nos cinemas, a Universidade propõe, no ambiente acadêmico, momentos recreativos com fantasias criativas, fotos profissionais e um workshop de maquiagem, transformando o dia 30/10 em uma “Quarta-feira 13” de muita diversão.
Halloween FUMEC poster divulgacional / Foto: @fumec (instagram)
Fantasias de arrepiar
O curso de Design organiza o Concurso de Fantasias, com comissão de três professores do Design que selecionará as 12 melhores produções, que irão para uma votação no Instagram da Fumec, em formato de “batalha”, recebendo os vencedores pontuação acadêmica pela participação vitoriosa.
Paralelamente, os alunos poderão garantir registros incríveis com a Estação de Fotos, que será organizada também, pelo Design. A técnica de fotografia estará à disposição no auditório FEA entre 9h e 10h, onde serão feitos os cliques oficiais que efetivarão a participação no concurso de fantasias. Além das atividades promovidas, o curso de Estética trará um Workshop de Maquiagem Artística no Espaço de Convivência.
Foto: Banco de imagens
Pontos, doces e travessuras
A participação nas atividades é aberta a todos os alunos e funcionários, sem necessidade de inscrição. Professores também entrarão na brincadeira fantasiados e distribuindo guloseimas.
Os canais de mídias digitais da Universidade estão divulgando posts no feed e nos stories diários, cartazes também estarão disponíveis nas salas de aula das unidades FEA, FCH e FACE para que todos que gostam a data possam aproveitar.
“Invocação da Fumec”: prepare a fantasia, peça “gostosuras ou travessuras” e participem da festa mais “horripilante” do ano!
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Por Ana Luiza Guastaferro, Isadora Dias, Izabela Moura e Jeovana Almeida
No mês de outubro, as atividades lúdicas voltam a se destacar como ferramenta essencial para o desenvolvimento emocional, cognitivo e social na vida das crianças. Com eventos e iniciativas focadas no brincar, o mês dedicado aos pequenos promove momentos de criatividade e bem-estar, resgatando a fantasia e a diversão como parte fundamental do aprendizado.
O Museu dos Brinquedos de Belo Horizonte, por exemplo, enfatiza, ao longo do mês, programações especiais que incluem oficinas artísticas, espetáculos teatrais e brincadeiras, como apresentação de teatro e músicas, assegurando o mundo mágico da infância e proporcionando um mergulho na fantasia do brincar.
Foto: @museudosbrinquedos / Espetáculo: @copaproducoes
O lúdico em um mundo digital
De acordo com a psicóloga infantil, Priscila Gotelip, o lúdico exerce um papel vital na infância, facilitando o desenvolvimento de habilidades emocionais e cognitivas. “O brincar é fundamental para o desenvolvimento infantil. Por meio de jogos e atividades lúdicas, as crianças não apenas se divertem, mas também aprimoram habilidades essenciais, como a coordenação motora, a criatividade, a imaginação e a interação social.” Gotelip reforça que essas experiências fortalecem conexões neuronais e constroem uma base sólida para o aprendizado futuro.
A especialista também relata que é um grande desafio manter um espaço lúdico em um meio cada vez mais digital que priva a criança do desejo de brincar. “É responsabilidade das famílias proporcionar um espaço lúdico para essa criança se desenvolver, assim também as escolas devem fazer, principalmente as que trabalham com educação infantil”.
A importância das histórias
É relevante também abordar o papel crucial das histórias e contos nesse resgate do lúdico. A Orquestra Ouro Preto apresentou no último dia 20, no Sesc Palladium, o espetáculo “O Pequeno Príncipe”, baseado na obra de Saint-Exupéry.
A contadora de histórias, Dinda Conta, relata como as narrativas estimulam a imaginação das crianças, permitindo que elas criem seus próprios contos de fadas e reinos mágicos. Além disso, o contato com o mundo lúdico e as histórias ajudam a abordar temas complexos, como no caso de uma criança que expressou o medo da perda de uma amiga doente durante uma de contação de histórias.
“Ao final do evento, conversei com a mãe dele (da criança) sobre o que tinha acontecido porque estava curiosa, e ela contou que o filho estava com uma colega com câncer terminal, e que isso provavelmente foi a forma dele expressar o medo de perder a amiga”, menciona Dinda.
Foto: Rapha Garcia / @orquestraouropreto @raphagarcia
Projetos sociais
Além dos eventos que provocaram o imaginário das crianças, a atuação de projetos sociais e a legislação de proteção à infância reforçam a importância de garantir o direito ao brincar. A orientadora educacional do Projeto Querubins, Mércia Corrêa, ressalta que, em comunidades carentes, a principal dificuldade não é atrair as crianças, mas sim garantir a presença de voluntários que possam facilitar as atividades recreativas.
Corrêa destaca que, apesar da simplicidade das brincadeiras, a interação e a autonomia que essas atividades proporcionam às crianças são fundamentais para o seu desenvolvimento. “Saúde, socialização, liberdade de expressão, autonomia e muita alegria, promovendo a formação de uma pessoa com inteligência emocional e resiliência para desafios da vida adulta”, responde Mércia sobre os benefícios das brincadeiras ao ar livre.
Foto: Ana Luiza Guastaferro / @projeto.querubins
O lúdico e a lei
Paralelamente, a advogada Miriane Francielle também ressalta a relevância DA legislação a respeito do lúdico na infância, abordando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante o direito à educação e ao lazer. “O ECA diz que a criança e o adolescente tem direito à educação e também ao lazer, sendo assim, porque não transformar o “lazer” em uma forma de melhorar o aprendizado?” Especialistas de diferentes áreas concordam que o brincar é uma linguagem que promove conhecimento e fortalece vínculos sociais.
Em um mundo cada vez mais digital, a retomada do lúdico se faz necessária para que as crianças possam se desenvolver de forma íntegra, com momentos de criatividade, alegria e interação real. As celebrações de outubro são um lembrete da importância de criar futuros cidadãos empáticos e felizes, ao mesmo tempo em que se revive, nos adultos, a época em que seu “cavalo só falava inglês”, como canta Chico Buarque em “João e Maria”, música que se passa sob a ótica lúdica das brincadeiras infantis.
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Por Ana Clara Cabral e Ana Luiza Guastaferro
Oficinas dos cursos de Psicologia, Biomedicina, Estética, Direito, Jornalismo e Pedagogia são os destaques da programação da Campanha da Responsabilidade Social da Universidade Fumec, realizada na Associação Querubins, organização não governamental, localizada no bairro Sion, voltada ao desenvolvimento de crianças e adolescentes das comunidades do entorno, com idade de 6 a 15 anos, por meio da arte, cultura e esporte.
Este é o segundo ano que a Campanha de Responsabilidade Social atende o projeto Querubins, contemplando as comunidades Acaba Mundo e Morro do Papagaio. A coordenadora do setor de extensão da Universidade Fumec, professora Andrea Vasconcelos, pontou que o convênio com a Associação oferecerá os serviços ao longo do ano.
As oficinas proporcionaram acolhimento e orientação ao público, com cuidados com a pele e capilar, aferição de pressão arterial e dosagem de glicemia e oficina lúdica para as crianças. O diretor da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde (FCH), professor Rodrigo Suzana, realizou palestra sobre feminicídio, tema de extrema importância no país, já que a cada 15 horas uma mulher é vítima deste crime no país.
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O diretor relatou a importância da Campanha da Responsabilidade Social com o projeto Querubins para a comunidade acadêmica.
O coordenador do curso de biomedicina, Cezar Augusto Vilela, enfatizou os benefícios de aferir a pressão arterial e verificar a dosagem de glicerina: “É um suporte muito grande para a população, visto que hipertensão e glicerina são doenças muitos comuns e eles estão tendo a chance de medir e caso venha alterado vamos orientar para busca de tratamento”.
Meditação guiada com óleo essencial foi o tema da palestra da professora Renata Felipe. Já o professor de psicologia, Rafael Bacelar, observou como é importante contribuir para a sociedade com projetos de extensão: “É importante para nós, como universidade, para o desenvolvimento dos alunos e para a comunidade se beneficiar do que a gente faz”.
Querubins
O projeto Querubins existe há 30 anos e foi idealizado pela Magda Coutinho, visando contribuir com a formação integral dos jovens, sendo trabalhadas questões escolares, comportamentais e emocionais e aulas de arte, capoeira, futsal e jiu-jitsu.
A coordenadora do núcleo pedagógico das oficinas, Mércia Correa, relatou que o projeto traz outras possibilidades para a sociedade do entorno e da grande Belo Horizonte: “Uma grande possibilidade, onde nós podemos, através da arte, do acolhimento, psicossocial trazer essa possibilidade de escolha, escolha de algo diferente, eu aprendo na arte, eu me transformo na arte, e contribuímos para o protagonismo infanto-juvenil”.
O evento contou com a exposição de arte dos jovens sobre o artista Van Gogh, um dos maiores pintores do pós-impressionismo.. A professora de artes, Ana Carolina Oliveira, destacou: “Eu tento trazer um significado para ser algo que dá para as crianças utilizarem na vida e no dia a dia”.
Patrícia Correa, mãe integrante do projeto enfatizou os benefícios do programa: “A ação social ensina a criança a respeitar, a educação e fico tranquila em trabalhar, porque meu filho está em boas mãos”.
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Foto: arquivo pessoal
Por Vitória Figueiredo
O podcast Maria de cada dia é a nova atração da Rádio Fumec. Todos os dias, às 18h, o professor da Universidade Fumec, Juliano Azevedo, apresenta o programa sobre as histórias, dogmas e aparições das diversas Nossas Senhoras existentes, conforme a data do podcast diário.
Cada episódio do programa será focado em uma Nossa Senhora, de acordo com os diversos nomes recebidos pela santa que, com diferentes títulos, referem-se à mesma personagem bíblica. As Nossas Senhoras dos primeiros episódios do programa, iniciado em 1 de outubro, foram Nossa Senhora de Nazaré, Nossa Senhora das Areias, Nossa Senhora do Terço de Barcelos, Nossa Senhora do Fetal, Nossa Senhora do Caminho, Nossa Senhora da Humildade e Nossa Senhora do Rosário.
Apresentado pelo professor dos cursos de Comunicação Social da Fumec, o “Maria de cada dia” aprofunda informações relacionadas às Nossas Senhoras.
“A origem da devoção às Nossas Senhoras, em quais cidades são veneradas, quais têm mais devotos, quais milagres elas fizeram, como são conhecidas”, explica Juliano. A santa do dia será homenageada a cada episódio: “Ao final, sempre vai ter uma oração vinculando essa história, virtude e homenagem.”
Mariologia
A ideia de produzir um programa de rádio focado nas Nossas Senhoras surgiu a partir de estudos sobre Maria, chamados de Mariologia: “Estudei as referências que explicam porque Maria recebeu determinadas homenagens e vários nomes ao longo de 2000 anos”, explica. “De acordo com a Mariologia, Maria tem mais de 1000 nomes já registrados.”
Juliano participou de um mês de orações focadas em Maria e, em 2022, criou o “Brasil de Olhares”, perfil no instagram em que posta, diariamente, a história de uma Nossa Senhora. “Passei a contar a história de 365 Nossas Senhoras e a fazer uma oração específica para cada santa. Em 2023 e 2024, venho republicando essas histórias.”
‘Maria de cada dia’ é voltado a pessoas religiosas e não religiosas: “Não é preciso, necessariamente, ser católico para ouvir o programa”, ressalta Juliano. “Os episódios são focados em pessoas que gostam de oração e sentem conexão com a fé, em quem tem interesse na filosofia e na história judaico-cristã.”
Para Juliano, o podcast é importante devido à sua história familiar e à relevância de Nossa Senhora.
Pluralidade
O programa “Maria de cada dia” faz parte da programação de podcasts da Rádio Fumec. A professora Nair Prata, coordenadora do laboratório de Rádio, afirma que a veiculação de podcasts pela emissora, como o apresentado pelo professor Juliano Azevedo, expressa a pluralidade.
“A Rádio Fumec é plural. Ela tem que buscar veicular programas diferentes, que atendam a todos os públicos”, ressalta. De acordo com Nair, a emissora objetiva incluir a participação das pessoas na programação, “para que elas criem e apresentem conteúdo de acordo com seus interesses e especificidades.”
Além do “Maria de cada dia”, outro podcast exibido pela rádio é o “Vida Louca, Mente Sã”, apresentado semanalmente pela psicanalista Rebeca Vilela, com entrevistas sobre saúde mental.
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Nair pontua que a Rádio Fumec está aberta a transmitir mais programas: “Estamos recebendo quem tem interesse em produzir e apresentar seu podcast”, convida. “Todos os temas que são de interesse da comunidade universitária são bem vindos.”
A professora detalha sobre as temáticas abordadas na programação e a importância da participação da comunidade.
Como ouvir
O podcast pode ser acessado no site Conecta, Segundo Juliano, há planos de lançá-lo, também, em outras plataformas de áudio, como spotify, deezer e youtube.
Foto: Rádio Fumec/Nair Prata
NOSSAS SENHORAS:
Nossa Senhora de Nazaré:
Foto: Arquidiocese Salvador
O primeiro episódio do podcast será dedicado à Nossa Senhora de Nazaré, celebrada no segundo domingo de outubro. De acordo com o site Cruz Terra Santa, São José, pai adotivo de Jesus, teria esculpido uma imagem de Maria. A escultura foi levada para a Espanha e, depois, para Portugal.
A imagem foi escondida por Frei Romano em uma gruta, onde ficou por mais de 400 anos. Após ter sido descoberta por pastores, em 1182, Nossa Senhora de Nazaré voltou a ser adorada.
Um milagre atribuído à Nossa Senhora de Nazaré envolve a história de um cavaleiro que, ao caçar em um dia de nebulosidade, não viu que se aproximava de um precipício. O cavaleiro pediu pela proteção de Nossa Senhora de Nazaré. O cavalo parou e o homem saiu ileso. A vila onde o cavaleiro foi salvo passou a se chamar Vila de Nossa Senhora de Nazaré.
Uma tradição cultural relacionada à santa é o Círio de Nazaré, que acontece em Belém do Pará. Iniciada em 1793, a festividade atrai mais de 2 milhões de pessoas, que, no segundo domingo de outubro, realizam procissões a pé, em carros, motos e barcos.
Nossa Senhora Aparecida
Foto: Site Católico
Padroeira do Brasil, apareceu em Outubro de 1717, na cidade de Paraíba do Sul, em São Paulo. Após dificuldades em conseguir pescar peixes, pescadores pediram ajuda à Nossa Senhora. Logo após o pedido, eles pescaram a cabeça e o corpo da imagem de Nossa Senhora da Conceição, segundo o site Correio Braziliense.
Peixes lotaram o rio, e os pescadores tiveram sucesso em sua tarefa. Pela aparição, foi acrescido o termo “Aparecida” ao nome da santa, que passou a ser conhecida por “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”.
A padroeira do Brasil possui uma basílica própria: o Santuário Nacional de Aparecida, visitado, anualmente, por milhões de devotos: de acordo com dados do santuário, divulgados pelo portal G1, mais de 8 milhões de fieis estiveram na basílica em 2023.
Foto: Robison Camargo/Wikipédia
Nossa Senhora da Piedade:
Foto: Santuário Nossa Senhora da Piedade
Inspirada na escultura renascentista de Michelangelo, “Pietá”, a imagem de Nossa Senhora da Piedade mostra Maria com Jesus morto em seus braços. Possui sete estrelas, que fazem referência às sete dores que Nossa Senhora vivenciou ao longo de sua vida.
Segundo o site Vida Pastoral, em 1760, Nossa Senhora da Piedade teria aparecido para duas meninas que passavam pela Serra de Caeté, no município de Caeté, em Minas Gerais. Mudas, elas teriam sido curadas após verem a santa. Por sua piedade e pelo milagre realizado, passou a ser chamada de “Nossa Senhora da Piedade”.
Nossa Senhora da Ternura:
É inspirada em uma imagem em que Nossa Senhora é retratada com o rosto muito próximo ao do Menino Jesus, como publicado pelo portal Aleteia.
Foto: Site Movimento da Transfiguração
Nossa Senhora do Desterro:
Segundo o site da Diocese de Jundiaí, o título “Nossa Senhora do Desterro” tem origem na fuga que Jesus, Maria e José precisaram realizar para o Egito, devido à ordem do rei Herodes para assassinar os meninos de até dois anos. Desterro é sinônimo de exílio. Nossa Senhora do Desterro homenageia os indivíduos que precisam deixar seu país devido a guerras ou à procura de melhores oportunidades de vida.
Foto: Gentile da Fabriano – Domínio público
Nossa Senhora de Kibeho
Foto: Arquidiocese de Vitória
Nossa Senhora de Kibeho
Segundo o site Aleteia, Nossa Senhora de Kibeho teria aparecido para três adolescentes, em Ruanda. Na língua nativa do país, a santa teria avisado sobre o próximo massacre que aconteceria no território. O genocídio em Ruanda aconteceu em 1994, 10 anos após os relatos da aparição de Nossa Senhora de Kibeho. Conforme a BBC, 800 mil pessoas foram assassinadas no conflito.
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Arthur Mesquita, Ricardo Soares e Samuel Fernandes
Reprodução/Freep!k
O jornalismo investigativo no Brasil ganhou destaque com reportagem de Caco Barcellos ao expor as operações da ROTA, após a Constituição de 1988. Ele revelou que muitas vítimas na periferia de São Paulo não tinham histórico criminal, em seu livro “Rota 66 — A História da Polícia que Mata”, de 1992. A reportagem relata a investigação sobre o assassinato de jovens, geralmente pobres e negros, por um grupo de matadores que opera com o aparente aval da justiça militar.
Esse marco impulsionou o crescimento do jornalismo investigativo no país, evidenciado por eventos e cursos especializados, como os da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
Todo jornalismo é investigativo, pois para que uma notícia seja construída, a busca pela confirmação da veracidade do fato é uma premissa. O que diferencia o jornalismo investigativo dos demais é a complexidade dos fatos, implicando a consulta de muitas fontes e informações ocultas que precisam ser localizadas para dar corpo à notícia.
Contudo, jornalistas investigativos enfrentam riscos no exercício profissional, como exemplificado pelo caso trágico de Tim Lopes.
A internet deve ser usada para auxiliar na produção da notícia, encurtando o caminho até as fontes, proporcionando agilidade no acesso a documentos e facilitando a comunicação com fontes de outras localidades. No entanto, a comunicação em rede pode se tornar vilã ao apressar o jornalista para que ele divulgue a informação primeiro, sem realizar a notícia da maneira certa, com todos os fatos consolidados, o que pode afetar a ética jornalística.
A ética jornalística exige que o repórter se identifique como tal sempre que estiver em contato com uma fonte. Sabendo que a identificação pode atrapalhar na obtenção de informações, jornalistas optam por não se identificar logo de início, buscando obter declarações que podem ser comprometedoras e informações relevantes dos fatos.
É também comum a fonte fornecer um tipo de informação que pode ser o início de uma investigação. Pedir a ela que apresente os fatos é a primeira coisa que o jornalista deve fazer para verificar até onde há veracidade na informação. Investigar com imparcialidade deve ser o dever do jornalista, prevalecendo sempre a veracidade da informação.
Responsabilidade
A pressão exercida pela fonte que passou a informação inicial da investigação é comum. A fonte pede pressa para a publicação da reportagem, ameaçando ceder informações a outros jornalistas. A professora da Fumec, Elisângela Colodetti, relata que já sofreu este tipo de ameaça quando produzia uma matéria para um jornal televisivo.
“Houve vários, e é difícil a gente elencar um maior desafio, mas o que eu me lembro, nesse caso do Dinamar, por exemplo, foi um grande desafio conseguir conversar com uma das vítimas, a Silmara, que era enteada do Dinamar, ela era muito fechada, de difícil acesso, e foi muito complicado construir com ela uma relação de confiança para que ela pudesse conversar comigo, foi mais de um mês de conversa, trocando mensagens, para a gente tentar falar, eu via que ela queria falar, mas ela não conseguia, aquilo era muito doloroso, era muito difícil para ela, então foi muito tempo de troca para a gente conseguir conversar”.
Ela ressalta a responsabilidade do jornalista junto à fonte. “Quando ela decidiu atender o telefone e a gente conversou por uma hora, foi muito delicado e foi muito bonito também, porque ela se abriu muito”. A busca pela verdade muitas vezes coloca os profissionais diante de desafios éticos. Desde a divulgação de informações sensíveis até a proteção das fontes, cada decisão pode impactar não apenas a credibilidade da reportagem, mas também a vida das pessoas envolvidas.
Segundo Colodeti, jornalistas devem avaliar sobre o que e como falar, como falar, abordar, ou o que e onde publicar o conteúdo apurado, como durante investigação jornalística de que participou no formato podcast true crime – gênero de não-ficção no qual o autor examina um crime real e detalha as ações de pessoas reais. “Ficamos muito apreensivos porque contávamos uma história de denúncia real, porém, de uma forma que se aproximava do entretenimento, porque precisávamos narrar de uma forma que prendesse as pessoas em episódios. Então, chegamos à conclusão que não era viável abordar daquela forma, naquele momento, de fazer uma denúncia muito grave, num formato que dialogava muito fortemente com o entretenimento.”
Redes sociais
Rafael Silveira (32), jornalista e produtor na Rede 98 entende ética jornalística como aquilo que diferencia os jornalistas como profissionais. “A ética jornalística nos faz informar com exatidão, responsabilidade e integridade. O desafio é ainda maior, principalmente pela era em que vivemos de fake news, desinformação e pressa em ‘postar’, ressalta. “A ditadura das redes sociais nos faz repensar e colocar ainda mais em voga os princípios éticos para manter segura a integridade da informação e a serventia do jornalismo.”
Em um mundo onde a informação flui rapidamente em redes sociais, a adesão a princípios como a busca da verdade, imparcialidade, precisão e transparência particulariza o jornalismo em meio às outras mediações que interferem na comunicação social. Respeitar esses valores sustenta a confiança do público e contribui para promover uma sociedade informada e democrática. O sigilo de uma fonte deve ser mantido quando a proteção da fonte se faz necessária e a informação tem um grande valor para a sociedade. “Um profissional pode usar fontes anônimas, porém, precisa seguir uma apuração mais rigorosa e ser ainda mais criterioso em relação à ética.”
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Por Gabriela de Castro
Na manhã do dia 1° de outubro, terça feira, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto de Minas Gerais (MTST-MG) iniciou um ato em frente a um prédio da Secretaria Pública da União (SPU), na rua Sapucaí, Floresta, que era a sede da extinta RFFSA e está inativo. O objetivo é que uma creche que funcione em período noturno seja construída no espaço.
A ação começou com a concentração na sede do PSOL, às 7h. Depois, os manifestantes seguiram para onde está localizado o imóvel, onde permanecem até o momento. De acordo com as informações fornecidas pela frente de comunicação do movimento, ocupação não está utilizando o interior do estabelecimento e tem como objetivo propor que o espaço torne-se uma EMEI que atenda às demandas de mães que trabalham a noite. Essa é uma política originalmente proposta pelo Pojeto de Lei Espaço Coruja, iniciativa de Marielle Franco em 2017 enquanto vereadora do Rio de Janeiro.
O MTST montou, ainda, uma cozinha solidária durante o ato, que está distribuindo refeições de forma gratuita. Até então, cerca de 50 pessoas participam da ação
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Por Ana Clara Cabral
O projeto TioCapone, o hospital Santa Casa de BH e o Instituto Adotar serão os clientes experimentais atendidos pelas agências da turma do 8º período de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. O anúncio foi feito no último dia 25 de setembro, durante a apresentação das propostas pelas produtoras, integradas pelos estudantes do último período do curso. A 50° edição do evento apresentou os projetos desenvolvidos durante o segundo semestre deste ano pelas produtoras Mantra, Nós e Periódico.
A produtora Periódico relatou a proposta de trabalho que visa valorizar os princípios do jornalismo. Eles irão produzir uma reportagem que mostra a música como ferramenta de transformação para pessoas em vulnerabilidade social em Belo Horizonte. A reportagem destacará programas sociais, com ênfase no projeto Meninos do Rock.
O criador do projeto, TioCapone, iniciou sua participação no evento cantando um trecho da sua música “Os Homi tá chegando”. Ele compartilhou a história do projeto atuante no bairro Leblon, incluindo seu surgimento e desafios enfrentados e expressou a grande satisfação de ser fundador de uma iniciativa que transforma a vida de muitos jovens.
“Tô cansado de provar que
Esse celular é meu
Que o tênis que eu uso
Foi papai que me deu”
Seguindo com as apresentações, a produtora Nós apresentou sua proposta para o cliente Santa Casa, maior complexo hospitalar de Minas Gerais, hoje com dez unidades que atendem todas as faixas etárias e classes sociais, com papel preponderante na área da saúde, especialmente junto aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
A produtora irá desenvolver uma minissérie que evidenciará a inovação dos setores do hospital de alta complexidade do SUS. Com abordagem humanizada, a produção audiovisual ressaltará a importância histórica da Santa Casa.
A Superintendente de Relações Institucionais da Santa Casa, Raquel Ratton, enfatizou que o hospital inova em pesquisa e atendimento de alta complexidade e destacou os frutos da parceria com a produtora.
O Instituto Adotar, atendido pela Mantra é uma organização sem fins lucrativos que se dedica a defender e promover os direitos humanos, com ênfase em crianças e adolescentes institucionalizadas em entidades de acolhimento e comunidades carentes em situação de alta vulnerabilidade social.
Antes de encaminharem os menores de idade para casas de acolhimento, o instituto busca reconstruir seus laços com a família originária. Pensando nisso, a produtora Mantra irá documentar este processo com o intuito de ajudar na divulgação do projeto Adotar. Por isso, vão ajudar na divulgação da organização, para que as pessoas possam conhecer sua pauta e os desafios enfrentados.
A apresentação contou com a presença da fundadora do Instituto Adotar, Monica Rodrigues Corrêa, que falou sobre a história, a importância da adoção e como ela mudou a sua perspectiva de mundo após adotar. “Precisamos fazer diferença nessa terra”, afirmou.
A professora Lourimar Souza explica o papel do presentation, evento que apresenta as agências e produtoras experimentais, e o processo de trabalho que coloca em prática os conhecimentos da graduação.
A professora observou ainda a importância do desenvolvimento do projeto experimental para a construção de competências e habilidades profissionais.
Saiba mais:
Mantra encerra ações promocionais do projeto experimental
Produtora Nós propõe conectar e transformar histórias
Criada para valorização do Jornalismo, Periódico realiza ação promocional
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Kailan Nunes e Larissa Figueiredo
A propagação de fake news nas redes sociais compromete a credibilidade das informações e impacta profundamente a sociedade. Alcançando um público vasto e diversificado, a disseminação de fake news coloca no centro do debate a relação entre a ética e os limites da liberdade de expressão no contexto midiático. Além de demandar esforços legislativos, implica reforçar o papel da informação jornalística na vida social.
Uma pesquisa do Instituto Locomotiva obtida pela Agência Brasil revela que quase 90% da população brasileira admitiu ter acreditado em conteúdos falsos. Segundo o levantamento, oito em cada dez brasileiros já deram credibilidade a fake news, apesar disso, 62% confiam na própria capacidade de distinguir informações falsas das verdadeiras em um conteúdo.
Os conteúdos falsos incluem: 64% sobre venda de produtos, 63% relacionados a propostas em campanhas eleitorais, 62% sobre políticas públicas como vacinação, e 62% envolvendo escândalos políticos. Além disso, 57% afirmaram ter acreditado em informações mentirosas sobre economia, e 51% em fake news relacionadas a segurança pública e sistema penitenciário.
De acordo com dados levantados pela revista Caderno Pedagógico, pelo menos 2 mil publicações envolvendo notícias falsas foram registradas em 2023. O número quadruplicou em relação ao ano de 2018, que corresponde ao período anterior à pandemia.
Os esforços para combater o cenário da desinformação se concentram no legislativo. Projetos como a Lei Brasileira de Liberdade na Internet, Responsabilidade e Transparência Digital na Internet (PL 2630/20), conhecido como PL das fake news são discutidos.
O PL foi aprovado em 2020 pelo Senado e é analisado, há quatro anos, por um grupo composto por parlamentares, professores e especialistas em direito no âmbito digital e representantes da Meta, empresa responsável pelo WhatsApp, Facebook e Instagram.
O Brasil conta com o Marco Civil da Internet que foi instituído pela Lei nº 12.965/2014 e representa um marco regulatório para a governança da internet no Brasil. A Lei Geral de Proteção de Dados é um exemplo de legislação que atua também no âmbito das notícias falsas quando envolvem pessoas físicas, como esclarece a especialista em LGPD e professora do curso de Direito da Fumec, Débora Gonçalves.
Na era digital, os dados se tornaram cobiçados por marcas e empresas. A especialista explica os riscos nessa prática. “Quando eu acesso um site para comprar um sapato, uma roupa, aquela empresa vai recolher meus dados através dos cookies que são instalados no nosso computador e ali vai montar um perfil comportamental do que eu gosto, quais são as minhas preferências, qual o meu número de sapato, da roupa, para onde que eu gosto de viajar. Então, essa tecnologia começa a me identificar e aí ela é como se fosse um quebra-cabeça”, pontuou a professora.
Débora esclarece que a atividade jornalística não está nos limites da LGPD, visto que protege somente pessoas físicas. No entanto, a especialista lista boas práticas para jornalistas estarem de acordo com a legislação de dados.
“Se você vai tratar os dados pessoais de uma pessoa e passar uma informação para terceiros, para a sociedade, colete o consentimento de forma inequívoca. Verifique se os dados estão corretos e fique atento ao dado que está coletando e se de fato aquele dado é necessário. Muitas vezes nós coletamos dados de forma excessiva, então talvez aquele dado que você coletou, ele pode ser anônimo? Se eu preciso identificar quem é?”, indagou a especialista.
Débora explica também os limites da LGPD. “Os dados de pessoa falecida não são protegidos pela Lei de Proteção de Dados, assim como dados da pessoa jurídica. Então, muitas vezes tem empresários, pessoas jurídicas que nos procuram perguntando sobre vazamento de dados, mas LGPD não vai proteger os dados da pessoa jurídica.”
Jornalismo
A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Lina Rocha, destaca a importância da ética e da checagem de informações como pilares fundamentais da profissão jornalística, os desafios enfrentados pelos jornalistas na era digital e a necessidade urgente de regulamentação e fortalecimento das práticas profissionais.
“Eu costumo dizer que um dos maiores concorrentes que nós temos hoje, e desleal, são as fake news,” afirma a presidente. Segundo ela, enquanto o jornalista profissional apura e divulga fatos com conduta ética, técnica e rigor na checagem, as fake news são notícias manipuladas e distorcidas, sem compromisso com a verdade.
Para Lina, o papel do jornalista é crucial na diferenciação entre verdade e desinformação. “A checagem faz toda a diferença. Apontar fontes, sejam oficiais ou não, e explicitar ao público que a matéria passou por uma conferência rigorosa é fundamental”, destaca. Esse processo, segundo ela, garante que o leitor tenha segurança no que está lendo.
Um dos métodos mais eficazes para combater as fake news, de acordo com a jornalista, é confrontar informações falsas com dados verídicos. “Quando o profissional de jornalismo se depara com uma notícia falsa, a forma de combater é confrontar essa notícia com dados reais, apurados pelo jornalista,” explica. Segundo ela, essa conscientização desde o início da carreira é crucial para preparar jornalistas comprometidos com a ética e a verdade.
Lina Rocha também aborda a ética na publicação de notícias, especialmente no contexto das redes sociais, onde a velocidade da informação muitas vezes compromete a verificação. “A ética hoje é um tema universal. Muitas matérias são feitas com o incentivo de ganhar cliques e seguidores. Por isso, é fundamental pensar três vezes antes de publicar algo, apurar bem, ouvir os dois lados”, afirma. Segundo ela, mesmo com a agilidade exigida pela internet, a ética deve sempre estar em primeiro lugar.
Para Lina, a criação de um marco digital que regulamente a conduta ética nas redes sociais é essencial. “O Marco Digital seria uma regulamentação sobre a conduta ética nas redes sociais e a forma como os profissionais que trabalham nelas devem atuar,” explica. Ela defende que a liberdade de expressão deve ser equilibrada com a responsabilidade, evitando que se fale qualquer coisa sem considerar as consequências.
Outro ponto levantado por Lina Rocha é a necessidade de regulamentação e atualização das leis que regem a profissão jornalística. “A profissão sofreu grandes mudanças com o impacto tecnológico. Precisamos atualizar as regulamentações para proteger o profissional que produz a notícia,” argumenta. Ela menciona que a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) está pautando a volta do diploma e outras regulamentações essenciais para fortalecer a profissão.
*Com informações de Maria Júlia Coelho
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Por Vitória Figueiredo
Nos dias 19 e 20 de setembro, a Mostra Fumec 2024 recebeu estudantes do ensino médio, com o objetivo de mostrar os cursos e visita aos laboratórios e estrutura acadêmica da Universidade.
A mostra contou com estandes dos cursos de graduação da Universidade. Nos estandes, alunos monitores dos laboratórios explicaram aos estudantes sobre as graduações oferecidas pela Fumec.
Oficinas
Além dos estandes, oficinas possibilitaram aos visitantes o contato com as práticas realizadas nos cursos. Algumas das atividades foram um Mini Júri sobre o incêndio da Boate Kiss (curso de Direito), oficina de TV (Publicidade e Propaganda e Jornalismo), simulador de voo (Ciências Aeronáuticas).
O curso de Arquitetura e Urbanismo ofereceu uma oficina de tangram que mostrou aos visitantes como casas e prédios ficariam após a construção. Outras oficinas foram de maquete e de desenho de croquis.
A atividade “Pixel Arte”, do curso de Design Gráfico, consistiu em uma pintura de números com cores específicas que, ao final, formou um painel de pixels.
Mostra Fumec
Todos os anos, o evento possibilita aos alunos de Ensino Médio um direcionamento sobre qual carreira escolher, como no caso de Gabriel Damasceno, de 18 anos.
Aluno do terceiro ano do ensino médio, ele está ansioso com a expectativa de decidir o futuro. “Tem aquela cobrança de decidir de uma vez o que a gente quer fazer, tem o Enem daqui a dois meses, estamos terminando algo que estamos acostumados a fazer há muito tempo. Então, além da expectativa, é uma ansiedade muito grande.”
Gabriel conta por que o Jornalismo é sua primeira opção de curso e a perspectiva de estudar na Universidade Fumec.
O coordenador do curso de Comunicação Social, Sérgio Arreguy, destaca a importância da Mostra Fumec para a universidade e a expressiva participação dos alunos da graduação no evento.
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Por Ana Clara Cabral
Mais um dia de ação no pátio da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde (FCH), e dessa vez a cor laranja foi predominante, representando a identidade visual da produtora experimental Mantra.
A produtora que realizou a ação é composta por alunos do 8º período do curso de Comunicação Social da Universidade Fumec.
O presidente da Mantra, André Ribeiro, explicou a proposta da produtora
“A proposta da Mantra é ser uma produtora interessada em abraçar e compreender a alma do cliente na hora de realizar suas produções, fazendo mais do que simplesmente prestar um serviço”.
A ação contou com a presença de alunos, professores e funcionários, além de comidas, bebidas e muita diversão, incluindo a brincadeira de estourar balão e apresentação da DJ Maju, aluna do curso de Jornalismo da Fumec, foi a responsável por agitar o pátio.
Um dos destaques foi o mural de recadinhos, onde os participantes puderam deixar mensagem para os componentes da produtora e fortalecer os laços entre os presentes.
O presidente da Mantra finalizou que um dos objetivos é apresentar para a comunidade acadêmica a produtora:
“A ação também teve o intuito de divulgar e chamar os alunos para o nosso Presentation”.
O Presentation vai acontecer no dia 25 de setembro, às 9h, no Auditório Phoenix, no prédio FCH, quando as produtoras experimentais apresentarão as propostas dos seus projetos.
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Por Ana Clara Cabral
O segundo dia do evento das produtoras experimentais dos alunos do 8º período do curso Comunicação Social da Universidade Fumec foi realizado pela produtora experimental Nós, no pátio da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde (FCH) e contou com a presença dos alunos, professores e funcionários.
A presidente da Nós, Julia Fernandes, pontuou o intuito da ação e importância do trabalho em equipe e cooperação:
“A ação de hoje teve múltiplos objetivos, mas, acima de tudo, foi uma grande prova de que somos capazes de realizar e organizar um evento de grande magnitude, estabelecendo parcerias com patrocinadores e mantendo uma organização durante toda a jornada”.
Júlia conta que a produtora realizará uma produção audiovisual com olhar e tratamento mais humano e colaborativo:
“Somos um time apaixonado que combina habilidades e olhares, com uma abordagem inovadora para explorar formas de comunicação. Nosso propósito é conectar e transformar histórias, unindo técnica, criatividade e um olhar humanizado para gerar resultados impactantes e humanizados”.
As cores rosa e azul prevaleceram no pátio FCH, representando a identidade visual da produtora. Além disso, as ações dos patrocinadores da produtora, rádio Itatiaia e a rádio Light FM, com direito a brindes, comidas, bebidas e brincadeiras com a bebida Lambe Lambe e com animação do DJ Marcos.
Presentation
A ação que ocorreu no pátio FCH também visa chamar os estudantes para o Presentation, lançamento oficial da produtora, que acontecerá no dia 25 de setembro às 9h no auditório Phoenix do prédio FCH.
Julia relata como buscaram explorar uma linguagem cinematográfica por meio da ação, uma vez que são uma produtora audiovisual.
“Através das decorações, lanches e linguagem, uma vez que somos uma produtora audiovisual apaixonada por cultura. E desde a nossa pré-ação, visitando todas as salas do curso de Comunicação da FUMEC, até o grande dia, estamos determinados a criar uma experiência memorável e inspiradora para todos. Esperamos que todos tenham gostado de fazer parte da nossa história participando do nosso evento”.
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Por Ana Clara Freire e Vitória Figueiredo
Na última terça-feira, 17 de setembro, aconteceu a ação da produtora Periódico. Foi o primeiro evento das produtoras experimentais criadas no segundo semestre de 2024. Os fundadores da Periódico são alunos do 8° período do curso Comunicação Social – Jornalismo da Universidade FUMEC.
O evento foi realizado no pátio da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde (FCH). Brincadeiras, correio elegante e entrega de brindes divertiram alunos, professores e funcionários. A ação contou com presença da DJ Mari e distribuição de comidas e bebidas.
Páginas de jornais decoraram o pátio da FCH, fazendo referência ao tema principal da produtora Periódico: a valorização do Jornalismo. O projeto experimental desenvolvido pelos alunos resultará em uma reportagem sobre a música como fator de mudança social para os moradores de comunidades de Belo Horizonte.
A produtora
A vice-presidente da produtora, Ana Luiza Adolfo, explica que a Periódico foi criada para defender e valorizar o Jornalismo. “Sempre fomos uma turma apaixonada pelo Jornalismo, pelos objetivos e princípios da profissão”, relata. “Em uma das aulas, surgiu a ideia de fazer palestras e movimentos na universidade, com o objetivo de valorizar o curso e mostrar, para os novos alunos e até para os próprios professores, o quanto o jornalismo é importante e o quanto é essencial preservar os princípios jornalísticos”. Segundo Ana Luiza, após a transformação da Periódico em produtora experimental, a proteção dos princípios e objetivos do Jornalismo continuou a ser a ideia central do grupo.
Projeto experimental
Além de defender o Jornalismo, a produtora tem outro objetivo: “Queremos, também, chegar a lugares onde, na maioria das vezes, as pessoas não têm voz e não são ouvidas”, explica a vice-presidente. “Nosso objetivo é mostrar a realidade dessas pessoas.”
O projeto experimental da produtora Periódico será uma reportagem cujo tema é a música como forma de transformação social na vida de pessoas nas periferias de Belo Horizonte.Ana Luiza relata que os projetos musicais nessas regiões geram mudanças sociais, mas enfrentam desvalorização. “Os projetos nem sempre recebem a atenção que merecem”, esclarece. “Os resultados dessas ações e seus impactos na vida de crianças, jovens e adultos nem sempre são mostrados à sociedade”, ressalta. “Esses projetos, muitas vezes, evitam que as pessoas sigam por uma ‘vida errada.”
Ana Luiza explica o papel da Periódico em relação à temática escolhida: “Enquanto produtora, o nosso objetivo é alcançar essas pessoas e esses locais, preservando a confiabilidade e a integridade do jornalismo”, conta. “Mas de forma mais leve e atual, sem perder essa essência”, finaliza.
Presentation
No dia 25 de setembro, os participantes da Periódico e das demais produtoras experimentais apresentarão seus projetos à comunidade acadêmica da Universidade Fumec. O evento ocorrerá a partir das 9h, no Auditório Phoenix, na FCH.
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Por Ana Clara Cabral, Ana Luíza Adolfo e Pedro Paiva
A mídia tem um papel fundamental na formação da opinião pública e construção da realidade social. Considerando o mundo dominado por um ciclo frenético de notícias, a busca por atenção se torna cada vez mais acirrada. Nesse cenário, coberturas sensacionalistas ganham força, capturando olhares e gerando cliques.
O dicionário Oxford Languages define sensacionalismo como o uso e efeito de assuntos sensacionais, capazes de causar impacto, de chocar a opinião pública, sem que haja qualquer preocupação com a veracidade. De acordo com a doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Cristina Leite Peixoto, apesar do uso comum da forma sensacionalista de fazer jornalismo, a prática é muito antiga. “É difícil citar quando exatamente começaram as práticas sensacionalistas no jornalismo, mas, há registros do século 19 nos Estados Unidos e na França em que reportagens de tom sensacional são colocadas em destaque, então podemos dizer que o estilo sensacionalista acompanha o jornalismo tradicional desde o seu início”, ressalta a socióloga.
O filósofo e sociólogo polonês, Zygmunt Bauman (1925-2017) em sua obra Liquid Modernity (2000) analisa a “sociedade líquida”, caracterizada pela incerteza, individualismo e fragilidade dos laços sociais. O autor explora como a violência na mídia pode ser vista como um sintoma dessa sociedade em crise, e como ela contribui para a sensação de medo e insegurança entre as pessoas.
Violência
A repetição exaustiva de crimes violentos nas manchetes pode causar a sensação de que a violência está em toda parte e em qualquer momento, levando as pessoas a se isolarem, restringindo sua liberdade e alterando seu comportamento. Além disso, o sensacionalismo muitas vezes distorce a realidade, apresentando os fatos de forma exagerada e descontextualizada. Essa desinformação pode contribuir para a criação de estereótipos e o aumento do preconceito contra grupos específicos, alimentando a discriminação e a segregação social.
De acordo com um levantamento feito em 2023 por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de 2001 até outubro de 2023 foram registrados 36 ataques com a intenção de causar morte e que tenham sido planejados contra escolas públicas ou privadas no país. Do total, 26 aconteceram a partir de 2019. Um exemplo recente disso é o Massacre de Suzano. Em 2019, um ataque a tiros em uma escola da cidade de Suzano, em São Paulo, deixou 10 mortos. A cobertura sensacionalista do caso, com imagens fortes e manchetes chamativas, gerou pânico na comunidade e nas escolas de todo o país, além de banalizar a violência e dificultar o debate sobre suas raízes.
A exposição constante à violência na mídia pode levar à dessensibilização do público. Com o tempo, atos violentos podem se tornar banais, perdendo impacto emocional e tornando-se mais aceitáveis. A normalização da violência pode aumentar o risco de comportamentos violentos na sociedade. A cobertura sensacionalista de um crime, por exemplo, que inspira outros a cometerem atos semelhantes, buscando imitar o que viram, ou buscando a mesma notoriedade. O efeito de contágio é especialmente prejudicial em comunidades já fragilizadas pela violência.
O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros (CEB), estabelecido pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), apresenta em seu sétimo artigo a vedação ao uso do jornalismo para incitar a violência, a intolerância e o arbítrio. Entretanto, a repetição exaustiva de crimes violentos nas manchetes pode influenciar o comportamento de indivíduos, incitando o ódio social, a discriminação e a violência. Fatores como a falta de regulação das redes sociais também facilitam a promoção de discursos de ódio.
A mestre em psicanálise pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Izabel Azzi, afirma que cada indivíduo, com suas particularidades, pode reagir de uma forma ao conteúdo que recebe. “O ser humano é complexo, parte da nossa psique é atraída pelo mal, agressivo e violento. Esse tipo de notícia atrai por ser algo que as pessoas temem que aconteça com elas, mas também pode ser porque elas tenham um prazer sádico de ver e saber sobre determinado assunto ou porque tenham prazer com o sofrimento alheio”, completa.
Segundo ela, o sensacionalismo tem como objetivo a manipulação em massa e na maioria das vezes é consumido por pessoas sem senso crítico, pessoas facilmente influenciáveis e vulneráveis psicologicamente, por isso pode ter sérios reflexos no dia a dia. “No cotidiano, o sensacionalismo pode aumentar a alienação de alguns indivíduos, a falta de crítica, conhecimento, cultura e educação. Além de promover preconceitos e pensamentos políticos distorcidos”, ressalta a psicanalista.
Espetáculo
O código de ética serve como um guia fundamental para a conduta profissional dos jornalistas que orienta sobre o compromisso do jornalista com a verdade e a informação e com a apuração precisa e a correta divulgação dos fatos. Contudo, é possível observar que ambos são violados com a espetacularização das notícias, promovendo a desinformação e manipulação da opinião pública, a perda de credibilidade da mídia, o desrespeito à privacidade das fontes e até mesmo o aumento da violência e do ódio social.
A jornalista e professora universitária Elisangela Colodeti, ressalta que a espetacularização das notícias dialogam mais com o entretenimento do que com o jornalismo informativo e por isso é considerada inadequada. Entretanto, segundo ela, o jornalismo tradicional também utiliza técnicas presentes na linguagem sensacionalista.
“O jornalismo sensacionalista dialoga com as emoções de quem vai consumir determinado conteúdo, mas, muitas vezes, nós, do jornalismo informativo, precisamos usar técnicas menos explícitas para dialogar com esse lado do nosso espectador. Por exemplo, para escrever manchetes, títulos e intertítulos, sempre pensamos na forma em que devemos escrever para prender a atenção do leitor, mas, observando os limites para não ultrapassar a ética jornalística”, enfatiza Elisangela.
A jornalista afirma que a reação do público é uma incógnita e, de acordo com ela, existem públicos que entendem o sensacionalismo como um aprofundamento da notícia e que, por isso, consideram o modelo mais adequado. Já outras pessoas, com senso crítico mais aflorado, tendem a ver o estilo ultrapassando os limites do que realmente é de interesse público.
A cobertura jornalística de crimes, de forma responsável, não alimenta o medo, a desinformação e a normalização da violência. A sociedade também tem um papel importante na construção de sua mídia. É crucial que os consumidores de informação sejam críticos e questionadores, buscando fontes confiáveis e cobrando um jornalismo ético. Colodeti comenta a seguir sobre os procedimentos adotados na cobertura dos ataques em escola e crimes.
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Por Laura Mariano, Vitor Rodrigues e Yasmin Mello
O jornalismo exerce um papel crucial na democracia ao informar o público, promover a transparência e fiscalizar os poderes instituídos. No entanto, o poder da informação jornalística vem acompanhado de responsabilidade ética em contextos onde a concentração dos meios de comunicação pode comprometer a pluralidade de vozes e a diversidade de opiniões.
O Brasil possui os piores índices de pluralidade na mídia entre 12 países em desenvolvimento avaliados pelo Monitor de Propriedade de Mídia. Essa análise é uma iniciativa dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), coordenada pelo Intervozes, organização da sociedade civil que defende o direito à comunicação.
Na televisão, mídia mais consumida pelos brasileiros, a Globo, SBT, Record e Band concentram 71,1% da audiência nacional. A mídia impressa também apresenta alto risco para a diversidade de opiniões: 50% da audiência concentrada nos quatro principais grupos, entre eles Globo, Folha, RBS e Sada.
Segundo Pablo Figueiredo, coordenador nacional de Relações Internacionais do partido Rede Sustentabilidade, é indispensável uma melhor regulamentação para democratizar o acesso dos políticos aos meios de comunicação.
Veículos influentes estão sob domínio de grandes nomes da política, causando uma exposição dos leitores à uma possível manipulação de informações. A era da web facilita o acesso a diferentes pontos de vista e tratamento de notícias, mas, em contrapartida, foi aberta a margem para as famosas fake news.
Comunicação e política
Momentos históricos do país têm relação direta com os veículos de comunicação: no período da Ditadura Milita, a imprensa sofria retaliações e apoio de governantes militares, em especial, por conta de episódios de censura e manipulação de enfoque. Um dos mais polêmicos se trata do o debate ao vivo organizado por um pool de emissoras ocorreu entre o candidato do PT, Lula, e o candidato do PRN, Fernando Collor de Mello. O Partido dos Trabalhadores acusou a Globo de privilegiar o candidato do PRN, apontando que a edição colocado no Jornal Nacional contou com os melhores momentos de Collor no debate e os piores de Lula. Além disso, Collor teve ainda mais tempo de tela do que o adversário.
A Rede Globo fez um mea-culpa pela edição do debate entre Lula e Fernando Collor, 26 anos depois. Confira a reportagem na íntegra.
Existem leis que permitem a política e o jornalismo andarem lado a lado, mas sem interferência direta. Matheus Ephina, advogado eleitoral, partidário e administrativo explica: “Segundo o Art. 54 da Constituição Federal, os deputados e senadores não podem firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, bem como são proibidos de serem proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada”.
Pedro Mamede, coordenador de Comunicação do gabinete da deputada estadual Ana Paula Siqueira e coordenador de Comunicação da Executiva Municipal do partido Rede Sustentabilidade, conta que comunicação e política estão sempre muito relacionadas, uma vez que a política é a arte do diálogo. “Hoje, com o uso da internet, a proliferação é muito mais alta, assim como a facilitação da propagação de notícias falsas, polarização e radicalização”, afirma o comunicador que também comenta sobre as formação de bolhas de opinião nas redes que dificultam ainda mais o debate público, principalmente nesse momento de radicalização vivido no país.
Enfrenta-se no Brasil um desencanto que leva muitos cidadãos a se desinteressarem por política, o fenômeno é chamado de analfabetismo político: cidadãos se abstêm de votar, votam branco ou nulo, ou sequer sabem sobre o que estão votando. O resultado é a representatividade falha e governos eleitos com uma base de apoio limitada. “As pessoas têm muito descrédito com política. Há também um certo desconhecimento do público do papel de cada um, às vezes cobra asfaltamento de rua para deputado estadual sendo que uma competência de vereador”, finaliza Mamede.
Ética jornalística
A concentração dos meios de comunicação no Brasil e sua ligação direta com a política é uma discussão que precede a era digital. Desde os anos 90 essa temática é abordada nos cursos de comunicação e o cenário atualmente vem passando por mudanças. Para a pesquisadora social e gestora de projetos com a comunidade, Viviane Loyola, além de seguir o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, o profissional em questão sempre tem que estar atento à credibilidade da fonte e certificar que a linguagem do texto esteja correta e de fácil entendimento.
“Além das questões gerais e atemporais do ponto de vista ético, têm as questões da contemporaneidade. Como a necessidade da checagem e ‘rechecagem’ de dados, porque o volume de desinformação produzida é muito grande. Outra questão que eu considero ética é o compromisso com a qualidade do texto”, afirma Loyola.
Foto: Acervo pessoal
Viviane acentua que o trabalho de apuração precisa ser feito com critério e ouvindo todos os lados, para que haja esclarecimento do tema e conscientização da população, assim contribuindo com a educação e a cidadania.
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Capas das revistas produzidas pelos alunos do 1° período, com os temas generalidades, esportes, Fórmula 1 e moda
Créditos da imagem: Vitória Figueiredo
Por Vitória Figueiredo
Os alunos do 1° período de Comunicação Social da Fumec (Jornalismo e Publicidade e Propaganda) produziram revistas impressas para a matéria de Redação. O conteúdo das revistas inclui textos produzidos pelos alunos ao longo do semestre.
Juliano Azevedo, professor da Universidade Fumec e responsável pela disciplina de Redação, comentou sobre a proposta da atividade:
“A matéria de Redação prevê que os alunos produzam textos básicos da literatura, para serem aplicados na redação publicitária e na redação jornalística. É um trabalho chamado de mídia impressa”, relata. “Serve para os alunos reconhecerem como funciona a aplicação, na Publicidade e no Jornalismo, de crônicas, contos, artigos opinativos, editoriais, estudo de tipografia e resenha crítica (de filmes ou séries ou livros, ou críticas literárias)”, explica Juliano, citando os gêneros textuais presentes nas revistas.
Juliano acredita que o trabalho é benéfico para os alunos: “A atividade é importante para os alunos escreverem e produzirem. É fundamental que eles saibam como esses textos são publicados, como é o trabalho, tanto jornalístico como publicitário, de conhecer a mídia impressa, seja na parte textual, seja na parte gráfica”, ressalta.
Revistas
O professor acredita que a atividade proporciona maior entendimento sobre a produção de uma revista: “É importante para entender o veículo revista: como ele é feito, como é o relacionamento com a gráfica, o que é uma produção editorial, o que é o papel, sua gramatura, seu tipo, os acabamentos necessários para fazer uma revista, o tipo de impressão, como fazer a escolha entre RGB e CMYK, escolher as cores, saber como usar a fotografia, fazer a diagramação, entender todo esse processo de construção gráfica”, enumera.
Conteúdos
Segundo Juliano, os alunos produziram textos de diferentes gêneros ao longo do semestre e, ao final, escolheram quais estariam presentes nas revistas. “Cada grupo pôde escolher um conceito que nortearia a revista: esportes, moda, generalidades, cultura etc”, conta. “ Todos os textos deveriam estar relacionados àquele conceito. O objetivo é materializar esses textos em uma mídia impressa”, finaliza.
Os temas das revistas foram Fórmula 1, moda, generalidades e esportes. A seguir, o professor comenta sobre os resultados do trabalho:
Leia, a seguir, as revistas produzidas pelos alunos:
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Por Júlia Garcia, Ketlen Luiza, Klara Giovanardi, Nitiele Freitas e Miguel Lobato
Créditos: arquivo pessoal
No universo da cirurgia plástica, a busca por uma estética aprimorada, muitas vezes, é acompanhada pela necessidade de uma recuperação cuidadosa. A fisioterapia tem papel importante no processo pós cirúrgico, por meio de abordagens personalizadas e cuidados específicos.
O Conecta conversou com a fisioterapeuta Karla de Souza. Pós-graduada em dermato funcional e pós-operatório, a profissional explicou sobre as contribuições da fisioterapia para a recuperação física e emocional dos pacientes que buscam por transformações estéticas.
Leia a seguir entrevista sobre o assunto com Karla de Souza.
Conecta: Quais os benefícios da fisioterapia no processo de pós-operatório das cirurgias plásticas?
Karla de Souza: A fisioterapia ajuda a minimizar o processo inflamatório, traz conforto e bem estar para o paciente. Ela é essencial à realização de manobras de terapias manuais, para ajudar no resultado final da cirurgia e na prevenção de complicações cirúrgicas.
Conecta: Como uma fisioterapia personalizada pode auxiliar no pós-operatório de cirurgias plásticas ?
KS:. Cada cirurgia e cirurgião apresenta uma técnica cirúrgica. Para uma fisioterapia personalizada, o fisioterapeuta precisa não só estar alinhado com o cirurgião, mas, também, com a cirurgia. Uma fisioterapia personalizada é essencial, pois cada cirurgia plástica apresenta desafios específicos. O trabalho em equipe faz total diferença para um pós operatório de excelência, que priorize sempre o paciente.
“Uma fisioterapia personalizada é essencial,
pois cada cirurgia plástica apresenta desafios específicos”
Conecta: Existem abordagens específicas para lidar com a dor após procedimentos estéticos?
KS: Sim. Técnicas de transferência linfática manual, massagem terapêutica e exercícios específicos podem ser incorporadas para promover a circulação linfática, reduzir o surto e aliviar a dor, proporcionando um conforto maior ao paciente. Fatores externos podem ocorrer e prejudicar a cirurgia do paciente. Por exemplo, o manejo dos pacientes com a incisão cirúrgica e a evolução de uma necrose (morte do tecido por falta de nutrição sanguínea). Nestes casos, temos que agir de forma diferente. Um recurso a ser utilizado pela fisioterapia é a eletroterapia: utilizamos o laser de baixa potência para melhorar a irrigação sanguínea e nutrir o tecido.
Conecta: Em que momento pós-cirúrgico é mais indicado iniciar a fisioterapia e por quê?
KS: Costumo dizer que desde a consulta pré-operatória, onde se inicia a jornada do paciente. Vamos conhecer o histórico dele, sanar todas as dúvidas e alinhar as condutas do pós-operatório. Após esse primeiro momento, iniciamos o primeiro atendimento no bloco cirúrgico. Outro momento é logo após o fim da cirurgia, com a aplicação do Tape Mecano Modulador, que é uma bandagem elástica aplicada de forma estratégica para diminuir o processo inflamatório, proporcionando uma recuperação mais rápida e evitando complicações pós-cirúrgicas. O paciente irá permanecer com esse Tape por 7 dias, em média. Depois, retiramos o Tape.
“Técnicas ajudam a prevenir a formação de aderências, melhoram
a elasticidade dos tecidos e promovem cicatrização mais eficaz”
Conecta: A fisioterapia pode contribuir para a melhoria da cicatrização e redução de possíveis complicações?
KS: Com certeza. A fisioterapia desempenha um papel fundamental na melhoria da cicatrização e na redução de complicações. Técnicas como massagem cicatricial, mobilização técnica e exercícios específicos ajudam a prevenir a formação de aderências, melhoram a elasticidade dos tecidos e promovem uma cicatrização mais eficaz. Além disso, logo após a finalização da cirurgia, começamos a fisioterapia, com aplicação do Tape intra-operatório. Essa aplicação proporciona um pós-operatório mais seguro, ou seja, com menos dor, menos inchaço, menos equimoses (roxos), mais controle dos movimentos e, consequentemente, uma recuperação mais rápida.
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Por João Pedro Bretas, Jonnathan Anthony, Maria Julia Coelho Vieira e Milena Andrade
o impacto dos padrões de beleza na saúde mental
Créditos da imagem: arquivo pessoal
Muitas vezes, os indivíduos que desenvolvem transtornos alimentares, como compulsão alimentar, anorexia e bulimia, são influenciados por ideais de beleza inatingíveis, propagados pela mídia e sociedade em geral. A pressão para se enquadrar nesses padrões pode levar a uma autoimagem distorcida. Uma das consequências da busca pela “perfeição” estética são os comportamentos alimentares prejudiciais.
O Conecta conversou sobre o assunto com a médica psiquiatra e psicoterapeuta Tamara Marques Kenski, formada na Faculdade de Medicina de Juiz de Fora. A profissional cita movimentos como o “Body Positive” (que luta contra a disciminação de corpos considerados ‘fora do padrão’.) e explica sobre a influência desse movimento nas gerações X (nascidos entre 1965 e 1981) e Y (nascidos entre 1982 e 1994).
A médica enfatiza a importância de desafiar os padrões de beleza impostos pela sociedade com o objetivo de promover uma relação mais saudável com a alimentação e a imagem corporal, contribuindo para a prevenção e tratamento dos transtornos alimentares. Segundo ela, não é incomum que indivíduos depressivos e ansiosos desenvolvam transtornos alimentares. Em relação ao tratamento, pode-se buscar ajuda por meio de terapia cognitivo-comportamental, auxiliada por intervenções farmacológicas.
Leia a seguir entrevista sobre o assunto com Tamara Marques.
Conecta: Em sua experiência clínica, como a busca pelos padrões de beleza promovidos na internet afeta a autoestima dos indivíduos?
Tamara Marques : O excesso de “perfeição” é uma influência negativa. Pense comigo: se toda vez que produzir conteúdo, uma influenciadora aparecer “perfeita”, diversas pessoas irão se inspirar nela e buscarão pelo mesmo objetivo, por essa “perfeição”. Dessa forma, as pessoas nunca estarão satisfeitas, pois esse é um padrão que não existe e, nisso, muitos correm risco de vida ao tentarem alcançar tais objetivos.
Conecta: Você acha que a sociedade e a mídia influenciam a percepção do corpo e a relação das pessoas com a comida?
T.M: Com certeza. Os jovens são muito influenciados pelas mídias. E essa influência afeta pessoas até os 35 anos, mais ou menos. Ela pode ser tanto para coisas boas quanto para coisas ruins. Existem coisas que, se não víssemos, não iríamos desejar: se não existisse a internet, talvez eu não teria o visual que tenho, não me vestiria como me visto, por exemplo. Desejamos coisas que não são nossas vontades genuínas. Mas, em contrapartida, do mesmo jeito que podemos ser influenciados por padrões, podemos ser influenciados a nos amar mais.
“Podemos ser influenciados por padrões, mas também a nos amar mais”
Conecta: Como o movimento Body Positive pode alcançar não só os jovens, mas as gerações X e Y?
T.M.: Nos jovens, o Body Positive é penetrável, pois eles são muito influenciados pelo que veem na internet. Por outro lado, eu acho mais difícil uma pessoa mais velha ser influenciada dessa forma. As pessoas mais vividas já sofreram muito pelos padrões antiquados impostos pela sociedade. Ações e campanhas de mídia e internet não as alcançam. Essas são as mesmas pessoas que, quando procuram um médico, já estão desacreditadas e continuam assim. Então, para atingir pessoas mais velhas, creio que precisaria ser algo mais delicado. Atingir esse público não pode ser através de algo tão superficial.
“Quando atendo pessoas de idades diferentes,
uso linguagens diferentes, mas a mensagem é a mesma”
Conecta: Quais mudanças positivas você espera ver na abordagem da sociedade em relação aos transtornos alimentares?
T.M: Criação de campanhas motivacionais. Precisamos da desconstrução do padrão “perfeito”. A ideia de acolher corpos, a naturalidade, deixa a gente mais à vontade, como tem sido atualmente em desfiles ou revistas com pessoas comuns. Outra forma de abordagem seria, também, pelas novelas, considerando que são mais assistidas pelo público mais velho.
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Por Nathália Melissa, Bruna Luane, Giovanna Ribeiro, Sofia Ribeiro, Antônio D’Ávila e Maria Eduarda Maldonado
Créditos: Arquivo pessoal/Instagram
Ser um artista independente no Brasil, em 2024, é um desafio que se desenha em dois cenários complexos, mas intrinsecamente conectados. Em um contexto em que as inovações tecnológicas facilitam o acesso a plataformas virtuais, a vida de um artista independente ganha uma nova dimensão, permitindo que qualquer paixão se transforme em um produto digital. A liberdade criativa é a essência, mas a vida dupla, muitas vezes, se manifesta na busca por uma segunda fonte de renda. Muitos artistas independentes precisam conciliar seu trabalho artístico com empregos convencionais, realidade necessária para garantir estabilidade financeira. Essa dualidade não apenas requer habilidades de gestão de tempo, mas também resiliência para navegar entre os dois mundos.
Além de professor da Universidade Fumec, nos cursos de Comunicação, Computação Gráfica e Design de Jogos, Danilo Aroeira é ilustrador. Dentre suas publicações, destacam-se livros infantis e infantojuvenis, como “Um sonho careca” (2016) e “O sorriso de João” (2015), ambos em parceria com a escritora Dra. Raquel Vilela, e “Trocadilhos Dragon Ball” (2018). O artista é criador da premiada webcomic “Samurai Boy” e coautor de “Alynna” (2019), em colaboração com a escritora Laís Menini. Danilo falou ao Conecta sobre suas experiências e percepções sobre a arte. Leia a entrevista completa a seguir.
Conecta – Sabendo das dificuldades que um artista enfrenta atualmente, como é dar aulas para universitários?
Danilo Aroeira – Essa é uma pergunta muito complexa, até porque nos cursos que eu leciono, nem todo mundo quer se tornar artista. Eu procuro dar uma visão criativa para as profissões que os alunos buscam e tentar oferecer a minha contribuição e minha experiência pessoal o máximo possível, dentro das especificidades de cada jornada. Isso, então, vai significar coisas diferentes para quem busca uma carreira no Jornalismo, na Publicidade ou no Audiovisual, no caso de Computação Gráfica ou na indústria de jogos. Então, sim, têm vertentes diferentes, de acordo com os perfis dos meus alunos. Num curso com, essencialmente, uma orientação mais artística, como o Audiovisual ou Design de Jogos, existem alunos que vão procurar um caminho similar ao da comunicação, vão trabalhar em produtoras ou em TV. A abordagem tenderá para esse lado mais criativo.Minha abordagem é não tentar focar tanto no lado artístico, porque esse não é o campo de trabalho desejado por todo mundo, mas tentar ver como essa característica ou essa visão de mundo pode contribuir para jornadas que têm interface com carreiras criativas, independentemente do seu objetivo final.
Conecta: Qual a sua opinião sobre a Inteligência Artificial?
DA: Acho que a Inteligência Artificial, de maneira geral, é uma ferramenta útil. Ela já está presente na nossa vida antes da popularização do nome IA, que têm se tornado conhecido ultimamente, devido, principalmente, ao advento do chat GPT.
Desde os anos 70, quase todos os jogos digitais possuem algum tipo de Inteligência Artificial. Ela é muito usada nos algoritmos das redes sociais desde 2002. Todas as versões emergentes de redes sociais têm algum outro tipo de inteligência artificial, que recomenda contatos e seguidores.
“Se tem alguém iludido, achando que redator de prompt será uma profissão,
é muito importante que essa pessoa caia dessa cadeira o quanto antes,
porque não vai”
Conecta: E o que você pensa sobre as Inteligências Artificiais generativas, como Chat GPT?
DA: Para mim, as inteligências artificiais generativas (aquelas capazes de criar conteúdos do zero: imagens, vídeos, textos, etc), como “Chat GPT”, “Midjourney”, entre outras, são extremamente nocivas e partem de um lugar muito antiético: após o usuário digitar o prompt (o que deseja que as IAs criem), elas ”roubam” conteúdos para poder gerar o produto. E, além disso, as inteligências artificiais causam um desequilíbrio na balança profissional de diversas atividades. Os produtores de conteúdo para internet já foram impactados pela concorrência oferecida pelo “ChatGPT”.
Conecta: De que forma o trabalho dos artistas é impactado pela IA?
DA: Quem trabalha com arte em geral, como artes visuais, ilustração e design, foi prejudicado pela concorrência de dispositivos como “Stable Diffusion” (que cria imagens realistas a partir de comandos textuais). Isso não deveria ser um problema se a ferramenta fosse, de fato, criada para auxiliar profissionais de artes visuais e de texto. Mas essas ferramentas não são criadas para nos ajudar, são criadas para nos substituir.
“As ferramentas de IA são criadas para nos substituir”
Conecta: Como você acredita que, futuramente, o Chat GPT impactará os empregos das pessoas?
DA: O cargo de “redator de prompts” (comandos textuais para IA) não será uma profissão. Em sua versão mais avançada, o “Chat GPT” já escreve prompts para si mesmo e para outras ferramentas. A redação humana de prompts não é uma habilidade que vale a pena ser aprendida, pois não vai se sustentar por muito tempo. No futuro, a profissão será sucateada e os poucos profissionais que forem prompt master serão super explorados, porque vão ter que fazer, sozinhos, o trabalho de muitas pessoas. (prompt masters são profissionais que delegam tarefas à Inteligência Artificial).
Conecta: A grande demanda pela arte digital afeta seu trabalho?
DA: Meu trabalho é afetado positivamente, porque a arte digital é o que faço com maior relevância. E, diferentemente das inteligências artificiais, a arte digital é uma ferramenta extremamente útil. É inevitável trabalhar com o digital em alguma das etapas do processo. Na maioria dos trabalhos que faço para clientes, eu opto por trabalhar de forma 100% digital. (embora, em algum outro, ainda tenha uma etapa analógica, que é a de tinta no papel). Faço essa escolha devido à praticidade, à agilidade, por ser industrialmente mais adequado, por economizar muito tempo e evitar o desperdício de materiais. O mercado também absorve melhor a arte digital, então eu priorizo trabalhar com ela.
“A maior dificuldade está em que alguns artistas não conseguem fazer
uma promoção do próprio trabalho que seja profissional”
Conecta: Você acredita que o conflito entre artistas usuários de arte digital e de arte analógica te envolve e te afeta?
DA: A crença nesse conflito é algo que está na cabeça de quem não é artista. Entre os artistas, não há essa rixa. Artistas não consideram a arte digital melhor ou pior do que a física. Muitos artistas trabalham com os dois tipos de arte. Eu trabalho com os dois. Opto por usar mais o digital, porque é mais prático no meu dia a dia. Mas, entre os artistas, essa disputa não existe. No dia a dia, isso não me afeta em nada. As pessoas não têm nenhum tipo de preconceito nesse sentido e os meus clientes não se importam com isso. Pelo contrário, às vezes nem fazem esse discernimento.
Conecta: Quais são os principais desafios enfrentados por artistas independentes ao equilibrar a busca pela expressão artística e a necessidade prática de garantir uma fonte de renda estável?
DA: A maior dificuldade está em que alguns artistas não conseguem promover o próprio trabalho de forma profissional. Algo interessante de ser feito para divulgação é o release. Tenho uma amiga influenciadora. Às vezes, artistas mandam materiais para ela, já esperando alguma divulgação. Ela fez um conteúdo muito interessante, orientando os artistas a como fazer release. É algo muito legal e que pode servir de utilidade pública, porque pode haver alguns artistas que, talvez, não saibam o que é um release, como fazê-lo, quais as utilidades dele, como procurar veículos e influenciadores para divulgação, quais releases são adequados para o tipo de produto feito pelo artista.
“As inteligências artificiais generativas, se não forem reguladas,
podem impactar o cenário artístico de maneira muito negativa”
Conecta: O que um artista pode fazer para ter mais sucesso na divulgação de seu trabalho?
DA: Não é qualquer tipo de divulgação nas redes sociais que funcionará para todo mundo. É necessário que cada artista encontre o seu público e saiba como chegar até ele da maneira mais profissional possível. Eu acho que o principal gargalo é distribuir o seu trabalho. Existe mercado e demanda para todo tipo de arte, para todo tipo de perfil, de artista independente e de outras naturezas.O grande desafio é saber onde está o seu público, como chegar até ele.
Conecta: Você sentiu dificuldade em precificar suas obras e conseguir vender seu trabalho?
DA: No começo, eu tinha essa dificuldade. É muito comum que artistas maduros tenham essa dificuldade mesmo. Assim, acabam jogando o valor do seu trabalho muito pra baixo. Precificar o trabalho é algo que a gente aprende com o tempo. No caso do mercado de ilustração, existem as comunidades de ilustradores, os grupos de ilustração e os grupos profissionais de ilustração. Quando eu estava na faculdade, uma fonte de estudo muito importante para mim foi a Associação Brasileira de Ilustradores Profissionais. Eles tinham um repositório muito grande de informações sobre contratos, orçamento, precificação. Isso me ajudou muito a entender como se posicionar, precificar o trabalho, saber para que tipo de cliente se deve cobrar.
“É necessário que cada artista encontre o seu público e saiba como chegar
até ele da maneira mais profissional possível”
Conecta: E agora, como funciona seu sistema de precificação?
DA: Por exemplo: vou gastar o mesmo tempo e, talvez, até os mesmos recursos, com uma ilustração de um pet de uma pessoa e com uma ilustração para uma grande marca. A diferença é que a grande marca vai expor essa ilustração para milhões de pessoas e vai lucrar muito mais com ela. Então, mesmo que eu gaste o mesmo tempo com os dois trabalhos, cobro mais para a grande marca, porque ela vai tirar maior valor do meu trabalho.
Conecta: Ainda sobre a precificação, qual dica você daria aos artistas iniciantes?
DA: A dica que eu dou para quem está começando hoje, se a pessoa ainda está estudando para ter uma formação na área, é cobrar o que seria um “valor de estagiário”: uma fração do valor de mercado. Depois que a pessoa se considerar pronta, sugiro que ela passe a cobrar o valor de mercado, incluindo adicionais em cima de cada condição. Algumas condições seriam, por exemplo: se o cliente é uma empresa grande (o que fará você ser exposto com seu trabalho), se o trabalho será licenciado por muito tempo, se a pessoa quer ter direitos de uso daquela imagem por muitos anos, dentre outras coisas. Para muita gente, tudo isso vai onerando cada vez mais o trabalho e fazendo com que o valor cobrado pelo artista também aumente. A necessidade de abaixar esse preço quando a situação demanda também faz parte da realidade de quem trabalha com arte.
“Quando a criatividade humana intacta e genuína for cada vez mais rara,
ela vai ser cada vez mais valorizada”
Conecta: Como professor e artista, você acredita que as pessoas perderam o interesse por fazer arte?
DA: Não. Pelo contrário. Eu acho que o interesse das pessoas por fazer arte está aumentando.. Cada vez mais eu vejo mais artistas, mais gente procurando esse tipo de coisa, porque, na realidade, a arte é uma necessidade humana. É necessário que a gente se expresse, se comunique de outras formas que não sejam as conversas que temos no dia a dia. Às vezes, pessoas muito introspectivas não gostam de interagir socialmente, mas se expressam de maneira muito voraz e grandiosa por meio da arte que produzem.
Conecta: Qual sua opinião sobre esse aumento de interesse das pessoas pela arte?
DA: Eu vejo que, à medida que a população cresce, a proporção de artistas também cresce. Porque na verdade, todo mundo é um pouco artista. Tem pessoas que abandonam esse caminho pelas pressões sociais, pela necessidade de sobrevivência ou por outro motivo. Mas eu torço para que todo mundo possa se expressar artisticamente, mesmo que de maneira não profissional. Os benefícios da arte para a saúde mental e o bem-estar são muito grandes. Vejo que essa busca por arte tem aumentado de maneira crescente. Pessoalmente, torço para que ela continue acontecendo, cada vez mais.
Conecta: Quais são as suas expectativas para o futuro no cenário artístico?
DA: As inteligências artificiais generativas, se não forem reguladas, podem impactar o cenário artístico de maneira muito negativa. Vai chegar uma época em que a maioria das imagens e dos textos existentes no mundo serão provenientes de inteligências artificiais. Será mais difícil para nós, artistas, sobrevivermos e sermos remunerados pela arte que fazemos. Se continuar nessa vertente, as poucas pessoas que continuarão relevantes no cenário artístico serão as pessoas genuinamente mais criativas, mais inovadoras, com maior sensibilidade. Quando a criatividade humana genuína for cada vez mais rara, ela será cada vez mais valorizada.
“Eu acho que o artista tem que ter liberdade artística,
mas não liberdade para cometer crimes”
Conecta: Em suas obras, como “Sorriso de João” e “Um Sonho careca”, há uma enorme sensibilidade artística. Você vê a arte com um olhar crítico ou político?
DA: A arte não tem como não ser política. Toda a arte é fruto da sua cultura, do seu tempo, da sua época. E se ela não combate o status quo, ela, necessariamente, contribui para ele. Não existe arte neutra, Não existe arte apolítica. Acredito que a arte deve ser liberal no sentido de transgredir. O artista deve ser transgressor. Ele deve ter a possibilidade de não cumprir as regras.
“A arte é uma necessidade humana”
Conecta: Há algum exemplo dessa liberdade artística que você considere importante salientar?
DA: Na época da ditadura militar, era crime falar e mostrar certas coisas, mas isso não inibiu os artistas. Eles produziram sua arte e sofreram as consequências. Muitas vezes foram torturados, presos e mortos em função de sua expressão artística. Eles se expressaram da forma que achavam que a sociedade da época pedia. Então, nesse sentido, os artistas precisam ter liberdade. Mesmo que essa liberdade seja tolhida, os artistas precisam tê-la. Devem ser livres para executar sua arte e sofrer as consequências depois. Mas isso não quer dizer que eu concorde com tudo que é produzido na arte.
Conecta: Você acredita que há um limite para essa liberdade artística?
DA: Eu acho que o artista tem que ter liberdade artística, mas não liberdade para cometer crimes. Ele tem que poder se expressar da maneira mais plena, dentro de suas possibilidades e de sua capacidade. Não existe arte apolítica. A arte pode ser crítica, mas não tem a obrigação de ser crítica. Pode ser reflexiva, mas não tem obrigação de ser reflexiva. Pode ser transgressora sem ter a obrigação de ser transgressora. A arte de entretenimento também é arte e também é muito relevante. Ela pode nos levar a sentir, refletir, pode nos manter vivos e sãos.
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Por Ana Clara; Ana Júlia; Esther Christine e Luís Felipe.
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A Covid-19 é uma infecção respiratória causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. De elevada transmissibilidade, a doença é potencialmente grave, o que causou uma crise sanitária em 2020, quando ainda não havia vacinação contra a doença. Pertence ao subgênero Sarbecovírus da família Coronaviridae e é o sétimo coronavírus conhecido a infectar seres humanos.
Na entrevista a seguir, o Conecta conversou com Michelle Capanema, médica pediatra do Hospital Geral Roberto Santos, a respeito das novas variantes do vírus de Covid-19, como elas podem influenciar na dinâmica da doença e quais são os novos desafios em relação à doença, especialmente para as crianças. Capanema ressaltou a eficácia das vacinas e a importância da vacinação para a prevenção da doença. Além disso, a médica abordou os avanços científicos no tratamento do vírus.
Conecta: Como as variantes do vírus têm influenciado a dinâmica da doença, e quais desafios específicos elas apresentam para os esforços de controle?
Michelle Capanema: Quando ocorre a infecção, o vírus faz cópias de seu RNA; um erro gera uma mutação, que pode mudar suas características, gerando então as variantes, causando sintomas desde mais leves até mais graves, o que dificulta em achar um tratamento específico ou até mesmo uma vacina que contemple todas as variantes dificultando o controle da doença.
Conecta: Qual é a eficácia das vacinas disponíveis em relação às novas variantes e a importância contínua da vacinação?
MC: As vacinas contra a COVID-19 são muito eficazes e deram uma contribuição importante para limitar a transmissão do vírus SARS-CoV-2 em todo o mundo e continuam mostrando forte proteção contra doença grave e morte em todas as variantes de vírus identificadas até o momento. Porém, sabemos que nenhuma vacina é 100% eficaz na prevenção da doença. Sempre haverá uma pequena porcentagem de pessoas totalmente vacinadas que ainda ficarão doentes. Por isso, a importância contínua da vacinação, pois a vacina modificada (incluindo as variantes) e administrada como dose de reforço faz com que se amplie a imunidade, mantendo a proteção contra doença grave e morte.
“Com os adultos mais protegidos pelas vacinas, as crianças passaram
a ser parte dos grupos etários mais afetados”
Conecta: Há alguma mudança nas faixas etárias mais afetadas pelos novos casos?
MC: Sim, cerca de 15% dos novos casos por Covid-19 são crianças de 0 a 4 anos de idade. O resultado reforça a necessidade de vacinação para essa faixa etária. E a maior parte dos casos atinge também os pacientes de 60 a 80 anos de idade. Com os adultos mais protegidos pelas vacinas, as crianças pequenas (muitas ainda não estão em dia com a vacina contra a Covid-19) passaram a ser parte dos grupos etários mais afetados pelos casos graves da doença.
Conecta: Existem lições aprendidas com as fases anteriores da pandemia que estão sendo aplicadas para enfrentar os novos desafios?
MC: Claro, por exemplo, a questão da higienização das mãos, o uso de máscaras em ambiente hospitalar, o uso de máscara em caso de sintomas gripais, o incentivo à vacinação e a realização de campanhas e adesão da população foram as lições aprendidas na fase inicial da pandemia que são usadas no cenário atual.
“O vírus não deixará de existir, assim como tantos outros”
Conecta: Como os avanços científicos recentes estão contribuindo para o desenvolvimento de terapias mais eficientes?
MC: Quando se iniciaram os investimentos em vacinas para combater o coronavírus e variantes, devido aos avanços científicos, conseguiram uma vacina dentro de um ano e concomitantemente, começaram a ser realizadas também pesquisas com medicamentos que já existem para outras doenças em pacientes da Covid-19 gerando cada vez mais terapias eficientes.
Conecta: Quais são suas perspectivas para o futuro próximo em relação à evolução da pandemia no Brasil?
MC: Bem, é evidente que o vírus não deixará de existir, assim como tantos outros (adenovírus, rotavírus, influenza), porém, é esperado que a partir do momento em que a população se conscientizar e se vacinar, usar máscara quando apresentar sintomas gripais, fazer higiene das mãos e de objetos e se proteger, cada vez menos casos graves acontecerão como na fase inicial da pandemia e a doença estará nesse caso controlada.
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Por Carlos Fernando, Dalila Lana, Leandro e Mariana Luquine
Leo Lachini, natural de Belo Horizonte, iniciou sua trajetória musical aos 4 anos com o piano e, aos 14, autodidata no violão com incentivo do amigo Inácio Cavalieri. Destacou-se em 1991 com a banda Entropia no Rock School Festival. De 1993 a 2005, foi guitarrista da banda Tianastácia, contribuindo em discos reconhecidos, inclusive com indicação ao Grammy Latino. Realizou seu mestrado na Université Paris Est, aprofundando-se na influência do ambiente na qualidade da gravação. De volta ao Brasil, tornou-se consultor em acústica e sonorização.
Retomou a produção musical, gravando grupos como Skank e Cesar Menotti e Fabiano. Em 2012, ingressou na Riedel Comunicações, participando de grandes eventos globais, como Jogos Olímpicos de Londres e Formula 1. Em 2014, fundou a Leo Lachini Sound Design and Acoustics, focando em consultoria acústica, produção musical e design de estúdios. Destacou-se também na instauração do projeto REC em 2015, inspirado em festivais internacionais, registrando shows de bandas autorais ao vivo. É reconhecido por sua técnica refinada, bom gosto musical e compromisso com a entrega oportuna de seus trabalhos.
Em entrevista ao Portal Conecta, Leo Lachini fala sobre suas experiências profissionais como produtor musical e engenheiro de som no mercado musical e comenta sobre as perspectivas desse cenário no contexto atual.
Conecta: Em 1996, você entrou na banda Tianastácia, assumindo o posto de guitarrista. O quão importante foi para você essa experiência e como ela reverbera até hoje na sua carreira?
Leo Lachini: Já tocava com a banda MANDRIX (que existe até hoje) que é um tributo a Jimi Hendrix. Então, estava bem “afiado” na guitarra quando fui convidado pelo ex-baterista Cadu Nastácia (falecido em 1997, que tocava comigo no Mandrix) para entrar no Tianastácia. A banda estava no segundo dia de gravação do primeiro CD “ACEBOLADO”, e eu estava finalizando a faculdade de Odontologia. Topei entrar sem pensar, gravei o disco, me formei e continuei dividindo o trabalho de guitarrista e dentista de 1996 até janeiro de 1999, quando passei a me dedicar exclusivamente à música. O tempo passou, toquei pelo Brasil afora e conheci muitas pessoas no meio musical que sempre acompanharam a minha trajetória. Acabei sendo dispensado da banda em 2005. A partir daí, trabalhei no estúdio do Skank, onde aprendi a arte da gravação de som e morei fora para fazer um mestrado em gravação na França, o que acabou se tornando uma especialização em acústica. Ao voltar para o Brasil, continuei tocando em bandas menores e confesso que já não estava mais animado a tocar guitarra profissionalmente. Mas, a partir de 2019, por causa dessa rede de relacionamentos conquistada pela minha passagem na banda Tianastácia, voltei a tocar ao lado de grandes artistas como Rodrigo Santos, Nando Reis, Henrique Portugal, Leo Jaime e mais recentemente com Armandinho (A Cor do Som). Resumindo: o mais importante da minha passagem na banda Tianastácia foi a quantidade de pessoas do meio musical que conheci e que levo até hoje comigo.
C: Em seu trabalho como produtor musical, quais qualidades você observa para realizar a captação de novos talentos?
LC: Pra mim é muito simples: ou a música arrepia ou não. Se não me emociona, não rola. Basta violão e voz, uma bela melodia (inclusive até mais do que uma letra elaborada) e se arrepiar, já é. Está pronta para ser arranjada/produzida/gravada. Já aconteceu de existirem músicas que não curto de primeira, mas que vejo alguma coisa ali e uma hora ela vira a chave e acaba arrepiando. Mas na maioria das vezes a emoção bate imediatamente, no violão e voz.
“O mais importante da minha passagem na banda Tianastácia foi a quantidade de pessoas do meio musical que conheci e que levo até hoje comigo”
C: Quais são as maiores dificuldades enfrentadas no mercado musical brasileiro?
LC: Hoje é muito mais fácil ter músicas gravadas. Em casa mesmo é possível que um álbum seja gravado. Consequentemente, muita coisa é lançada todos os dias, o que torna o mercado muito competitivo. E hoje as redes sociais representam um papel muito importante no sucesso de um artista, infelizmente. Não é só a qualidade musical (se arrepia ou não) que conta. Acredito que é necessário um engajamento enorme de público para fazer uma música “virar”. Lá atrás, em 1996, era muito caro gravar um álbum e divulgá-lo. O sonho de todas as bandas era ser contratado por uma gravadora porque havia o investimento e a divulgação na grande mídia. Mesmo assim, se o trabalho não fosse consistente, a banda não vingava.
C: Com diversas bandas já consolidadas, como Skank, Tianastácia, Jota Quest e Lagum, como você enxerga o rock e sua evolução em Minas Gerais?
LC: O rock sempre vai existir em MG e no mundo afora. Porém, conforme citei na questão anterior, hoje é muito mais difícil fazer sucesso pela quantidade de bandas que existem e são lançadas todos os dias. Skank e Jota se consolidaram na década de 90, antes de existir pirataria e streaming e souberam conduzir a carreira. Lagum é um exemplo que deu sorte de ter uma música estourada no streaming (“Deixa”) apesar do indiscutível talento e a partir daí, conseguem se manter no mercado, o que é muito difícil na minha opinião.
“O sonho de todas as bandas (em 1996) era ser contratado por uma gravadora porque havia o investimento e a divulgação na grande mídia”
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Por Vitória Figueiredo e Maria Júlia Coelho
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A Rádio Fumec inicia, com o podcast “Vida longa, mente Sã “, programação que visa lançar episódios sobre diversos temas. As gravações acontecerão no estúdio de rádio da Universidade Fumec, com técnico e orientação especializados. Há uma mentoria para interessados em sugerir temas, para produção e gravação dos programas. Cada podcast irá ao ar duas vezes por semana.
Nair Prata é professora do curso de Jornalismo da Fumec, coordenadora do laboratório de Rádio da Universidade e dos cursos de comunicação Latu Sensu. É editora da revista Mediação e professora do Stricto Sensu: mestrado e doutorado em tecnologia da informação e comunicação e gestão do conhecimento.
Ela explica sobre o lançamento do Podcast da Rádio Fumec. “Quando assumi a coordenação do laboratório de Rádio, fiz um projeto de reconfiguração da programação da rádio, que era essencialmente musical, apenas com alguns programas ao vivo.”
“Vi a necessidade de construção de um conteúdo que incluísse conversas, bate-papo, entrevistas e jornalismo. Assim, fiz um convite à comunidade da Fumec e à comunidade externa, para que produza e apresente seus podcasts”, conta a professora
gravação e produção dos podcasts
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Vida Louca, Mente Sã
O primeiro podcast do projeto já foi lançado. “Vida Louca, Mente Sã” é produzido e apresentado pela psicanalista Rebeca Vilela, e apresenta entrevistas sobre saúde mental. Será lançado um episódio por semana: “A produção vai ao ar toda terça-feira, às 10 horas da manhã, e com reprise todas as quintas, às nove da noite”, esclarece Nair.
Sugira um podcast
A Rádio Fumec está recebendo propostas para a programação.
Saiba mais como funcionará o processo:
Alcance
Segundo Nair, um diferencial da veiculação de Podcasts pela Rádio Fumec é o alcance significativo do veículo: “A Rádio Fumec está na internet, é uma web rádio. Por isso, não há limite geográfico para a transmissão do podcast; ela pode ser potencializada para o mundo todo”, salienta. “Basta enviar o link, o dia e horário e qualquer pessoa pode ouvir o trabalho. A veiculação e reprise acontecem sempre num dia e horário marcados.”
Um dos objetivos futuros do projeto é implantar a produção e veiculação de podcasts em vídeo (videocasts).
Acesso
Para escutar os podcasts, é só acessar a rádio fumec.
Acesse a Rádio Fumec aqui .
Contato
Presencialmente – laboratório de rádio da Fumec – FCH (térreo)
Email: radio@fumec.br
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Por Vitória Figueiredo, Gabriela de Castro e Maria Júlia Coelho
Além das aulas teóricas das disciplinas, a Universidade Fumec oferece aos alunos as práticas em laboratório, que possibilitam aos estudantes o contato com situações que encontrarão na vida profissional. As ações laboratoriais fazem parte do programa de extensão universitária da Fumec que busca solucionar problemas e atender as necessidades da sociedade, ampliando a relação com a comunidade. O programa beneficia o público externo, uma vez que os serviços oferecidos pelos laboratórios dos cursos são abertos a quem não estuda na Fumec.
Na Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde (FCH), as ações em laboratório fazem parte da grade curricular dos cursos de Psicologia, Direito, Nutrição e Estética.
Clínica Escola de Psicologia
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Sob supervisão de professores, os alunos do último ano de Psicologia realizam atendimentos psicológicos. São realizadas sessões focadas em psicoterapia breve, apoio, aconselhamento e orientação psicológica. O público inclui jovens, adultos e idosos. As consultas acontecem uma vez por semana e duram 50 minutos.
Horário de funcionamento:
Segunda a sexta-feira, das 8h às 21h..
Sábado, das 8h às 17h.
Contatos:
Agendamento e maiores informações – enviar email para clinica.escola@fumec.br
Telefone: 31 3228-3004
Núcleo de Prática Jurídica
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O Núcleo de Prática Jurídica supervisiona e fiscaliza os estágios interno e externo do curso de Direito da Universidade Fumec. Um dos setores do Núcleo é o Escritório Modelo, no qual os alunos entram em contato com práticas jurídicas reais.
Supervisionados por professores e monitores, os estudantes prestam Assistência Jurídica à comunidade e aos alunos e funcionários da Fumec. Podem ser atendidos indivíduos com renda familiar de até três salários mínimos. É necessário aguardar atendimento em uma lista de espera, que fica na Secretaria do Escritório Modelo. O atendimento segue o calendário letivo da universidade.
Horário de funcionamento
Núcleo de Prática Jurídica
Segunda a quinta-feira, das 8h às 13h e das 14h às 22h
Sexta, das 8h às 13h e das 14h às 21h
Escritório Modelo
Segunda a sexta, das 8h às 17h
Contatos
Núcleo de Prática Jurídica
Telefone: (31) 3228-3090 – ramal 3201/
Escritório Modelo
Telefone: (31) 3228.3012
WhatsApp: (31) 92002-1004
Email: escritorionpj@fumec.br
Clínica Escola de Nutrição
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A Clínica Escola de Nutrição possibilita que os alunos pratiquem os conhecimentos adquiridos nas disciplinas teóricas. Atividades de responsabilidade social são promovidas por meio da participação no Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA). Dentre as universidades privadas de Minas Gerais, a Fumec é a única participante do Conselho.
Outra ação da Clínica Escola de Nutrição é um projeto de extensão, que acontece por meio da divulgação, em um perfil no Instagram, de ações de bancos de alimentos. O perfil é o da Rede Metropolitana de BH de Banco de Alimentos (@rmbabh).
Laboratório Escola de Estética
Créditos da imagem: banco de imagens Canva
O Laboratório Escola de Estética oferece atendimento ao público (interno e externo) da Universidade. São realizados procedimentos estéticos por meio da disciplina de Clínica e, também, através do estágio dos estudantes.
Na disciplina de Clínica, os atendimentos acontecem às segundas-feiras. Para Verônica Viana Modesto, preceptora do laboratório de Estética, as ações são benéficas para as estudantes: “Com essa disciplina, as alunas vão colocar em prática tudo aquilo que elas já aprenderam durante a graduação”, explica.
Segundo Verônica, os procedimentos ofertados nos atendimentos, dentro da disciplina de Clínica, são:
Limpeza de pele
Revitalização facial
Drenagem linfática facial e corporal
Tratamento para flacidez facial nos corporais
Drenagem linfática
Massagens de terapia de relaxamento
Bambuterapia
Pedras quentes
Tratamento de gordura corporal.
Tratamento para estrias
Verônica explicou sobre a importância da disciplina para as alunas:
“O objetivo não é somente executar o procedimento. As alunas já chegam na clínica, muitas vezes, sabendo utilizar o equipamento e sabendo como se faz aquele procedimento”, ressalta. A preceptora comentou que o mais importante é o acolhimento do paciente durante os atendimentos: “todo o processo de acolhimento do paciente é muito importante e é levado em consideração na avaliação”.
Horário
Em cada semestre, a disciplina de Clínica e o atendimento comunitário são ofertados em horários diferentes.
“Nesse semestre específico (1°/2024), ela está acontecendo na segunda-feira, no turno da manhã. Em alguns dias, às 8h, outros dias, 9:30, e, às vezes, 8h e 9:30 (dois horários no mesmo dia)”, esclarece a preceptora.
O serviço funciona de acordo com o calendário letivo da Universidade.
Valores:
As sessões de procedimentos estéticos realizados na disciplina de clínica passaram a ser cobradas. Uma sessão custa R$30,00. O pacote com duas sessões sai a R$20,00 por sessão.
A coordenadora do curso de Estética, Fernanda Tunes, esclarece que a cobrança se deve à logística e à infraestrutura utilizadas no laboratório.
Já é de praxe, inclusive do mercado e de outras faculdades, a cobrança de um preço simbólico por esses procedimentos , porque são um pouco mais sofisticados e exigem aluguel de equipamentos mais sofisticados, que, às vezes, a gente não tem no laboratório, e compra de produtos”, elucida. “Esses procedimentos são cobrados com esse valor simbólico para o público interno e externo.”
Atendimento realizado na disciplina de clínica:
Sessão individual: R$30
Pacote com duas sessões: R$20 por sessão
Atendimento realizado no estágio: gratuito
Agendamento
O agendamento dos atendimentos deve ser realizado pelo Sinef, de acordo com o seguinte passo a passo:
1- Sinef – Aba ‘’eventos’’ – Inscrição no evento – Selecionar clínica de estética facial ou clínica de estética corporal – Selecionar ‘’oficina’’ – Escolher os procedimentos desejados na aba “escolha a atividade’’
2- O boleto será gerado pelo sinef. A preceptora do laboratório entrará em contato para agendamento da sessão.
Estágio
Outra forma de atendimento comunitário é realizada pelos alunos que são estagiários do curso de Estética. Os procedimentos oferecidos pelo estágio são gratuitos.
Contato
Instagram: Bacharelado estética Fumec
Créditos: Arquivo pessoal
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Por Júlia Costa, Laura Lopes, Laura Teixeira, Samira Helena e Vitória Figueiredo
Foto: arquivo pessoal
Fundada em 1969 por artesãos, a Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades de Belo Horizonte, também chamada de Feira Hippie, é um espaço de venda de produtos e alimentos, além de um ponto cultural importante para a cidade. De acordo com o site oficial da feira, 80 mil pessoas a visitam semanalmente. Aberta em todos os domingos do ano, das sete às 14 horas, a Feira Hippie é responsável por 0,4% do PIB de Belo Horizonte. Zenith Araujo, 78 anos, artesã e vendedora na Feira Hippie, acredita que, além de ponto cultural, o espaço é um local de turismo, que proporciona benefícios aos feirantes e aos visitantes. Há 42 anos, Zenith vende panos de prato, aventais, bate-mão, puxa saco e luvas térmicas na feira, desde a época em que era realizada na Praça da Liberdade. Atualmente, a feira acontece na Avenida Afonso Pena. O Conecta conversou com Zenith sobre seu trabalho. Leia a entrevista completa a seguir.
Conecta- Quais foram as principais mudanças na feira hippie ao longo dos anos?
Zenith Araújo – Tiveram mudanças para nós, feirantes. Agora, a barraca é toda personalizada para cada feirante. Tem escrito na frente da barraca o que eu faço (artesanato), o número da barraca, o telefone. É uma identificação. Outra coisa que também melhorou muito para a gente foram os banheiros. Puseram banheiros exclusivos para nós, feirantes. Tem sabonete, água, álcool, e o feirante tem até a chave para a pessoa entrar, sabe? Essa foi a conquista que teve pra gente em 2023. Os banheiros foram instalados lá para o mês de maio, mais ou menos. São muito limpinhos. A prefeitura também colocou cadeiras e mesas nas áreas de comida para as pessoas se sentarem. Antes, todo mundo ficava em pé e não tinha onde sentar.
Conecta- Além do retorno econômico, quais outras vantagens de trabalhar com artesanatos na Feira Hippie?
ZA – Outra vantagem é trabalhar com o que eu gosto. Desde criança, eu sempre gostei muito de mexer com artesanato. Sempre que eu via uma pessoa fazendo crochê ou pintura, eu ia atrás, eu queria aprender artesanato. Até hoje, eu gosto muito do que faço. Um estímulo que temos para seguir em frente são as pessoas que gostam do trabalho da gente. Elas chegam, gostam do produto, acham bonito e falam para continuar, eu acho muito bom. Me sinto realizada quando uma pessoa chega na feira e fala ‘nossa, mas que beleza, que coisa bonita’. Até hoje, parece que eu tô vivendo a primeira experiência. Eu faço artesanato por gosto mesmo. É uma coisa que tá dentro de mim. A feira, para mim, é uma terapia. Um conselho: faça tudo do jeito que você gosta. Trabalhar com amor é uma coisa muito legal.
“Um estímulo que temos para seguir em frente
são as pessoas que gostam do trabalho da gente”
Conecta- Como a feira contribui para a comunidade local e para a cena artística de Belo Horizonte?
ZA – Eu acho que a feira é um ponto de turismo, ajuda muito a todos os feirantes e a quem vai lá comprar, né? É um grande comércio que não pode acabar nunca. É um ponto turístico, ali tem pessoas que fazem as coisas muito bem feitas. Muito perfeito o trabalho, né? É um ponto turístico em Belo Horizonte, aos domingos não tem nada de novidade na cidade. É só ali que o pessoal vai mesmo.
Conecta- A senhora enfrenta algum desafio sendo uma pessoa de idade e vendendo artesanato?
ZA – O desafio que eu tenho todos os dias são pessoas querendo tirar a gente [pessoas de idade] para colocar gente jovem. Estão querendo que a pessoa que tenha mais de 20 anos de feira largue o ponto e deixe para os mais jovens. As pessoas falam: “para quê que você tá aqui? Deixa para os mais jovens”. Há um grande preconceito com as pessoas de mais idade. Isso eu enfrento quase todo domingo. Outra coisa: na feira, é cada um por si. Ninguém procura ajudar o outro. As pessoas dizem: “poxa, eu já tinha desistido dessa feira há muito tempo, não voltava aqui mais não”. Mas eu sou teimosa, persistente. Seja o que for, todo domingo eu estou na feira. E isso já tem 42 anos. Se não fosse a persistência, ninguém ficaria vendendo lá por tanto tempo.
“As pessoas falam: para quê você tá aqui?
Deixa para os mais jovens”
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por Ana Luíza Cavalcanti, Anne Esther Vieira, Gabriela de Castro, Manuel Lopez e Welington dos Santos
Crédito: Divulgação Banda Cianna
Nascida em Belo Horizonte, no ano de de 2022, a Banda Cianna é formada por seis adolescentes, da faixa etária entre 15 e 19 anos, que se conheceram no mesmo ano em uma escola de música e hoje seguem com um projeto autoral. Mesmo com as diferenças nas preferências musicais e personalidades, o grupo se complementa. Com um estilo voltado para o pop rock e inspirações que vão dos clássicos do rock à música latina, o resultado são músicas autorais com uma sonoridade única. dados sobre o contexto cultural
Dalila Lana é vocalista da Banda Cianna e estudante do curso de publicidade na Fumec. Ao Conecta, Dalila conta um pouco sobre a trajetória da banda, trabalhos musicais e desafios no cenário artístico da cidade.
Conecta: Como foi o surgimento da banda?
Dalila Lana: Eu e os meninos da banda fazíamos parte de uma escola onde formavam bandas, e nos juntamos. Em um show, tocamos rock progressivo, chamando a atenção do diretor, que nos convidou para ser uma banda profissional chamada Cianna.
C: Quem são os membros da banda?
DL: Eu (Dalila), o tecladista Serpa (João Pedro Serpa), o baixista João Pedro Malloy (JP Malloy), o baterista Joca (João Caetano), e os guitarristas Arthur Viana e Gabriel.
“Em um show, tocamos rock progressivo, chamando a atenção do diretor,
que nos convidou para ser uma banda profissional chamada Cianna”
C: As músicas que a banda costuma tocar são autorais?
DL: Sim, são.
C: O estilo musical da banda é o rock progressivo?
DL: Não, nosso produtor nos convidou por causa do repertório de progressiva, mas tocamos pop rock/rock nacional.
“O público varia, mas em eventos familiares como a Major Lock,
temos pessoas de diversas idades”
C: Quais lugares a banda tem tocado? Qual é o público?
DL: Já tocamos em lugares como a Major Lock e o Jack Rock Bar e em eventos como o FIC (Festival Internacional de Cerveja e Cultura), e até na comemoração de 50 anos do Clube da Esquina. O público varia, mas em eventos familiares como a Major Lock, temos pessoas de diversas idades.
C: A banda é integrada por adolescentes. Como é o processo inicial envolvendo pessoas tão jovens?
DL: A maioria era menor de idade. Eu, com 18 anos, sou uma das mais velhas. Apesar dos desafios, os meninos são profissionais, ensaiamos semanalmente com muita dedicação.
“Apesar dos desafios, os meninos são profissionais,
ensaiamos semanalmente com muita dedicação”
C: O público tem recebido bem as músicas autorais?
DL: Sim, nosso primeiro single teve quase 20 mil.000 streams, e estamos lançando outro em dezembro. O crescimento nas redes sociais é significativo.
C: Quais as dificuldades e facilidades em se integrar no cenário musical de Belo Horizonte?
DL: BH tem um cenário musical bacana, mas é desafiador inserir-se nos circuitos fechados. Graças a produtores com contatos, conseguimos participar de eventos interessantes.
“Nosso primeiro single teve quase 20.000 streams, e estamos lançando
outro em dezembro. O crescimento nas redes sociais é significativo”
C: Sendo a única mulher na banda, como lida com o machismo no meio musical?
DL: Dentro da banda lidamos bem, mas às vezes não me sinto totalmente ouvida em decisões. O cenário musical aceita bem vozes femininas, mas adaptar repertórios é desafiador.
C: Tem alguma artista mulher que a inspira?
DL: Tenho várias referências, como Pink, Adele, e Marisa Monte. Admiro diferentes aspectos de várias cantoras.
“Às vezes não me sinto totalmente ouvida em decisões. O cenário musical
aceita bem vozes femininas, mas adaptar repertórios é desafiador”
C: Qual foi a situação mais constrangedora em cima do palco?
DL: No início, superar a vergonha foi desafiador. Já quase caí algumas vezes, mas nada grave, graças a Deus.
C: Tem algum evento próximo?
DL: Nada para o fim do ano, mas provavelmente faremos uma festa de lançamento em janeiro.
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Por Gabriela de Castro e Vitória Figueiredo
Foto: laboratório de fotografia FCH
A Semana da Comunicação 2024 chega ao fim com o terceiro dia de palestras (29/05). Com o objetivo de gerar uma discussão sobre a importância de compreender os insights fornecidos pelas métricas e como essas informações podem informar e aprimorar nossas estratégias de marketing e comunicação, a mesa foi mediada por André Rubens, CEO da IN8 e apresentador do canal “Super Jovem”.
Foto: laboratório de fotografia FCH
Durante o evento, os palestrantes debateram sobre como ocorre a escolha e alinhamento de posicionamento dos influenciadores em relação às marcas, quais são as estratégias utilizadas pelas agências em relação ao consumidor do conteúdo e as estratégias para reter o público diante das mudanças e diversidades do mercado, como analisar as métricas e comentaram sobre as expectativas para o mercado de influência e suas constantes mudanças.
Pedro Gazzola é formado pela Universidade FUMEC e atua no mercado de entretenimento desde 2010. É CEO e cofundador da Roda Produções, uma produtora de grandes eventos no ramo artístico e agenciadora de criadores de conteúdo digital. Já Mariana Vieira é co-fundadora da Roda Digital e é formada pela Universidade Gama Filho e especialista em marketing de influência e gerenciamento de carreiras. Os dois sócios trabalharam com influenciadores como Gustavo Tubarão e Enaldinho e com marcas como Disney e Spotify. Os dois palestrantes contaram um pouco sobre suas trajetórias e experiências no mercado: “O trabalho do influenciador não consegue de forma palpável ser metrificada, pois não necessariamente a venda está no clique, no link. A venda está no poder de influência”, pontua Gazzola. “Na realidade, (as vendas) não tem a ver com métrica, tem a ver com engajamento”, ressalta Vieira.
Foto: laboratório de fotografia FCH
Formada em Comunicação Social e pós-graduada em Marketing, Negócios e Finanças, Fabiana Lopes é diretora e co-fundadora da Enlace Gestão, empresa especializada em Marketing e Branding. Também é co-apresentadora do programa “Por Trás das Marcas” na Rádio Band News, onde entrevista CEOs de grandes empresas. Lopes pontua a importância de analisar não só o alcance em números de um influenciador: “Métrica é importante, mas também é importante entender o real poder de conexão com a comunidade. Não é apenas olhar os números”.
Paloma Bram é formada pelo Centro Universitário Una e trabalha com marketing de conteúdo. Durante o debate, Bram enaltece a importância de cultivar um público: “Quando a gente cria conteúdo, temos que deixar o ego de lado e trazer o consumidor para dentro da comunidade, pois é a comunidade quem vai gerar esse engajamento”
Assim, a Semana da Comunicação 2024 finaliza gerando debates construtivos sobre questões em pauta no nicho das comunicações.
Foto: laboratório de fotografia FCH
E você, acha que os influencers realmente têm o propósito de agregar valor e conhecimento para o seu público? Confira as respostas das pessoas que entrevistamos para o Portal Conecta:
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Por Gabriela de Castro, Maria Júlia Coelho e Vitória Figueiredo
Foto: Laboratório de fotografia FCH
A Semana da Comunicação 2024 teve como temática do seu segundo dia de palestras (28/05) as atualizações da comunicação em diferentes meios a partir das inovações digitais. Através da discussão do impacto do marketing na forma de escrever e divulgar notícias, mediada pelo professor Aurélio José da Silva, os estudantes dos cursos de publicidade e jornalismo tiveram a oportunidade de compreender as diferenças entre os veículos convencionais e digitais.
Will Araújo, um dos palestrantes convidados, possui um extenso currículo que inclui passagens pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), UniBH e Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Especialista em jornalismo digital e de dados, atuou como subeditor do Estado de Minas e hoje é assessor organizacional da Secretaria da Fazenda. Araújo ressaltou que as tecnologias já são uma realidade inevitável, resta encontrar a melhor forma de utilizá-las: “As inovações vêm da mesma forma que vieram para outras pessoas que enfrentaram isso anteriormente. Se sobressai quem consegue utilizar essas informações de forma inovadora e inteligente”.
Veja a entrevista completa com o Will Araújo:
Arquivo pessoal Conecta
Foto: Laboratório de fotografia FCH
Já Luiz Othavio Gimenez (Zotha) é graduado em jornalismo pela PUC-Minas, diretor criativo da Teia de Criadores, apresentador e podcaster. Gimenez discutiu como sua carreira de jornalista conversa também com o trabalho como influenciador digital, e como utilizou o espaço que conquistou para falar de temas que acreditava serem relevantes. “A partir da visibilidade que adquiri trabalhando no Estado de Minas, comecei a trabalhar também com publicidade”. Destacou também alguns pontos chaves de sua carreira, como a cobertura do Carnaval de Belo Horizonte. Relatou também a decisão de deixar o emprego no Estado de Minas para construir seus próprios projetos: “Os veículos de comunicação podem não te acompanhar da forma como você está andando, então você opta por deixá-los”.
Foto: Laboratório de fotografia FCH
Lorena Tarcia é graduada em Comunicação Social com especialização em Jornalismo na PUC-MG. Especialista em Novas Tecnologias em Comunicação, possui formação também em Marketing, Publicidade e Relações Públicas, Educação e Convergência de Mídias. A palestrante explicou sobre uma das grandes questões da comunicação, em sua perspectiva: as possibilidades de diálogos com as pessoas. “Precisamos variar nossas vozes e escutas. Quando você traz uma comunidade para construir com elas as falas, sem ficar presos a fontes específicas, temos um contraponto à mídia de massa ao utilizar essa riqueza de pessoas que estão conectadas”.
Veja a entrevista completa com a Lorena Tarcia:
Arquivo pessoal Conecta
Foto: Laboratório de fotografia FCH
Ana Luísa Fonseca é formada pela Universidade Milton Campos. É editora-chefe do jornal The News, que acumula mais de 600 mil seguidores. Além de relatar o momento que percebeu a importância de uma comunicação clara, que foi através do contato com a linguagem jurídica no curso de Direito, Fonseca elaborou sobre as diferenças entre o jornalismo convencional e atual, e aponta o surgimento de nichos específicos como um dos pontos principais.
Durante o debate, os convidados dialogaram sobre temas como algoritmos, inteligência artificial e discursos de ódio e disseminação de desinformação nas plataformas digitais. Discutiram também sobre a produção de notícias, que são produzidas em quantidade maior na era digital, mas de forma menos consistente. Finalizaram o segundo dia de palestras dando dicas aos alunos sobre o mercado da comunicação.
Leia mais em:
Conexcom: ex-alunos relatam estratégias de sucesso como empreendedores
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Por Gabriela de Castro, Maria Júlia Coelho e Vitória Figueiredo
Foto: laboratório de fotografia da FCH
A semana da comunicação 2024, organizada pelos alunos do quinto período de Publicidade e Propaganda da Fumec, começou nesta segunda, 27 de maio. O evento aconteceu no auditório Phoenix, na faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde. O primeiro dia de palestras teve como temática ”Empreendedorismo – cases de sucesso”. Os convidados foram as designers e irmãs Cissa e Cela Guedes, que se formaram no curso de graduação da Fumec, sócias da marca de moda praia Cice Beachwear, e o também ex-aluno do curso de publicidade e propaganda da Fumec, Rafael Melo, CEO e co-fundador da destilaria Zuur Corp.
As palestras aconteceram após discursos dos organizadores da Conexcom e de professores da Fumec, como o coordenador do curso Sérgio Arreguy. Outro docente que participou do primeiro dia do evento foi Aurélio Silva, que mediou a seção de perguntas para os palestrantes. Houve, também, sorteio de produtos dos patrocinadores.
Foto: laboratório de fotografia da FCH
Cissa e Cela Guedes – Cice Beachwear
Foto: Laboratório de fotografia da FCH
As irmãs Cissa e Cela Guedes contaram ao público sobre a história da marca de roupas Cice Beachwear, fundada por elas há quatro anos. Após a criação da loja, que, no início, não contava com e-commerce ou espaço físico de vendas, o principal desafio era encontrar formas de atrair o público.
Segundo as sócias, o primeiro pilar para o sucesso da Cice Bech Wear foi a comunicação no digital: “Precisávamos chamar atenção das clientes, fazê-las se identificar com a forma como a gente se comunicava”, explicou uma das irmãs. “A comunicação no digital era muito importante para que a gente conseguisse atrair novas pessoas, clientes que se identificaram e fidelizariam com a marca.”
O storytelling – contação de uma história por meio de uma narrativa – foi essencial para que a Cice Beachwear ficasse conhecida no mercado: “Sempre tentamos colocar storytelling em tudo que fazíamos”, relatou. “As pessoas gostam de saber as histórias por trás dos produtos”.
“Passamos a contar casos [nas redes sociais, relacionados com a marca], para levar um pouco da personalidade da Cice aos clientes”, contou. “Utilizamos, também, o humor. As pessoas se identificavam com o que era relatado, e, consequentemente, aconteciam vendas.”
Uma das plataformas utilizadas pelas irmãs para promover a marca é o tiktok:
O storytelling também foi utilizado em campanhas promovidas pela marca. Em uma delas, Cissa e Cela observaram o horário em que os clientes mais compravam na loja – de madrugada – e liberaram um cupom de desconto exatamente nesse período; os clientes foram avisados da campanha pelo WhatsApp da Cice.
“Tudo o que fazemos [dentro da Cice] envolve narrativa, para aumentar a proximidade entre cliente e marca”, ressaltou. “A experiência [do comprador com a empresa] está em tudo: antes, durante e após a venda”, finaliza.
Veja a entrevista completa com as irmãs Cissa e Cela Guedes:
Rafael Melo – Zuur Corp destilaria
Foto: Laboratório de fotografia – FCH
Rafael Melo falou, em sua palestra, sobre a trajetória até se tornar CEO da destilaria Zuur Corp. Inicialmente, Rafael criou, em sociedade, a “Farra Marketing”, uma agência de marketing universitário, que objetivava levar ações de marketing às festas promovidas por estudantes de Ensino Superior.
Ainda no setor universitário, Rafael participou da Five Produtora, que produzia eventos. Após conhecer um bartender, surgiu a ideia de criar uma bebida – um gin tônica engarrafado. Com o sucesso do produto, houve a necessidade de industrializar a fabricação.
Rafael criou seu próprio gin: o zuur gin. O produto agradou, e o publicitário começou a fornecê-lo em muitos eventos, como no casamento da blogueira Thássia Naves e no Festival Sarará.
A pandemia, porém, interrompeu temporariamente o sucesso da marca. Rafael resolveu inovar: criou um álcool em gel, um produto essencial da época, com aroma de gin. Durante o período de isolamento social, o site da destilaria passou a disponibilizar receitas de gins caseiros, para que as pessoas pudessem preparar as bebidas em casa.
Outras parcerias foram acontecendo. Uma vinícola se interessou em comprar a marca de Rafael: dessa forma, surgiu a Zuur Corp. O CEO acredita que o marketing de influência foi fundamental para o sucesso da marca.
“Pensando em marketing de influência, tudo isso [a empresa] foi montado pela influência que eu e meu sócio tivemos ao nosso redor”, enfatizou. “Você precisa ter influência sobre as pessoas que estão ao seu lado para conseguir as coisas que você quer”, aconselhou. “Ser visto e ser lembrado são os pilares básicos de qualquer empresa.”
O CEO comentou sobre a importância de se fazer contatos:
Segundo ele, a relação da empresa com o cliente é essencial: “todo relacionamento que o cliente desenvolve com a gente tem que ser muito pessoal”, contou.
“Muitas vezes, [minha empresa] não tem uma relação direta com o cliente, mas sempre tentamos fazer da melhor forma para ele viver as experiências”, explicou. “Tentamos entregar para as pessoas esse tratamento privado, que gostaríamos de dar para elas pessoalmente”.
O publicitário ainda deu um conselho para os interessados em trabalhar com marcas: “Seja ‘cara de pau’, entre em todos os lugares, conheça as pessoas e troque ideias”, encerrou.
Assista, na íntegra, a entrevista com Rafael Melo:
Arquivo pessoal Conecta
Leia mais em: Conexcom debate dualidade do jornalismo na era digital
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Por Vitória Figueiredo
Nos dias 27, 28 e 29 de maio de 2024, acontecerá, na Universidade FUMEC, a Semana da Comunicação 2024 (Conexcom). Os convidados darão palestras que, de acordo com o Instagram oficial do evento, permitirão que o público conheça “mais sobre os bastidores dos grandes negócios e do Marketing de Influência”. O evento será no auditório Phoenix, na Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde, das 9h às 11h15.
Confira a programação:
Dia 1 – 27/05 – Empreendedorismo – Cases de sucesso
O primeiro dia será focado no mercado do marketing de influência e na vivência prática da área. Os convidados serão Cecília Guedes, Marcela Guedes e Rafael Melo.
Dia 2- 28/05 – Jornalismo: a dualidade do jornalismo na era da tv e na era digital
No segundo dia, os palestrantes Zotha, Will Araújo, Lorena Tarcia e Ana Luísa Soares conversarão sobre o jornalismo na atualidade e a migração dos veículos de mídia para o meio digital, além das formas que o marketing utiliza para impulsionar o sucesso do jornalismo nas plataformas digitais.
Dia 3- 29/05 – as estratégias do mercado de influência: segmentação de mercado para o sucesso da influência
Pedro Gazzola, Mariana Vieira, Fabiana Lopes e Paloma Bram são os convidados para o último dia da Semana da Comunicação. O assunto será o monitoramento de métricas e o papel dos influencers em relação a convencer e moldar o comportamento do público.
Os palestrantes
27/05
Foto: Conexcom/arquivo pessoal
Cecília Guedes – Sócia de uma marca de moda praia, a Cice Beachwear, Cecília Guedes é formada em Design de Moda.
Foto: Conexcom/arquivo pessoal
Marcela Guedes – Irmã de Cecília, também é designer de moda e sócia da Cice Beachwear.
Foto: Conexcom/arquivo pessoal
Rafael Melo – Formado em Publicidade e Propaganda pela Fumec, é co-fundador e CEO da destilaria Zuur Corp. Rafael aplica estratégias de marketing para impulsionamento da marca.
28/05
Foto: Conexcom/arquivo pessoal
Zotha- Trabalhou na redação do jornal Estado de Minas. Criou a coluna “Xôtifalá”, primeira coluna digital de opinião e entretenimento da imprensa de Minas Geais. Possui MBA em Transformação Digital pela Universidade de São Paulo (USP) e é atuante na luta contra a desinformação. Além de jornalista, apresentador e podcaster, Zotha é diretor criativo da Teia de Criadores, uma agência social de comunicação de Minas Gerais.
Foto: Conexcom/arquivo pessoal/linkedin
Will Araújo – Will é jornalista e especialista em Jornalismo digital e de dados. Foi subeditor do jornal Estado de Minas. Atua como assessor organizacional da Secretaria da Fazenda.
Foto: Conexcom/arquivo pessoal
Professora Lorena Tarcia – É jornalista, especialista em Novas Tecnologias da Comunicação. Realizou, na Inglaterra, uma pós-graduação em Marketing, Publicidade e Relações Públicas. Formou-se em Convergência de Mídias, em um projeto da Universidade da Carolina do Sul, nos EUA.
Foto: Conexcom/arquivo pessoal
Ana Luisa Soares- É editora-chefe do The News, um jornal com mais de 600 mil seguidores, cuja ideia principal é o recebimento de notícias por email (newsletter).
29/05
Foto: Linkedin
Fabiana Lopes – Copresentadora do “Por trás das marcas”, da Rádio BandNews, Fabiana é formada em Comunicação Social e tem pós-graduação em Marketing, Negócios e Finanças. Dirige e é cofundadora da Enlace Gestão, empresa de construção de imagem de pessoas físicas e jurídicas (empresas).
Foto: Conexcom
Pedro Gazzola – Formou-se em Publicidade e Propaganda pela Universidade Fumec. Pedro é CEO e cofundador da produtora de eventos Roda Produções, além de empresário de influenciadores, como Gustavo Tubarão e Enaldinho.
Foto: Conexcom
Mariana Vieira – Especialista em marketing de influência e gerenciamento de carreiras, Mariana é sócia de Pedro Gazzola co-fundadora da Roda Digital.
Foto: Linkedin
Paloma Bram – Creator, especializada em alcance e retenção de comunidade. Atua com produção de vídeo e marketing de conteúdo.
Inscrição
A Semana da Comunicação será aberta aos públicos externo e interno da Fumec. O público interno deverá se inscrever pelo Sinef Quem não estuda na Fumec precisará retirar os ingressos pelo Sympla.
Outras informações
Demais informações sobre a Semana da Comunicação e sobre o evento Conexcom podem ser obtidas no instagram oficial do evento: @conexcombh.
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Por Gabriela Castro
de Belo Horizonte no Parque Municipal em abril desse ano
Rei e gigante da floresta: esses são os apelidos mais conhecidos do jequitibá, uma das mais altas espécies de árvore do Brasil e considerada a mais antiga. A categoria típica da Mata Atlântica já se tornou musa do sambista José Ramos através dos tambores da Mangueira, e foi musicada também pela viola dos sertanejos Goiá e Belmonte. Entretanto, essa mesma árvore que se tornou personagem da novela “Renascer”, representando força e resistência, encontra-se em vulnerabilidade. Como medida de preservação dessa espécie, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) plantou, em abril desse ano, um jequitibá-rosa no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no centro da cidade.
Leia a matéria completa em O Ponto.
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Por Maria Julia Coelho Vieira
Assim que o mês de maio se inicia, flores laranjas tomam conta dos veículos de comunicação, simbolismo que carrega a pureza e fragilidade das crianças. Com o objetivo de alertar à população sobre um mal pouco discutido, a campanha Maio Laranja se propõe a dar visibilidade e formar rede de combate do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, em um país que, segundo estudos , ocupa o segundo lugar no ranking de países que mais o cometem.
De acordo com o Ministério da Saúde, no período entre 2015 e 2021, mais de 200 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes foram reportados. Levantamentos apontam os alvos entre 0 e 9 anos de idade, sendo 76% dos casos cometidos contra meninas, enquanto 23% são cometidos contra meninos e, de forma lamentável, apenas 7,5% dos crimes são denunciados, geralmente por adolescentes de 10 a 14 anos.
Esses crimes são cometidos, predominantemente, por homens, chegando à 92,4% das notificações, e envolvem episódios de assédio, estupro e consumo de pornografia infantil, agravando-se quando ligado ao racismo e misoginia. Também compreendido como exploração infantil, o trabalho doméstico possui dados alarmantes, contemplando adolescentes de 14 a 17 anos, em sua maioria, meninas negras.
Caso Araceli
Mesmo após quase 50 anos de seu acontecimento, e sem a devida punição dos criminosos, o caso Araceli é um exemplo significativo quando se trata de abuso infanto-juvenil. No dia 18 de maio de 1973, a garota de apenas oito anos de idade foi sequestrada, drogada, brutalmente violentada e, então, assassinada.
Com traumas físicos e psicológicos, vítimas desse tipo de crime se veem desamparadas ao procurarem por proteção, ou até mesmo quando tentam denunciar seus abusadores. Muitas dessas crianças perdem o apetite, param de brincar, deixam de se relacionar com outras crianças ou, de alguma forma, passam a se comportar de forma não-natural, dando indícios de que há algo de errado.
É importante ressaltar que, casos como esses, muitas vezes são cometidos dentro da própria residência , ou com pessoas que conhecem e convivem, e isso faz com que a vítima se torne refém da situação, o que torna ainda mais difícil a realização da denúncia do crime.
Leia também: Combate ao abuso sexual e à exploração infantil
Em Belo Horizonte, a programação destinada ao Maio Laranja viabiliza rodas de conversa com o intuito de promover diálogos educacionais com a comunidade, enfatizando a importância de uma rede de proteção e atendimento para jovens em situação de vulnerabilidade.
Como ação da campanha, a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) propôs a elaboração de pautas técnicas de capacitação e formação para os profissionais da rede, além de ações de mobilização e sensibilização da população e em audiências públicas. Já a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) vêm realizando ações em escolas, , promovendo debate, projetos sociais voltados para a rede de proteção às vítimas, e campanha de doações, a fim de orientar e instruir os jovens sobre a caracterização dos atos, esclarecendo, também, o papel da Polícia Civil e os direitos das vítimas de tais crimes.
A programação da campanha de Combate à Exploração e Abuso Sexual Infantil acontece em todo o mês de maio, estendendo-se até o dia 7 de junho e são realizadas em parceria com o Conselho Municipal de Direitos das Crianças e Adolescentes (CMDCA-BH). Para mais informações, acesse o site da PBH e o site oficial da campanha.
Em casos de suspeita, denuncie anonimamente através do Disque 100 (Disque Direitos Humanos),190 para a Polícia Militar, 197 para a Polícia Civil ou procure pelo Conselho Tutelar ou a Dececa (Delegacia de Combate e Exploração da Criança e do Adolescente).
De acordo com o artigo 227 da Constituição Federal , “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
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Por Ana Clara Cabral, Maria Julia Coelho e Vitória Figueiredo
Créditos da imagem: Canva
No dia 14 de maio de 2024, terça-feira, a Universidade Fumec recebeu uma campanha de doação de sangue. A ação resultou de parceria institucional entre a Universidade Fumec e a Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Minas Gerais (Hemominas).
A coleta foi realizada no pátio da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde (FCH), das 8h às 12h.
Conforme informações da Fundação, a meta de doação foi atingida: 50 bolsas de sangue foram arrecadadas na ação em parceria com a universidade Fumec. Ainda segundo a Fundação, campanhas como a do dia 14 acontecem para atender demandas urgentes por sangue.
Colaboração
A iniciativa aconteceu a partir de acordo entre o Hemominas e a Universidade. Os estudantes de Biomedicina da Fumec tiveram um papel importante na campanha, como explicou César Vilela, coordenador do curso.
Foto: Maria Júlia Coelho
“Os alunos de Biomedicina dão suporte à equipe de captação do Hemominas. Eles auxiliam no fluxo, acompanham as doações”, explica. “A gente faz toda a parte de suporte administrativo à equipe da fundação”.
A campanha de doação possibilita aumentar os estoques de sangue do Hemominas. Segundo César, a ação realizada na Universidade foi importante.
“Atualmente, os bancos de sangue em geral estão precisando muito de sangue. Como a gente tem um público muito bom [na Universidade], nada melhor do que poder ajudar a quem precisa”, comenta.
Dados
Na doação, é coletada uma bolsa de sangue (de 450 ml) por doador. De acordo com a Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, uma única coleta pode salvar até quatro vidas.
De acordo com Maria Aparecida dos Santos, que atua como psicóloga no Hemominas, as bolsas coletadas reabastecem o armazenamento de sangue, sobretudo dos tipos A negativo e O negativo, que estão presentes em menor quantidade na instituição.
“As campanhas são realizadas em dias em que quase não há bolsas de sangue no banco. Elas objetivam atender o público de forma ágil e segura”, informa Maria Aparecida.
Dengue
De acordo com a profissional, o surto de dengue vivido por Minas Gerais nos últimos meses gerou prejuízos aos bancos de sangue. “Os indivíduos que tiveram doenças infecciosas não podem doar sangue”, esclarece. “Assim, o aumento de casos de dengue afeta o número de inaptos para a doação”.
Os danos da dengue aos níveis sanguíneos dos bancos são recorrentes: “Todos os anos em que há surto de dengue, acontece uma piora nos bancos de sangue”, explicou Maria Aparecida.
Há um protocolo a ser seguido por quem contraiu a doença: “Para doar sangue, o indivíduo deve esperar 30 dias após o término dos sintomas, prazo que passa para 180 dias em caso de dengue hemorrágica”, informa a psicóloga. “Além disso, o doador precisa estar bem de saúde”.
Solidariedade
Doar sangue é um ato de solidariedade. Igor Gustavo, que trabalha no setor administrativo da Universidade Fumec, doou sangue pela primeira vez durante a ação realizada no pátio.
“Senti no coração [a necessidade de doar]. Há muita gente precisando dessa ajuda”, comenta. “Espero que a minha doação possa auxiliar e fazer a diferença para essas pessoas”.
Créditos da imagem: Canva
Serviço
Interessados em doar sangue podem procurar as unidades do Hemocentro. Há várias delas no estado de Minas Gerais. Na capital do estado, as doações podem ser feitas no Hemocentro de Belo Horizonte.
Hemocentro de Belo Horizonte
Horário de atendimento
Segunda a sexta: 7h às 18h
Sábado: 7h às 13h, com entrada de doadores até às 12h
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Por Henrique Gil, Kailan Nunes e Maria Eduarda dos Santos
Hoje as crianças e adolescentes estão imersos no universo virtual desde cedo. Este panorama, marcado pela crescente presença online de forma precoce não apenas reflete uma transformação nas dinâmicas sociais, mas também traz desafios. O debate sobre a exposição diária desses jovens nas redes sociais emerge como um ponto crucial, provocando reflexões sobre os impactos profundos que essa imersão digital pode ter em sua saúde mental e emocional.
A convergência da infância e adolescência com o mundo virtual traz à tona questionamentos sobre como, por exemplo, equilibrar o acesso à tecnologia com a necessidade fundamental de preservar a integridade emocional e psicológica dos jovens em formação. O entendimento desses desafios é essencial para orientar estratégias que promovam uma interação digital saudável, proporcionando um ambiente propício para o desenvolvimento integral dessas gerações que estão moldando sua identidade em meio a esse cenário tecnológico em constante evolução.
Presença digital
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta a participação cada vez mais precoce, mas também um envolvimento significativo nesse cenário tecnológico em constante evolução. Com uma média de três horas e 29 minutos diários conectadas à internet, os jovens não apenas consomem passivamente o vasto conteúdo online disponível, mas também se tornam ativos participantes, compartilhando suas próprias experiências nas redes sociais.
Pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) destaca que aproximadamente 81% dos adolescentes brasileiros, situados na faixa etária entre 13 e 17 anos, possuem perfis ativos em pelo menos uma plataforma online. A estatística reforça não apenas a presença massiva dos jovens nas redes sociais, mas também a extensão de sua participação ativa como criadores de conteúdo, narradores de suas próprias histórias digitais e participantes ativos na construção desse cenário digital, mostrando consequências severas que esse acesso precoce pode trazer.
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Riscos da exposição
A integração precoce ao universo digital levanta não apenas questões sobre a quantidade de tempo dedicado a essas plataformas, mas também a natureza da interação online e seus impactos nas vidas emocionais e sociais desses jovens. O entendimento profundo dessas estatísticas é essencial para orientar políticas públicas, práticas educacionais e ações parentais que promovam uma relação equilibrada e saudável entre a juventude e o universo digital em constante transformação.
Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) traz à tona um aspecto crucial desse fenômeno, revelando que 73% dos adolescentes sentem uma pressão significativa para manter uma imagem idealizada nas redes sociais. Esse dado não apenas destaca a busca incessante por validação e aceitação no ambiente digital, mas também aponta para os desafios emocionais que surgem quando a autoimagem é constantemente moldada por padrões muitas vezes irreais.
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A inquietação em relação à autoestima não é um fenômeno isolado entre os adolescentes. Os dados também revelam que 58% dos pais compartilham preocupações semelhantes, indicando uma percepção crescente dos desafios emocionais associados à exposição online de seus filhos. Essa sincronia nas preocupações sublinha a necessidade urgente de abordar questões relacionadas à saúde mental e emocional, não apenas entre os jovens, mas também entre aqueles que têm a responsabilidade de guiá-los por esse cenário digital complexo.
Os dados mostram que a presença online dos jovens não é apenas uma narrativa de conexão e compartilhamento, mas também uma trama complexa de desafios emocionais e sociais que exige atenção cuidadosa e ações práticas para proteger o bem-estar dessas gerações digitais. A SBP ressalta as consequências do uso de telas entre crianças e adolescentes, identificando consequências do contato com conteúdo sensível por crianças.
Desafios
Entretanto, as rápidas mudanças tecnológicas representam um obstáculo considerável para os responsáveis. O surgimento constante de novas plataformas, aplicativos e dinâmicas online desafia a capacidade dos pais de manterem-se atualizados e, consequentemente, torna a definição de diretrizes claras um desafio em si. O rápido avanço da tecnologia pode criar um hiato geracional, ampliando a lacuna de compreensão entre pais e filhos em relação ao mundo digital.
Outro obstáculo enfrentado diz respeito às mães solteiras, com mais de um filho, que já enfrentam uma série de desafios, incluindo o controle da exposição das crianças às telas. Com pouco tempo e recursos, pode ser difícil para essas mães monitorar o tempo que seus filhos passam no celular, computador ou televisão.
Para Bruna Gil, que mora sozinha com seus dois filhos, Eduardo e Bernardo de 4 e 2 anos, respectivamente, diz que depois do nascimento da segunda criança ficou mais difícil controlar a exposição cada vez mais rápida do mais velho às telas.
Nesse contexto, é fundamental que os responsáveis não apenas reconheçam a necessidade de orientar seus filhos, mas também busquem ativamente o entendimento das plataformas e práticas digitais emergentes. A abertura para aprender, adaptar-se e dialogar sobre o uso responsável da internet é essencial para criar um ambiente de confiança e comunicação eficaz entre gerações.
A colaboração entre pais, educadores e especialistas em tecnologia é crucial para desenvolver estratégias que permitam uma supervisão eficaz, ao mesmo tempo em que incentiva a autonomia e a educação digital dos jovens. Essa abordagem holística é vital para enfrentar os desafios dinâmicos que a era digital impõe à parentalidade e responsabilidade de guiar os jovens em um mundo cada vez mais conectado.
Proteção
A importância da conscientização e do diálogo aberto emerge como uma peça central na busca por estratégias eficazes para proteger crianças e adolescentes em um ambiente digital em constante expansão. De acordo com o psicólogo Bruno Barroso Ferreira, os pais nunca devem proibir seus filhos de utilizar a internet, a melhor alternativa para isso é o diálogo com as crianças para fazê-las entender que existe um tempo saudável de uso. Esse tempo, segundo ele, seria diferente em cada nível da infância, 1 hora de uso máximo durante a primeira infância (0-3 anos), 2 horas durante a segunda (3-7 anos) e 3 horas para a terceira (7-12 anos).
O estabelecimento de limites temporais para o uso de dispositivos é uma estratégia prática que visa equilibrar a presença online dos jovens, evitando excessos que possam impactar negativamente seu bem-estar físico e mental. Quando os limites não são respeitados, os primeiros sinais de problemas psicológicos começam a aparecer.
O psicólogo ressalta que o melhor método para ajudar crianças que já sofreram danos por conta dessa exposição é por meio da Terapia Cognitiva Comportamental, que vai trabalhar tanto no mental da criança que necessita de ajuda, quanto perceber e analisar seu comportamento para um diagnóstico e intervenções necessárias.
Em última análise, a conscientização, o diálogo aberto e a implementação de estratégias educativas e práticas são elementos interconectados que moldam a abordagem para proteger crianças e adolescentes em um mundo digital em constante transformação. A colaboração contínua entre pais, responsáveis, educadores e especialistas em tecnologia é essencial para adaptar-se às mudanças, compreender as necessidades dos jovens e promover uma relação saudável e equilibrada com a tecnologia.
Confira as orientações da SBP:
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Por Vitória Figueiredo
A Universidade Fumec, por meio da Atlética e do DCE, está realizando uma campanha de arrecadação de doações para as pessoas afetadas pelas tempestades no Rio Grande do Sul. Os produtos para doação são água mineral, alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal, roupas, agasalhos e cobertores.
Os pontos de coleta das doações ficam nas recepções dos prédios da universidade. As contribuições podem ser feitas das 9h às 19h. A campanha vai até o dia 16/05, quinta-feira.
Tragédia
A partir de 27 de abril de 2024, o Rio Grande do Sul foi afetado por fortes chuvas. Os temporais do primeiro dia prejudicaram 15 municípios. Foram emitidos alertas para risco de tempestade em outras áreas. Em 30 de abril, as primeiras mortes foram registradas.
Deslizamentos e enchentes provocaram estragos pelo estado. O volume de chuva que caiu de 27 de abril a 2 de maio foi três vezes maior do que a média para a época do ano.
As cheias dos rios, como o Taquari e o Guaíba, contribuíram para potencializar os danos da catástrofe. No dia 07/05, o nível do rio Guaíba chegou a atingir 5,28 metros.
De acordo com o G1, essa foi a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul. O último boletim da Defesa Civil, de sexta-feira (10/5), informou que 113 pessoas morreram e 146 estão desaparecidas. Dos 497 municípios, 435 foram afetados. As chuvas geraram impactos a 1,9 milhão de pessoas.
Ainda segundo a Defesa Civil, 406, 7 mil pessoas estão fora de casa: dessas, 69 mil estão em abrigos e 337 mil, na casa de amigos e parentes. Doações estão sendo enviadas de todo o Brasil para ajudar os afetados.
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Por Vitória Figueiredo
Na próxima terça-feira, 14/05, acontecerá uma campanha de doação de sangue na Universidade Fumec. A ação resulta de parceria do curso de Biomedicina da universidade com a Fundação Hemominas.
A doação acontecerá das 8h às 12h, no pátio da FCH. Interessados em doar devem se inscrever e agendar um horário através do link.
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Por Ana Adolfo, Laura Mariano e Yasmin Mello
Na busca incessante por métodos terapêuticos que transcendam as fronteiras convencionais, a dança emerge como uma poderosa ferramenta capaz de transformar vidas e promover o bem-estar emocional. A fusão entre movimento e expressão artística tem conquistado espaço notável na área da terapia pessoal, oferecendo abordagem inovadora que vai além das palavras.
As pressões da vida cotidiana podem se tornar esmagadoras e a terapia da dança surge como um refúgio, oferecendo um meio de expressar emoções, assim como curá-las. Profissionais da área de saúde mental e entusiastas da dança unem forças para explorar esses vínculos entre corpo e mente, reconhecendo o poder transformador desta forma de terapia.
Na medida em que a dança como terapia conquista seu terreno, fica evidente que os benefícios vão além do simples exercício físico. Ela se torna uma ferramenta de cura eficaz, oferecendo um caminho vibrante em direção à saúde mental e emocional. Este fenômeno emocionante está, sem dúvida, pavimentando o caminho para uma abordagem integrativa na busca pelo equilíbrio pessoal.
As Danças Circulares são uma das expressões artísticas que sempre esteve presente na história da humanidade, para refletir a celebração e união entre as pessoas. No Brasil, a partir da portaria n.849 de 27 de março de 2017, o Ministério da Saúde incorporou a dança circular e diversas outras terapias no quadro de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Na modalidade, pessoas de todas as idades são dispostas em círculos e realizam coreografias juntas. Dessa forma, cada participante coloca sua intenção e energia na roda, demonstrando o melhor de si.
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Katia Maciel de Oliveira, terapeuta e focalizadora dessa modalidade de dança, afirma: “A dança circular proporciona um trabalho em grupo, sem a perda da individualidade, do respeito, da solidariedade, já que o foco é aprender”. Ela conta que sua experiência com a dança terapia começou ainda no estágio, com crianças e jovens num projeto social.
Segundo especialistas em saúde mental e da dança, a atividade atua como uma válvula de escape para o estresse acumulado no dia a dia. Cezar diMariano, professor de dança de salão, afirma: “Todos os exercícios são importantes, mas a dança tem alguns combos, e o principal é a ocitocina: um hormônio de bem-estar”. A liberação de endorfinas durante a prática também contribui para a melhoria do humor, ajudando a reduzir sintomas de ansiedade e depressão.
De acordo com a pesquisa Dança de Salão: Motivos dos indivíduos que procuram esta atividade, realizada pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), 65% das pessoas entrevistadas responderam que o maior benefício da dança de salão está no prazer de dançar.
Outro aspecto relevante da dança é o social. A prática da dança muitas vezes acontece em grupos, promovendo a interação social e construção de vínculos. A interação com outras pessoas, e expressão do próprio corpo promove uma sensação de pertencimento a uma comunidade, o que pode ser especialmente benéfica para aqueles que enfrentam desafios na área da saúde mental, proporcionando um ambiente de apoio e compreensão.
A estudante de Jornalismo da Fumec, Gabriela de Castro, conta que as aulas de dança do ventre proporcionaram autoconhecimento e aumentaram sua autoestima.
Entre as diversas modalidade de dança, seja ela não especializada na terapia, como balé, salsa, hip-hop, ou dança de salão, ou as especificamente voltadas como um meio terapêutico como a biodança e dança circular, há uma infinidade de estilos que podem se adequar aos diferentes gostos e preferências, o que torna a dança acessível a pessoas de todas as idades e níveis de habilidade, incentivando participação ampla e inclusiva.
Em um mundo onde a saúde mental se tornou preocupação central, a atividade vai além do físico, atingindo os recantos mais profundos da mente, seja como uma forma de terapia, exercício físico ou simplesmente como uma expressão artística. O professor de dança, Cezar diMariano, conta com exclusividade sua experiência com a dança no auxílio de transtornos mentais.
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Como funciona método que une dança e saúde mental
Dança como terapia: conheça os benefícios
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Por Vitória Figueiredo
A mediação é uma estratégia para resolução de conflitos, que pode evitar o desgaste de levar uma situação até o Judiciário (quando uma pessoa deseja processar a outra, por exemplo). O objetivo da mediação é chegar a um acordo por meio do diálogo entre as partes. A discussão é conduzida por uma terceira pessoa, o mediador, que deve agir de forma neutra e imparcial.
Na mediação, participam as partes interessadas em chegar a um consenso; os respectivos advogados (caso as partes queiram a presença desses profissionais) e os mediadores e co-mediadores. De acordo com o site Paulistano Mediação, a mediação pode ser solicitada por qualquer pessoa física (CPF) ou jurídica (CNPJ). https://www.paulistanomediacao.com.br/perguntas-frequentes#:~:text=3).
Benefícios
O processo de mediação possibilita que casos sejam resolvidos sem a apresentação de provas e documentos, o que confere mais agilidade à resolução do conflito. Outro benefício é a validade jurídica da mediação: segundo o Conselho Nacional de Justiça, (CNJ) os acordos firmados têm cunho de decisão judicial. https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/conciliacao-e-mediacao/
Fábio Gomes Paulino, advogado, professor e mediador, é mestrando em Instituições Sociais, Direito e Democracia pela Universidade FUMEC. A mediação de conflitos foi estudada por ele desde sua graduação e é aplicada em sua atuação no Direito. Para Paulino, o processo é vantajoso para as partes envolvidas.
“A mediação traz para as pessoas envolvidas uma economia de tempo, de dinheiro e a preservação do emocional”, ressalta. “Ao contrário do judiciário, que, muitas vezes, coloca as pessoas em situação de confronto”.
Paulino aponta, também, que a mediação se ajusta à disponibilidade dos envolvidos: “As sessões de mediação – diferentemente das audiências do Judiciário, que seguem a agenda do órgão – são marcadas de acordo com a necessidade e a agenda das partes. Com isso, já há um ganho de tempo”, destaca.
Créditos da imagem: Arquivo pessoal
Tipos de conflito
A mediação pode ajudar na resolução de vários tipos de problemas: “Conflitos que envolvam direitos e deveres e que possam ser negociados”, explica Paulino. “Questões familiares, envolvendo divórcio, alimentos, guarda, por exemplo. Além disso, questões empresariais, como negociação de dívidas e contratos. Isso pode ser trazido para a mediação”, esclarece.
“O que não pode ser trazido para mediação é aquilo que não pode ser negociado na nossa vida civil, como, por exemplo, a vida”, elucida o advogado. “Assim, crimes hediondos não poderiam ser resolvidos com a mediação, apenas no Judiciário”.
Paulino deixa claro que a mediação pode resolver até mesmo atritos considerados ‘bobos’. “Qualquer situação, por mais trivial que possa parecer, pode ser levada à mediação e tratada na solução do conflito”, informa. “Uma briga de vizinhos, uma divisão de espaços, um conflito familiar… qualquer coisa que envolva direitos e deveres que possam ser negociados”.
Para solicitar e realizar a mediação, a pessoa não precisa ter um processo em andamento na Justiça.
Mediadores
Reprodução: Banco de imagens Freepik
Paulino explica que o mediador tem sua importância dentro da mediação: “Ele auxilia na reconstrução do conflito das partes. Não deve julgar, nem apontar erros, nem identificar na lei o que é permitido ou não”.
A atuação como mediador não é feita somente por advogados: “A mediação é ampla, multidisciplinar e aberta a ferramentas e profissionais que possam ajudar na solução do conflito”, diz o professor. “É possível que outros profissionais, de outras áreas, também participem da mediação, como psicólogos e contadores”, elucida.
Qualquer pessoa pode se tornar um mediador. Para isso, o interessado deve possuir curso superior e ter se formado há dois anos. “Ele deve procurar uma instituição que forneça o curso de mediador. Cursando-o, ao final, a pessoa receberá o certificado de mediador”, explicita Paulino.
O curso
A formação dos mediadores acontece por meio de um curso, que é oferecido em locais como o IMA, – Instituto e Câmara de Mediação Aplicada – do qual Paulino faz parte. “O IMA tem cursos periódicos para formação de novos mediadores. Os cursos conferem certificado e são presenciais, virtuais ou no formato híbrido. São 40 horas teóricas e 60 horas práticas. O aluno lida com casos reais de mediação e é monitorado por um professor”, relata.
Ampliação e conhecimento
A mediação entrou em vigor no Brasil em 2015. Para Fábio, desde essa época, essa forma de resolver conflitos está sendo benéfica: “De acordo com dados da ‘Justiça em Números’, um painel que traz dados sobre a evolução da Justiça nos últimos anos, percebe-se um avanço em relação à solução dos conflitos a partir da mediação e de outros métodos”, ressalta.
O professor aponta que há uma falta de noção da população sobre a mediação: “O grande empecilho que ainda temos na sociedade para que a mediação tenha uma maior referência é a informação”, relata. “É a chamada ‘teoria multiportas’: as pessoas só conhecem uma porta, o Judiciário, e não sabem que existem outras portas para que o conflito possa ser solucionado, como a mediação”, o advogado explica. “Mas, nesse balanço desses 9 anos, já se percebe um avanço em relação a isso”.
A comunicação é importante para ampliar o conhecimento dos indivíduos em relação à mediação: “É dever de todos nós, como advogados, como profissionais do Jornalismo e da Comunicação, levar essa informação às pessoas, estimular que elas possam conhecer e experimentar essa forma de solução”, enfatiza Paulino.
Reprodução: Banco de imagens Freepik
Solicitação, passo a passo e preço
Paulino explicou mais sobre a solicitação de mediação: “Pode ser solicitada dentro do processo, que é a mediação processual, ou antes de um eventual processo, que é pré-processual”, elucida.
“Ela pode ser solicitada numa câmara privada, que é vinculada, homologada pelo Tribunal de Justiça do determinado estado, e aí a condução é feita até a possível solução, sem necessidade do processo”. A mediação pode acontecer, também, por meio do Tribunal de Justiça.
Os interessados em solicitar mediação devem procurar o Tribunal de Justiça ou Câmaras de mediação privadas: “O Tribunal de Justiça tem um núcleo de Solução de Conflitos que é aberto à comunidade, o CEJUSC https://www.tjmg.jus.br/portal-tjmg/institucional/3-vice-presidencia/cejusc.htm (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania)”, explica Paulino. “O IMA também oferta o serviço de mediação à população”.
Paulino explicou o passo a passo da mediação que acontece no IMA:
- A parte interessada deve solicitar a mediação, relatando o conflito e indicando quem é a outra parte envolvida.
- O IMA entrará em contato com a outra parte e a convidará para a mediação.
- Se a outra parte concordar em participar, será marcada a primeira sessão de mediação, que pode ser conjunta ou individual (para que se escute cada parte separadamente).
- Depois, há uma sessão conjunta. As sessões são marcadas semanalmente.
- Podem haver várias sessões até a resolução do conflito.
Após a solicitação, a mediação só continuará em andamento se a outra parte aceitar o convite para participar.
A mediação pode, ou não, ser gratuita: “No IMA, há atendimentos gratuitos à comunidade e o instituto também presta o serviço particular de mediação”, Paulino informa. “É necessário verificar se o caso e as partes se adequam ao formato de atendimento gratuito da mediação.”, explica. “No judiciário, se não há custas processuais, a mediação estaria incluída no processo”.
Reprodução: Banco de imagens Pixabay
Confira entrevista com Fábio Gomes Paulino, advogado e mediador de conflitos.
Ajuda
A mediação pode fazer com que as pessoas resolvam seus conflitos. A cabeleireira L.R.M. procurou a mediação oferecida pelo Instituto IMA, devido a um desentendimento com o ex-marido em relação à venda de um apartamento. L.R.M ficou sabendo sobre o Instituto e o procedimento por meio da irmã.
A cabeleireira conta que seguiu algumas etapas até a mediação ser efetivada: “Entrei em contato com o Instituto por um telefone fixo e fui orientada a enviar mensagem por whatsapp”, relata. “Precisei preencher um formulário e mandar todos os meus dados”, descreve a profissional. “Tive minha primeira reunião, de forma online, com várias pessoas do IMA, que foram muito solícitas e me receberam muito bem. Nós tivemos, no máximo, três reuniões online.”
De acordo com L.R.M, a partir da mediação, o conflito foi resolvido. “Eu procurei o IMA em fevereiro. Agora em março, eu já tive meu retorno, minha resposta”, revela. Para ela, o serviço foi vantajoso: “A mediação foi bastante importante e benéfica para mim. Consegui resolver o problema da melhor maneira possível”, comemora. “Foi muito bom eu ter procurado [a mediação e o IMA]. Se eu soubesse, tinha procurado antes”.
“A mediação foi muito importante para mim e com certeza vai ser muito importante para outras pessoas”, diz L.R.M. “Com certeza, eu indicaria o IMA e a mediação para outras pessoas. Da mesma forma que o serviço me ajudou, poderá ajudar mais indivíduos também, que estejam precisando de um apoio”, enfatiza. “Se a pessoa estiver passando por algum conflito familiar, ou por algum outro problema, ela vai poder resolvê-lo com a mediação”, finaliza.
Serviço
Qualquer pessoa que esteja envolta em um conflito pode solicitar a mediação. O pedido pode ser feito, por exemplo, no Instituto e Câmara de Mediação Aplicada (IMA), que também forma mediadores.
IMA – Instituto e Câmara de Mediação Aplicada
IMA INSTITUTO – ACADÊMICO
Telefone: (31)3281-3365
Email: contatoima@imainstituto.com.br
WhatsApp: (31)98240-7133
IMA CÂMARA – SECRETARIA
Telefone: (31)3245-6283
Email: contato@imacamara.com.br
WhatsApp: (31)98240-7133
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Por Redação Conecta
Na última terça-feira, dia 30 de abril, os alunos do primeiro período de Publicidade e Propaganda e Jornalismo da Universidade FUMEC receberam a visita da Rainha de Santa Luzia, Sarah Santos, da irmandade Os Carolinos, uma das mais antigas irmandades do Rosário de Belo Horizonte. A representante do grupo de Congado mineiro é também autora do almanaque intitulado Os Carolinos, em que registra a história, os principais termos utilizados, as vestes, instrumentos entre outras curiosidades sobre a irmandade.
O encontro, a convite do professor Aurelio Silva, que ministra a disciplina Comunicação e Cultura, teve como objetivo abrir os trabalhos do projeto de extensão deste semestre, que busca iniciar os universitários na pesquisa etnográfica sobre os povos quilombolas. Belo Horizonte tem até o momento, segundo informações do Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes), cinco quilombos urbanos certificados pela Fundação Cultural Palmares (FCP): Luízes, Mangueiras, Manzo Ngunzo Kaiango, Souza e a Irmandade Os Carolinos. Um sexto quilombo, o Mattias, ainda está em processo para conseguir esse status e a proteção que a entidade pública vinculada ao Ministério da Cultura assegura.
Durante sua visita, Sarah Santos propôs uma roda de conversa com os alunos para, segundo ela, valer-se das mesmas ferramentas utilizadas pelos integrantes das irmandades para transmitir os saberes, história e tradição de geração para geração. “Meus pais me ensinaram através de conversas, do canto, da dança e dos rituais tudo sobre nossa cultura. É pela tradição oral que perpetuamos a história do povo preto”, afirmou Sarah. A Rainha de Santa Luzia chegou à sala de aula cantando e pedindo licença. “Minha mãe sempre me ensinou a chegar nos lugares e, primeiramente, pedir licença.”
E não foi diferente no restante da dinâmica, os alunos ouviram sobre as origens do Congado, sobre a história de Sarah, sua linhagem na sucessão de coroas, aprenderam alguns cânticos, dançaram ao ritmo do gunga, instrumento composto por uma correia amarrada nas canelas dos dançadores na qual ficam presos alguns guizos que produzem sons; e puderam tirar dúvidas sobre os festejos que louvam Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia, santos que deram proteção aos negros durante a escravidão.
“Acho fundamental para a formação dos profissionais da comunicação, tanto publicitários quanto jornalistas, essa oportunidade de acessarem outras expressões da nossa cultura, diferentes das matrizes de origem. Muitos estudantes dessa turma nunca tiveram contato com o Congado, manifestação cultural e religiosa tão rica, que envolve canto, dança, teatralização e espiritualidades tanto cristãs quanto de matriz africana. Precisamos, como educadores, combater os estereótipos e todo tipo de intolerância”, afirmou o professor Aurelio Silva.
No final do semestre letivo, os futuros comunicadores sociais irão apresentar os resultados de suas pesquisas junto aos cinco grupos certificados para compreender como esses espaços se originaram na capital mineira, como seus membros sobrevivem e mantêm suas tradições e sua cultura, como se relacionam e compartilham a cultura com os demais grupos urbanos, entre outras descobertas possíveis nesse processo imersivo. Muitas dessas comunidades, compostas por descendentes e remanescentes de escravizados, ainda lutam pelo direito de habitar e fazer parte da cidade e manter seus modos de vida, saberes e tradições. Segundo dados da Fundação Cultural Palmares, Minas Gerais tinha, em 2015, pelo menos 185 comunidades com certificado de autorreconhecimento como quilombola.
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Por Samuel Fernandes
Os movimentos sociais são ações coletivas que buscam transformar ou preservar demandas, interesses e identidades de diferentes grupos sociais, frequentemente marginalizados ou excluídos do poder político e econômico. No Brasil, diversos movimentos sociais lutam por causas variadas, como a reforma agrária, moradia, direitos indígenas e negros, entre outras. Neste artigo, exploraremos quatro desses movimentos: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o movimento indígena e o movimento negro.
O MST, um dos maiores e mais conhecidos movimentos sociais do Brasil, surgiu na década de 1980, durante a redemocratização do país. Seu principal objetivo é realizar a reforma agrária, distribuindo terras improdutivas para os trabalhadores rurais sem terra. O MST realiza ocupações de terras, acampamentos, marchas, manifestações e outras formas de pressão social para denunciar a concentração fundiária, violência no campo, exploração dos trabalhadores e degradação ambiental. Além disso, o MST desenvolve projetos de educação, saúde, cultura e produção agroecológica nas áreas ocupadas, sendo considerado um movimento social de caráter popular, classista, nacional e internacionalista, por defender os interesses dos trabalhadores rurais, a soberania nacional e a solidariedade entre os povos.
O movimento que é considerado o maior produtor de arroz do mundo e luta pela reforma agrária no Brasil, mas o que se vê é uma baixa movimentação dos parlamentares para levar essa pauta adiante. O Brasil se vê em uma situação em que a riqueza e a terra estão concentradas na mão de poucas pessoas, a uma luta de cabo de guerra entre os movimentos sociais e os latifundiários sobre a questão da ocupação de terras improdutivas. Movimentos como MST são necessários para mostrar e lutar sobre essa falta de terra bem distribuída e muitas pessoas sem um teto sob sua cabeça.
O MTST, surgido em 1997 como dissidência do MST, é um movimento social que luta pelo direito à moradia digna para os trabalhadores urbanos sem teto. Sua principal estratégia é a ocupação de áreas urbanas abandonadas ou subutilizadas, reivindicando a destinação dessas áreas para a construção de moradias populares, seja através de programas habitacionais do governo ou cooperativas autogestionárias.
O MTST denuncia a especulação imobiliária, segregação espacial, violação dos direitos humanos e criminalização dos movimentos sociais. Caracterizado como um movimento social autônomo, democrático, combativo e solidário, não se subordina a partidos políticos, organiza-se de forma horizontal, enfrentando as forças repressivas e apoiando outras lutas sociais.
Por mais que existam programas sociais incentivados pelo governo federal como o “Minha casa Minha Vida”, que disponibiliza crédito para que pessoas de baixa renda possa adquirir a tão sonhada moradia, a luta do MTST é de grande importância para que essas moradias cheguem a população com a qualidade que é de direito. O papel desses movimentos é representar aqueles que não têm voz frente ao governo, empresários e autoridades levando e lutando pelas demandas da população.
O movimento indígena, composto por diversas organizações, associações, conselhos e articulações regionais e nacionais, luta pela defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil. Ele reivindica o reconhecimento da identidade, autonomia, história e cultura dos povos indígenas, bem como a demarcação, proteção e gestão de seus territórios tradicionais. Também denuncia violações dos direitos indígenas, como genocídio, etnocídio, racismo, invasão, exploração e destruição de seus territórios. Caracteriza-se como um movimento social plurinacional, intercultural, emancipatório e resistente, afirmando a existência, diversidade, dignidade e luta dos povos indígenas.
O movimento negro, composto por diversos coletivos, entidades, organizações e movimentos, luta pela valorização e igualdade dos negros e negras no Brasil, atuando em áreas como educação, cultura, saúde, religião, política e economia. Ele reivindica o combate ao racismo, discriminação, violência e exclusão que afetam a população negra, promovendo cidadania, participação, representatividade e afirmação da identidade negra.
O movimento negro denuncia o legado da escravidão, colonialismo, capitalismo e patriarcado na sociedade brasileira, geradores de desigualdades, injustiças, opressões e silenciamentos. Trata-se de um movimento social antirracista, feminista, anticolonial, anticapitalista e libertário, lutando por uma sociedade mais justa, democrática, plural e emancipada.
Essa definição mostra o que é realmente o movimento negro, a força desses movimentos fez com que pessoas pretas começassem a ocupar lugares que nunca foram ocupados antes. O movimento conseguiu abrir os olhos dos governantes para a implementação e valorização da política de cotas que levaram pessoas pretas à universidade. Esses movimentos atuam no apoio e orientação de jovens negros, desenvolve cursos preparatórios para vestibulares e para o Enem, abrindo mais oportunidades para que essas pessoas ingressem a uma universidade pública ou consigam bolsas nas particulares.
Os movimentos sociais, expressões da cidadania ativa, participação popular e transformação social, contribuem para a construção de uma sociedade mais democrática, diversa, solidária e sustentável. São também fontes de conhecimento, cultura, resistência e esperança. Portanto, é importante conhecer, respeitar, apoiar e integrar os movimentos sociais, pois são parte essencial da história, política e sociedade brasileira.
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Por Gabriela de Castro
Localizado na esquina de Rua da Bahia com Avenida Afonso Pena, o Mercado das Flores foi reinaugurado esse ano por meio de uma parceria entre o Sistema Fecomércio-MG, o Sesc e o Senac em Minas e Sindicatos Empresariais. Gerido pela Belotur até 2022, o local faz parte da história da capital mineira e abrigou, entre outras atividades, o Centro de Atendimento ao Turista (administrado pela própria Belotur), ponto de vendas de ingressos do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc) e a floricultura Flora Rosa.
A assessora de imprensa do Sesc Minas, Clarice Cristina Gomes Mendes, explica como aconteceu a parceria entre as organizações envolvidas: “Em outubro de 2022, o Sesc em Minas, que integra o Sistema Comércio, formado ainda pela Fecomércio MG, Senac e Sindicatos Empresariais, ganhou a licitação que concede o direito de ocupar o local por três anos, com possibilidade de prorrogação por 10 anos.”
O novo Mercado das Flores passou por um processo de revitalização pelo Sistema Comércio, levando em conta a valorização do turismo e cultura mineira, além da preservação do patrimônio cultural e histórico. O nome do espaço foi mantido, atendendo a um critério do edital, fazendo referência à tradicional floricultura que por muitos anos ocupou o imóvel.
Dessa forma, a identidade visual tem como símbolo a flor sempre-viva, que resiste ao tempo, representando assim a cultura de Minas Gerais. O artista mineiro Thiago Mazza, que participa do projeto de arte urbana CURA, realizou a pintura da parede interna e da varanda do prédio inspirada na história desse espaço, reforçando a proposta de criar um ponto de encontro que conecta o público com as artes e a cultura da cidade.
Mendes define o espaço como mais uma unidade do Sesc em Minas. “Além do apoio e orientação a turistas e moradores de Belo Horizonte, o lugar vai abrigar um ponto de vendas de roteiros de passeios locais, viagens nacionais e internacionais, hospedagens do Sesc em Minas, ingressos para eventos do Sesc Palladium. O espaço ainda vai receber eventos culturais e oficinas para promoção da gastronomia mineira.”
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Por Arthur Mesquita, Ricardo Soares e Samuel Fernandes
A guerra entre Israel e o Hamas, iniciada em 7 de outubro, acumula milhares de mortos, e a invasão russa contra a Ucrânia, que completará dois anos em fevereiro de 2024, deixando mais de 13 mil mortos, são dois dos maiores e mais notáveis conflitos armados neste momento. Pesquisa da BBC aponta que o mundo está enfrentando um status geopolítico de pelo menos oito guerras em curso em 2023, além de dezenas de conflitos armados de menor escala em busca de territórios ou governos.
Com o fim da Guerra Fria, a sensação de que uma terceira guerra mundial, um conflito iminente que seria destrutivo a ponto de acabar com o mundo todo, cessou e o status estabelecido foi de foi um momento de grande otimismo para a paz mundial, assim como ajudaram o fim da bipolarização ideológica entre os dois blocos rivais que disputavam a hegemonia global e a emergência de países como potências, trazendo a ideia de multipolaridade e interdependência entre eles.
Queda do Muro de Berlim
Com a queda do Muro de Berlim em 1989 e a dissolução da União Soviética em 1991, muitos acreditaram que o mundo entraria em uma nova era de cooperação e diálogo entre as nações, baseada nos princípios da democracia e dos direitos humanos. A Carta de Paris, assinada em 1990 por 34 países europeus, os EUA e o Canadá, expressaram esse sentimento ao declarar que “uma nova era de democracia, paz e unidade” havia começado.
No entanto, esse otimismo logo se mostrou infundado, pois o fim da Guerra Fria não eliminou as tensões e os conflitos existentes no mundo, nem impediu o surgimento de novos desafios e ameaças à paz e à segurança internacionais. A persistência de conflitos regionais e étnicos, como na antiga Iugoslávia, na Somália, no Ruanda, no Oriente Médio, e na Irlanda do Norte trouxeram novos problemas para esse status de paz. A proliferação de armas de destruição em massa, especialmente nucleares, por países como o Irã, a Coreia do Norte, o Paquistão e a Índia, que aumentaram os riscos de uma guerra nuclear acidental ou intencional.
A emergência de novas potências econômicas e políticas, como a China, a Índia, o Brasil e a África do Sul, que desafiaram a ordem mundial dominada pelos EUA e seus aliados ocidentais, e geraram disputas por recursos naturais, mercados e influência. A crise econômica e financeira global de 2008, que afetou a estabilidade e o crescimento de muitos países, provocou protestos sociais, desemprego, desigualdade, pobreza e migrações forçadas, o que pode ser apontado como um dos fatores mais determinantes para acirramento de diversos conflitos no mundo inteiro, a guerra ao terror.
Em entrevista ao Conecta, o internacionalista Guilherme Issa analisa o acirramento do contexto geopolítico da guerra, em perspectiva histórica.
Guerra ao terror
Após o ataque do 11 de setembro, os Estados Unidos iniciaram a sua própria cruzada, para combater o terrorismo e os efeitos disso foram cruéis para a tentativa de criação de paz mundial. O aumento do terrorismo internacional, especialmente após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA, que desencadearam a chamada “guerra ao terror” liderada pelos americanos contra grupos extremistas islâmicos, como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico.
A guerra ao terror americana, direcionada principalmente à países do oriente médio e organizações extremistas como Al-Qaeda e o Estado Islâmico foi responsável por violar o direito internacional e a soberania dos países invadidos, como o Afeganistão e o Iraque, que não tinham relação comprovada com os ataques de 11 de setembro de 2001. Essa guerra causou também milhares de mortes de civis inocentes, além de destruir a infraestrutura e a economia desses países.
A guerra ao terror alimentou o ódio e o ressentimento contra os Estados Unidos e seus aliados, que foram vistos como invasores e opressores pelos povos locais. Também fortaleceu o recrutamento e a atuação de grupos terroristas que se aproveitaram do caos e da instabilidade gerados pela guerra para expandir sua influência e realizar novos ataques. Desestabilizou a região do Oriente Médio e do Norte da África, que já sofria com conflitos étnicos, religiosos e políticos. A guerra ao terror contribuiu para o surgimento ou o agravamento de guerras civis, como na Síria, no Iêmen, na Líbia e no Sudão, que provocaram milhões de refugiados, deslocados e vítimas de violações de direitos humanos.
Esta guerra gerou tensões e rivalidades entre as potências mundiais, como os Estados Unidos, a Rússia, a China, a França e o Reino Unido, que disputaram interesses e influência na região. Também afetou as relações diplomáticas e comerciais entre os países envolvidos, dificultando a cooperação e o diálogo para a resolução pacífica dos problemas globais.
A guerra ao terror foi determinante para o acirramento de diversos conflitos armados e uma perturbação da tentativa de criação da paz mundial, pois criou mais violência, insegurança e instabilidade, ao invés de promover a justiça, a democracia e os direitos humanos. Diferentemente do que havia sido pensado com o fim das grandes guerras, a partir do início do século XXI, novos conflitos armados surgiram em todo o mundo, mas em outros polos, fora dos grandes centros europeus.
A globalização e a interdependência econômica entre os países tornaram-se mais intensas, mas a paz não foi alcançada. A guerra sempre esteve presente no cenário geopolítico mundial, só não mais na França, Alemanha, Polônia, Itália e Rússia.
O mapa da guerra
O World Population Review destaca no mapa a seguir os países em guerra na atualidade. A versão interativa pode ser consultada no site.
África
O continente africano foi palco de inúmeros conflitos armados após o fim da Guerra Fria, que terminou em 1991 com a dissolução da União Soviética. Muitos desses conflitos foram heranças das disputas ideológicas e geopolíticas entre as duas superpotências, que apoiaram diferentes grupos e regimes durante a descolonização da África. Outros conflitos foram motivados por questões étnicas, religiosas, territoriais, econômicas e políticas internas dos países africanos. A paz nunca foi uma alternativa por lá, pois a violência, a instabilidade e a pobreza se perpetuaram em um ciclo vicioso.
A guerra civil da Somália, em 1991; o Genocídio de Ruanda, em 1994; a segunda guerra do Congo, que durou de 1998 a 2003; São exemplos de guerras que aconteceram e ocorrem no continente africano após o fim da Guerra Fria. Há muitos outros conflitos que ainda persistem ou que surgiram recentemente, como a guerra civil no Sudão do Sul, a guerra civil na Líbia, a guerra contra o Boko Haram na Nigéria, a guerra civil na Etiópia, entre outros.
A paz no continente africano é um desafio que requer a participação e a cooperação de todos os atores internacionais, respeitando a soberania, a diversidade e os direitos humanos dos povos africanos, como explica Panzo Bartolomeu, graduado em Relações Internacionais, com foco em estudos de economia internacional e geopolítica africana pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.
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por Maria Julia Coelho Vieira
Em 1995 a Unesco elege o dia 23 de abril como o “Dia Internacional do Livro” durante o 28º Congresso Geral em Paris.
Como instrumento crucial no desenvolvimento intelectual, espiritual e individual do ser humano, os livros possuem uma vasta gama de benefícios e contribuições na difusão de conhecimento. O dia 23 de abril foi escolhido pela organização com base na data de nascimento ou morte de alguns autores famosos, como Maurice Druon, Haldor K.Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla e Manuel Mejía Vallejo.
Desta forma, o dia de hoje ressalta a importância da leitura e reflexão em meio a tantos estímulos improdutivos que nos deparamos atualmente nas redes. A escrita, a leitura, tradução, publicação, todas essas atividades devem ser celebradas como virtude da liberdade e suas nuances, contrapondo a esse fluxo massivo de informações da realidade tecnológica em que vivemos atualmente.
Com a transição para o mundo digital, o consumo da leitura ganhou uma nova representação com o mercado de conteúdos digitais. O Kindle (leitor de livros digitais criado pela Amazon), por exemplo, é visto como uma opção prática e sustentável, por ser alternativa ao livro impresso e de fácil acessibilidade.
Apesar das distrações digitais, muitos jovens reconhecem o valor da leitura como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento pessoal, a ampliação do conhecimento e a melhoria das habilidades de comunicação e pensamento crítico. Assim, embora a tecnologia e outras formas de entretenimento possam competir com a leitura entre os jovens, muitos ainda reconhecem seu valor e encontram maneiras de integrá-la em suas vidas de maneiras diversas e significativas.
E para celebrar Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor vamos indicar alguns títulos interessantes recomendados pela nossa equipe:
Recomendação da estudante de Jornalismo da Universidade Fumec, Ana Clara Cabral
Livro: Cartas de amor aos mortos
Autora: Ava Dellaira
Gênero: Romance e Ficção.
“Esse livro é muito comovente, mostrando as emoções de uma garota que acabou de perder sua irmã. A intensidade contida em cada palavra faz com que a leitura seja leve e nos deixe com gosto de “quero mais”.
Recomendação da estudante de Jornalismo da Universidade Fumec, Gabriela de Castro
Livro: O Pior Dia de Todos
Autora: Daniela Kopsch
Gênero: Ficção Policial
“O Pior Dia de Todos é um livro inspirado nos fatos reais do Massacre de Realengo, porém utilizando da literatura para contar a história de duas personagens fictícias, mas que se parecem muito com tantas meninas da vida real. Uma leitura que traz reflexões sobre crescer sendo mulher no Brasil, através da abordagem de um massacre que teve misoginia como uma das motivações.”
Recomendação da Técnica do Laboratório de Jornalismo Impresso e Mídias Digitais, Mariana Barroso
Livro: A Última Música
Autor: Nicholas Sparks
Gênero: Ficção e Romance
“É uma obra excelente para quem gosta de um clichê. O livro narra a trajetória emocional de Ronnie Miller, uma adolescente rebelde e magoada, que é enviada para passar o verão com o seu pai distante. À medida que Ronnie se reconecta com seu pai por meio da música e da construção de uma relação complicada, ela descobre segredos do passado que mudarão a sua visão de mundo para sempre. Esta comovente história não é apenas sobre os desafios enfrentados por Ronnie, mas também sobre os laços familiares, segredos enterrados e segundas chances. Por meio do autor, somos levados a refletir sobre temas universais, como perdão, redenção e a importância de valorizar os momentos preciosos da vida.
Vale à pena a leitura!”
Recomendação da Designer de Moda e estudante de Jornalismo da Universidade Fumec, Maria Julia Coelho
Livro: Style Surfing – O que vestir no terceiro milênio
Autor: Ted Polhemus
Gênero: Estudo exploratório e Moda
“É um livro que nos faz refletir sobre o ciclo da moda através das décadas e como elas se traduzem no mundo contemporâneo. O autor traz argumentações baseadas no marketing e interpretação de tribos emergentes do início do século, abordando como se dá a criação e disseminação de uma tendência e, com elas, ícones que as personificam. É uma leitura extremamente enriquecedora e interessante.”
Recomendação da estudante de Jornalismo da Universidade Fumec, Vitória Figueiredo:
Livro: Minha Vida Fora de Série
Autora: Paula Pimenta
Gênero: Ficção
“Minha vida fora de série” é uma série de livros incríveis sobre as experiências da adolescência. Tem uma história fantástica e uma escrita envolvente. Quando leio os livros dessa saga, não tenho vontade de parar até terminar os 5 livros. E quando acabo, já quero ler de novo!”
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por Maria Julia Coelho Vieira
Instaurado na década de 70, o “Dia da Terra” foi idealizado como um grande protesto contra a poluição, mas hoje, ganha um significado ainda maior, dando espaço à recém consciência e educação ambiental trazidas como pauta pelas novas gerações. Preservar o planeta em tempos de recorde de altas temperaturas parece uma tarefa desafiadora, mas com a ajuda de pesquisadores e cientistas, projetos como o de transição energética para alternativas menos poluentes já são uma realidade a ser adotada nos grandes polos, visto que há uma concentração de gases na atmosfera em grande escala nos mesmos.
Com fotos reais de diversos biomas terrestres formando a palavra Google a ilustração do buscador manifesta a relevância da natureza e biodiversidade, e a urgência em protegê-las. De forma massificada, a empresa exerce o papel de educar o cidadão sobre como suas ações individuais ou coletivas podem estar no caminho certo e contribuem para a preservação do nosso meio ambiente.
Assim, podemos enumerar algumas dicas
- Reduzir, Reutilizar, Reciclar: Adotar o lema dos 3 Rs em sua vida diária fará uma grande diferença. Reduza o consumo de produtos descartáveis, reutilize itens sempre que possível e recicle materiais como papel, plástico, vidro e metal.
- Economizar Energia: Desligar luzes e aparelhos eletrônicos quando não estiverem em uso é uma opção. Opte por eletrodomésticos energeticamente eficientes e utilize fontes de energia renovável sempre que possível, como solar ou eólica.
- Conservar Água: É de suma importância tomar medidas para reduzir o consumo de água em sua casa. Procure consertar vazamentos, instalar dispositivos de economia de água e evitar o desperdício ao lavar pratos e roupas.
- Escolher Transporte Sustentável: Optar por caminhar, andar de bicicleta, usar transporte público ou compartilhar caronas é uma ótima opção, precisamos reduzir as emissões de carbono associadas ao transporte.
- Comprar Produtos Sustentáveis: Prefira produtos orgânicos, locais e de comércio justo sempre que possível. Procure por certificações ecológicas e sustentáveis ao fazer compras.
- Apoiar a Conservação da Natureza: Contribua para organizações de conservação, participe de projetos de voluntariado ambiental e apoie políticas que protejam habitats naturais e espécies ameaçadas.
Ao adotar essas práticas em nossa vida diária, podemos fazer uma diferença positiva significativa para o meio ambiente e para as gerações futuras. Compartilhe informações sobre questões ambientais com amigos, familiares e comunidade, e inspire os outros a adotarem práticas sustentáveis em suas próprias vidas.
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Por Vitória Figueiredo
No dia 4 de abril de 2024, quinta-feira, a Agência Atrio, primeira agência de comunicação integrada da disciplina Projeto Experimental da Fumec, realizou o seu Presentation. No evento, os integrantes da agência deram maiores informações sobre a Atrio aos professores, alunos, pais e convidados.
O nome “Atrio” faz referência ao pátio central de casas gregas e romanas. “Assim como o átrio, a Atrio Comunicação Integrada é onde são feitas as conexões e também onde é produzida uma comunicação de qualidade e eficiência”, de acordo com informações publicadas nas redes sociais da agência.
Foram exibidos vídeos de ações de divulgação da Átrio: os integrantes mostraram a entrega dos convites aos alunos e das camisetas da agência aos professores, a ação realizada no pátio da FCH e todo o material de divulgação da BH Gráfica, parceira da agência neste projeto.
Os participantes explicaram sobre o nome da agência, slogan, logotipo, cores, tipografia, material promocional, artigos de papelaria, documentos, dentre outros. Os patrocinadores da Atrio distribuíram brindes, com sorteio de produtos das marcas.
Comunicação Integrada
A Atrio é a primeira agência de comunicação integrada da disciplina Projeto Experimental. A agência de comunicação integrada inclui a atividade publicitária da comunicação, com conteúdo para redes sociais e propagandas, e a produção jornalística, que envolve a assessoria de imprensa e elaboração de matérias de interesse público.
Ana Luisa Fonseca, responsável pela assessoria de imprensa da Atrio, explicou a diferença de uma agência de comunicação integrada. “A agência de comunicação integrada tem toda essa parte do Jornalismo e da assessoria. Tem a parte das peças gráficas, que é publicitária, e a textual, das notícias, que serão feitas por nós, jornalistas”.
“As agências anteriores são muito focadas na parte publicitária, não possuem esse viés social que a nossa agência vai ter”, informa Ana Luisa. Desta forma, enfatiza, as opções de atuação dos estudantes na organização foram ampliadas.
“Se a gente fosse montar uma agência apenas de Publicidade, nós, do Jornalismo, íamos perder muito conteúdo. Se fosse uma produtora, os publicitários também perderiam muito conteúdo”, ressalta. “Então, a gente decidiu montar uma agência de Comunicação Integrada, para que tanto os jornalistas quanto os publicitários da nossa equipe pudessem colocar em prática os conteúdos que foram aprendidos ao longo do curso”.
Presentation
Ana Luisa comentou sobre a sensação da equipe com o fim do Presentation: “A gente está com uma sensação de alívio, de felicidade”, relata. “Você passa quatro anos imaginando: ‘meu Deus, vai chegar minha hora [de fazer o Presentation], vai ser eu em cima daquele palco’. E tem aquele nervosismo, aquela correria, mas, graças a Deus, deu tudo certo “, comemora.
Para a estudante, a expectativa com as outras etapas do trabalho é positiva: “A expectativa, daqui pra frente, é que a gente consiga realizar um bom trabalho, que siga nesse processo”, relata. “Nossa equipe é muito unida e esforçada. Acho que a gente vai, sim, conseguir apresentar um bom trabalho no final”.
Cliente
O cliente escolhido pela Agência Atrio para assessoria foi a ONG ‘Todos por uma boa causa’, que produz perucas para pacientes em tratamento oncológico e, além disso, realiza micropigmentação de sobrancelhas. “Marconi, fundador da ‘Todos por uma boa causa’, foi super receptivo com a gente, desde o começo”, conta.
“A causa deles é muito especial. Acompanhamos o trabalho dele”. Ana Luisa acredita que a escolha da ONG como cliente da Atrio foi benéfica para as duas partes:
“Eles precisavam de ajuda, a gente precisava de um cliente. Uniu o útil ao agradável. A causa deles é uma causa muito bonita, com a qual a gente, se Deus quiser, vai conseguir contribuir bastante”.
A ONG
“Todos por uma boa causa” é uma ONG que oferece perucas e tratamentos estéticos a pacientes oncológicos. A organização trabalha por meio de doações de cabelo, por exemplo. Marconi Ribeiro, fundador e presidente, explica sobre o objetivo da entidade, fundada a partir de sua própria história de vida.
“Eu fui cabeleireiro, profissional da área da beleza, durante 30 anos. Perdi minha avó, mãe e quatro tias devido ao câncer. Como eu cuidei de muitos cabelos, sei que, pra muitas mulheres, o cabelo é a honra delas. É a dignidade”, revela. “Então, quando a gente consegue devolver essa autoestima para elas, é muito gratificante. É essa a motivação da ONG”, explica.
Ribeiro falou, também, sobre a escolha da Atrio por ter a ONG como cliente. “Foi uma surpresa muito grande, pra mim, de ter recebido o telefonema dos integrantes da agência no ano passado, falando que queriam abraçar a nossa causa, para a gente poder devolver a autoestima das pessoas”, relata.
“A gente estava até um pouco desanimado, devido à falta de pessoas pra nos assessorar, e quando a gente ficou sabendo sobre a agência de Publicidade, de pessoas que estão ali cheias de gás para poder dar essa força pra gente, nós ficamos muito gratos”, conta o presidente. “Esse contato é muito importante pra gente poder crescer e as pessoas reconhecerem o trabalho realizado pela ONG”.
Serviço
A ONG aceita doações de cabelos para a produção de perucas. Outro objetivo é a compra de insumos, como toucas e linhas, e a ministração de cursos de tecimento, para as pessoas aprenderem a confeccionar as perucas.
Para quem tiver interesse em cortar e doar cabelo, a ONG realiza corte gratuito, mediante agendamento, às segundas, terças e quartas. A “Todos por uma boa causa” também tem parcerias com salões de beleza, onde são realizados os cortes. De lá, saem os cabelos para confecção de perucas.
“Todos por uma boa causa”
Instagram: ongtodosporumaboacausa
Whatsapp: (31) 97340-4039
Assista, na íntegra, a entrevista com o presidente da ONG “Todos por uma boa causa”, Marconi Ribeiro:
Eventos
Além do Presentation, a Agência Atrio realizou, também, uma ação no pátio da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde. O evento aconteceu no dia 2 de abril de 2024 e teve como objetivo divulgar a agência. Houve sorteios, brincadeiras, lanches e distribuição de brindes.
Veja como foram os eventos promovidos pela Agência Atrio:
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por Vitória Figueiredo
A Átrio, agência experimental do 8° período de Comunicação Social da Universidade FUMEC, promoveu, nesta terça-feira (02/04/2024) uma ação no pátio da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde. O evento contou com a presença de alunos e professores da FCH.
Dentre as atrações, houve brincadeiras, como beer pong e “estoure o balão”, que davam direito a brindes; comidas, bebidas e DJ. Os patrocinadores da agência de comunicação também levaram entretenimento ao público: a rádio Liberdade FM distribuiu presentes e a Tupperware realizou sorteio de produtos. A marca de beleza Studio Bem Star deu amostras de mercadorias e pegou inscrições para sorteios. Para completar, a Girus 360 divertiu quem estava no evento com uma plataforma de filmagem 360.
A ação objetivou divulgar a agência, que, no dia 04 de abril, realizará o Presentation. A apresentação ocorrerá no Auditório Phoenix, na FCH, e dará à comunidade acadêmica maiores informações sobre a Átrio.
Rebeca Soares, responsável pela revisão de projeto, falou sobre os objetivos da Átrio, primeira agência de comunicação integrada experimental da FUMEC.
A estudante comentou, também, sobre a expectativa dos integrantes da Átrio com a proximidade do Presentation: “Nós estamos muito ansiosos, mas temos confiança, porque não somos apenas um grupo, e sim uma equipe”, destacou. “Todos realmente estão carregando seu peso, dispostos a ajudar e a cumprir sua parte. Confiamos que vamos passar por essa etapa, e depois vamos ter a banca [avaliadora do TCC], e vai dar tudo certo”.
No final, Rebeca falou mais sobre o Presentation: “Nós vamos ter sorteios, brindes e, talvez, algumas surpresinhas na entrada e na saída”, ela relatou. E terminou fazendo um convite: “Todos estão convidados. Será no dia 04 de abril, quinta-feira, às 9h40, no auditório Phoenix, aqui na FCH, na FUMEC”, finalizou.
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por Gabriela de Castro
Na manhã dessa quarta feira (13), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizou uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, no bairro Serra. Com o apoio de movimentos sociais como o Movimento Negro Unificado, o Levante Popular da Juventude e o Movimento Brasil Popular, a ação acompanhou a audiência que tratava a situação de um acampamento recém ocupado pelo MST em Lagoa Santa.
A audiência, que busca uma conciliação entre o movimento e os proprietários da terra, foi marcada após uma visita técnica à ocupação pela Vara Agrária de Minas Gerais. Um dos questionamentos das lideranças do movimento é o motivo da abordagem da Polícia Militar, que cercou o acampamento consolidado por mulheres trabalhadoras do campo no dia 8 de março.
José Carlos de Souza, do Movimento Negro Unificado (MNU), ressaltou durante a manifestação o direito constitucional dos trabalhadores rurais sem terra de ocuparem regiões improdutivas: “O que defendemos é o que está na constituição: terra improdutiva tem que estar a serviço da reforma agrária. A maioria dos que estão nas ocupações e estão abandonados pelo Estado somos nós, negros e negras.”
Bella Gonçalves, deputada estadual de Minas Gerais pelo PSOL, também participou do protesto e defendeu os direitos dos moradores do acampamento: “O mais importante hoje é barrar qualquer tentativa de despejo violento em uma terra que estava absolutamente vazia. Se vocês fossem lá (no primeiro dia de ocupação), veriam currais abandonados, um casarão quase destruído e mato para todo lado. Quando voltei na segunda feira, havia tratores plantando árvores e lavrando a terra, despertando esperança não só para Lagoa Santa, mas para todo o povo de Minas Gerais”. Gonçalves, que acompanhou a audiência, se comprometeu a levar a pauta ainda hoje para a Comissão de Direitos Humanos, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A manifestação foi encerrada após o dirigente estadual do MST, Silvio Netto, anunciar a decisão final da audiência, que foi considerar o território improdutivo e legitimar a ocupação do movimento.
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Por Ana Luisa Fonseca
Os universitários do 8º período dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda se preparam para o lançamento da primeira Agência de Comunicação Integrada Experimental na Universidade Fumec. A empresa, produto inédito entre os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), tem como objetivo demonstrar na prática os conhecimentos adquiridos no percurso acadêmico e preparar os futuros profissionais para os desafios no ambiente profissional.
Atrio, nome escolhido para a agência, remete a um termo na arquitetura que designa o pátio central em casas gregas e romanas, além de nomear o tanque que capta água das chuvas. O átrio, muitas vezes possui passarelas, corredores, áreas de assento e congregação de pessoas. Assim, como o átrio, a Atrio Comunicação Integrada, é aonde são feitas as conexões e também aonde é produzido uma comunicação de qualidade e eficiência por meio de campanhas de comunicação integrada abrangentes e eficazes afim de construir e fazer a manutenção da reputação de uma empresa ou marca.
A apresentação da agência à comunidade acadêmica envolve várias ações, começando pela divulgação da agência por meio de banners, adesivos e cartazes que serão espalhados por toda a faculdade. O lançamento festivo da Atrio para a comunidade acadêmica será realizado no pátio da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde (FCH). Nesta ação, os integrantes da agência farão uma confraternização com lanches, brincadeiras e muitos brindes para aqueles que se fizerem presentes ao evento.
Por fim, o Presentation da agência será no Auditório Phoenix. Na oportunidade, será apresentado também o cliente assessorado pela Atrio, a Organização Sem Fins Lucrativos (ONG) ‘Todo Por Uma Boa Causa’, que oferece tratamentos estéticos para pessoas em situações oncológicas, como por exemplo, a montagem de perucas para pacientes que perdem os cabelos devido aos tratamentos rigorosos para conter a doença, como a quimioterapia. Além desse serviço, a ONG oferece também micro pigmentação de sobrancelhas e auréola, auxiliando para que o processo de tratamento e cura desses pacientes seja menos doloroso.
Para esta etapa do projeto, a Agência Atrio recebe o apoio de colaboradores que acreditam e investem na educação. Entre esses apoiadores estão a BH Gráfica, responsável por todos os materiais de divulgação do projeto; o Studio Bem Estar e a Distribuição Zênite da Tuppeware, que colaboraram financeiramente para custear a realização do trabalho, além de outros parceiros que contribuíram com brindes usados para as ações promocionais.
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Por Júlia Rodrigues
Paola Antonini, modelo e influenciadora que conquistou o público pela sua resiliência, agora está a frente como apresentadora do novo programa de aventuras da Globo Minas. “Logo ali”, exibido aos sábados, aborda e pratica diversos esportes. Sua jornada, marcada pela superação, está detalhada no perfil da influenciadora publicado na 18ª edição da revista Ponto e Vírgula, abordando a vida de Paola após a amputação da perna. Confira os desafios superados por Paola, suas conquistas alcançadas e a inspiração na reportagem de Guilherme Marrara na 18º edição da revista Ponto e Vírgula.
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Por Larissa Figueiredo e Vitor Rodrigues
A arquitetura hostil faz intervenções em espaços públicos livres com o intuito de restringir o direito à circulação e à permanência de pessoas em situação de rua. São consideradas técnicas construtivas hostis qualquer intervenção ou estratégia que utilize materiais, equipamentos, objetos, mecanismos e estruturas, edificadas ou não, com o objetivo de afastar ou limitar, no todo ou em parte, o fluxo e o acesso de pessoas.
Nos âmbitos federal e estadual e níveis do judiciário e legislativo, estão sendo tomadas medidas para a proteção da população de rua diante da arquitetura hostil, no entanto, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o Projeto de Lei 252/2022, de autoria das vereadoras Bella Gonçalves (PSOL) e Iza Lourença (PSOL), que dispõe sobre a proibição da arquitetura hostil, está suspenso desde março de 2023.
A população de rua da capital mineira é composta por 5.344 pessoas, segundo números do Censo Pop Rua 2022, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Os gráficos seguintes mostram a origem desta população e as causas da sua permanência na rua, conforme a pesquisa.
Em Brasília, o Supremo Tribunal Federal (STF) referendou decisão do ministro Alexandre de Moraes que havia determinado aos estados, Distrito Federal e municípios a observância imediata das diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua (Decreto federal 7.053/2009). O Plenário também manteve o prazo de 120 dias para que o governo federal elabore um plano de ação e monitoramento para a efetiva implementação da política nacional, respeitando as especificidades dos grupos familiares e evitando sua separação.
A decisão do colegiado foi tomada no fim de agosto nos autos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 976, ajuizada pela Rede Sustentabilidade, pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Em vigor desde 17 de outubro, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou a Lei 24.512, de autoria da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), que altera a Política Estadual para a População em Situação de Rua, vedando o emprego de técnicas construtivas hostis nos espaços públicos livres que visem a restringir o direito à circulação e permanência dessa população.
“É um comando proibitivo para que não sejam colocados em espaços públicos livres qualquer intervenção que tenha por objetivo restringir o direito à circulação ou permanência das pessoas. Então, essa responsabilidade é do poder público, mas também da sociedade. O Poder Executivo precisará regulamentar a lei de forma que o que exista de arquitetura hostil seja retirado, fazer campanhas educativas a respeito”, explicou a deputada.
Para além das medidas imediatas, a parlamentar afirmou que é preciso reeducar a população sobre o preconceito com a população de rua. “Precisamos enfrentar o que chamamos de aporofobia, esse medo e ódio das pessoas pobres. As intolerâncias, violências, assassinatos são incentivados e legitimados em nossa sociedade. Uma pessoa sem moradia, sem condições de viver com dignidade, com insegurança alimentar é responsabilidade de toda a sociedade. A escola precisa falar disso. Não podemos formar jovens intolerantes ou indiferentes”, esclareceu.
“Ter arquitetura hostil em nossas cidades é sobre isso, o ódio ao pobre e a tentativa permanente de expulsá-lo dos espaços públicos. Como o governador não sancionou, o projeto retornou para a Assembleia Legislativa que, por sua vez, promulgou e o projeto se tornou lei”, afirma Beatriz.
O próximo passo é que sejam retiradas as obras de arquitetura hostil em Minas Gerais. “A lei é um grande avanço dentro de uma agenda da cidade que pertence a todas as pessoas e de impedir práticas de higienização social. O impacto esperado é inibir a prática de quaisquer técnicas (equipamentos, construções, disposição de objetos, estruturas) para afastar ou restringir a circulação das pessoas em situação de rua. Além disso, é preciso que haja a retirada do que já existe em nosso Estado.”
Uma pedra no meio do caminho
O poema de Carlos Drummond de Andrade, ‘’No Meio do Caminho’’, retrata os obstáculos e problemas da vida com uma pedra no meio do caminho. Assim é que, muitas vezes, os moradores de rua são vistos pela sociedade.
Para a doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, Thaís Corrêa, é necessário que haja conscientização da população e as pessoas entendam a necessidade de políticas públicas para as pessoas em situação de rua, visando o direito à cidade que tem como base a coletividade e a inclusão.
Como explica a pesquisadora em entrevista ao Conecta, essa técnica arquitetônica não afeta apenas um grupo da sociedade, mas, também, idosos, crianças e pessoas com deficiência.
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Por Gabriela de Castro
A 18ª edição da revista Ponto e Vírgula, lançada neste mês, aborda diversos temas em reportagens sobre necropolítica e o racismo, fobias de galinhas e tubarões, literatura independente e cozinha solidária. A matéria de capa sobre o Bournout trata do transtorno psíquico causado pela exaustão extrema, cada vez mais comum devido às crescentes demandas profissionais no local de trabalho.
A revista também apresenta o perfil da modelo e influenciadora Paola Antonini, que viu sua vida mudar totalmente após ter que amputar a perna. Ela estreou como atriz na série da Netflix “Todo Dia a Mesma Noite”, que narra a luta dos familiares das vítimas do incêndio na Boate Kiss. Ao final, há perfis homenageando grandes personalidades que nos deixaram recentemente, como Elza Soares, Gal Costa, Rita Lee, Jô Soares, Glória Maria, Pelé e Tina Turner.
Confira a 18ª edição da revista Ponto e Vírgula. Boa leitura!
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Por Pedro Oliveira
Com duas apresentações no último domingo, 3, e na segunda-feira, 4, Paul McCartney fez sua terceira visita a Belo Horizonte para apresentar sua turnê “Got Back” Turnê que pode marcar a despedida do ex-beatle dos palcos. O possível derradeiro show do eterno beatle, de 81 anos, ocorreu diante da Arena MRV lotada. Sucessos como “A Hard Days Night” (The Beatles, 1964), “Hey Jude” (The Beatles, 1968), “Ob-La-Di, Ob-La-Da” (The Beatles, 1968) e outros que permanecem na memória de várias gerações não ficaram de fora do setlist.
Na segunda-feira, o artista subiu ao palco às 20:50. Enquanto aguardavam, os fãs prestigiaram um DJ que tocava músicas dos Beatles. Uma animação com imagens da carreira de Paul McCartney complementou o aquecimento. Mesmo com a pontualidade britânica falha, o público, emocionado, acompanhou o cantor durante todo o show. “Oi, BH! Boa noite, véi! Estou aqui, uai”! Saudou Paul, em muito bom português. Novamente, para o delírio de todos os presentes.
A forte chuva que atingiu Belo Horizonte horas antes do show de segunda-feira deu lugar a um céu estrelado sob a Arena MRV iluminada pelas luzes, projeções, lasers, efeitos especiais do palco e por lanternas de celulares nas arquibancadas e na pista do local. Cenário perfeito para uma celebração a John Lennon, morto em 1980, e George Harrison, vítima de câncer em 2001. Os parceiros de Paul foram lembrados, respectivamente, em “I’ve Got a Feeling” (The Beatles, 1970) e “Something” (The Beatles, 1969).
McCartney exibiu plena vitalidade. Durante todo o espetáculo não fez pausas e o tempo todo dividia-se entre a guitarra, violão, pianos e ukulele, sempre animando a plateia. O baixista dos Beatles não saiu de cena nem para beber água ou tirar o paletó do terno preto e branco que usava. Sua voz, assim como seu talento, permanece vigorosa enquanto transita entre agudos e graves do rock n’ roll. Ao final do espetáculo, junto à sua banda, o artista e os músicos ergueram bandeiras do Brasil, da Inglaterra e do movimento LGBTQIA +.
O cantor Milton Nascimento foi ovacionado ao chegar em um dos camarotes da Arena MRV para o segundo show do colega de profissão, homenageado em “Para Lennon e McCartney” (Milton Nascimento, 1970). Além de Bituca, nomes como Charles Gavin, Fernanda Takai, Henrique Portugal e Branco Mello marcaram presença na apresentação de Paul McCartney em Belo Horizonte. “Agora é hora de ir embora”, disse, novamente em português, ao agradecer ao público e sua equipe.
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Por Ana Luísa Ribeiro
Para romper com a ideia carregada de estereótipos negativos de que museu é lugar de guardar coisa velha, o Museu dos Brinquedos, localizado na Avenida Afonso Pena, 2.564, na região Centro-sul de Belo Horizonte, foi criado com uma nobre missão: preservar e valorizar a memória da infância. Fundado em 2006, o espaço transcende o tempo e celebra a magia da infância.
Leia a matéria completa em O Ponto.
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Por Gabriela de Castro
Por meio da posse de um prédio comercial abandonado na Rua da Bahia, no centro da capital mineira, a Ocupação Maria do Arraial tem como principal objetivo garantir à população despossuída o direito à moradia. Ocupar o espaço e transforma-lo em habitação coletiva é uma iniciativa dos integrantes e militantes da Unidade Popular (UP) e do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).
De acordo com Ana Luiza Moura, que reside em Maria do Arraial, o processo foi gradual: “Viemos de um núcleo de base, participamos de reuniões. Não foi apenas juntar todo mundo para entrar, não”. Poliana de Souza, coordenadora nacional do MLB, ressalta a importância desse procedimento: “O MLB tem inclusive comissões que estudam imóveis abandonados, que não cumprem função social e que geram ônus para a cidade por causa de dívidas. Um prédio como esse abandonado é um custo enorme para o município”.
O nome da ocupação é uma homenagem a Maria do Arraial, que habitava uma casa localizada onde é atualmente o Palácio da Liberdade, destruída sem aviso prévio durante a transição do Arraial Curral Del Rey para Belo Horizonte — capital que foi planejada. Diante da situação, Maria teria rogado uma maldição sobre os futuros governadores. “Há muito tempo ela morava aqui, então os governantes a expulsaram para construir a cidade. A gente usou esse nome justamente no sentido de retomada da Maria do Arraial. Quer dizer que ela ainda está aqui para assombrar esses governantes”, explica Ana Moura.
O edifício, originalmente comercial, tem sido adaptado de acordo com as possibilidades e necessidades dos moradores. “O prédio é comercial, então, tudo é uma fase de adaptação, até mesmo porque são várias pessoas e pensamentos diferentes”, explica Ana Moura. Durante os meses que se passaram desde a ocupação, em julho, os habitantes conseguiram construir espaços como sala coletiva (onde fica a televisão e são realizados os encontros entre as pessoas), assembleia (onde acontecem as reuniões), cozinha comunitária e creche. “A ocupação é a última forma de luta. Primeiro as famílias tentam os programas habitacionais, e muitas vezes não conseguem”, relata Poliana de Souza.
Quanto à relação com a prefeitura, o processo é de negociação. “O presidente do Senac trouxe uma proposta insana de 1.000 cestas básicas e auxílio aluguel de três meses. E depois de três meses? Fazer o que? Voltar pra rua?”, questiona Ana Moura. Entretanto, a ocupação encontrou como aliados outros movimentos sociais e partidos políticos. “A luta nessa proporção tem uma rede de apoio gigante, então, outros movimentos vieram apoiar e ocuparam com a gente na madrugada. Temos apoio do campo da esquerda, inclusive entre os parlamentares. São solidários à nossa luta”, explica a coordenadora.
Ela ainda desmistifica a relação construída no imaginário de uma parcela da população sobre a ocupação e sua relação com o vandalismo, e como a localização garante aos habitantes uma melhor qualidade de vida. “Dizem que ocupação é coisa de vagabundo. Se você andar aqui no prédio, não vai encontrar ninguém. As pessoas saem daqui 7h da manhã. E por que? Porque estão no centro. Se morassem na periferia, saíram muito mais cedo. Elas vão a pé para o trabalho, conseguem chegar mais cedo, conversar entre si, organizar a luta coletiva e brincar com os filhos. Sem contar que é perto das melhores escolas e do lado da área hospitalar de Belo Horizonte. Morar no centro traz milhares de direitos normalmente negados ao povo, como o lazer, a cultura, o esporte e a educação”.
A ocupação pode ser auxiliada através de trabalho voluntário e de doações (PIX: mlbminas.luta@gmail.com)
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Por Ana Luísa Ribeiro
O Projeto de Lei nº 3.268/2021, originado no Senado e que propõe a instituição do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra como feriado nacional, foi aprovado pela Câmara dos Deputados e, agora, segue para sanção presidencial. O projeto, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), tem como objetivo celebrar a luta, a força e a resistência do povo negro que desempenhou um papel fundamental na construção do Brasil.
Atualmente considerado feriado em seis estados e cerca de 1,2 mil cidades, o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, remete à morte do líder do Quilombo dos Palmares, um dos maiores do período Brasil-Colônia. Com a aprovação na Câmara dos Deputados, este será o primeiro novo feriado nacional desde 1980, marcando um marco significativo na legislação brasileira.
O projeto teve origem no Projeto de Lei do Senado (PLS) 482/2017, sob a autoria do senador Randolfe Rodrigues, e foi relatado pelo senador Paulo Paim (PT-RS) na Comissão de Educação (CE), em agosto de 2021. Na Câmara, a relatoria ficou a cargo da deputada Reginete Bispo (PT-RS), que desempenhou um papel crucial na condução do projeto.
Nas redes sociais, tanto o autor quanto o relator expressaram alegria pela aprovação na Câmara dos Deputados. Randolfe Rodrigues destacou a importância do feriado para a memória, reparação e justiça, enquanto Paulo Paim classificou a conquista como histórica, ressaltando o papel significativo do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
A criação deste feriado nacional é uma demonstração do reconhecimento da importância da história e cultura afro-brasileira, fortalecendo a promoção da igualdade e o combate ao racismo no país. Agora, aguardamos a sanção presidencial para que o 20 de novembro seja oficialmente consagrado como um dia para celebrar a rica herança e contribuição do povo negro à construção da nação.
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Por Guilherme Dias, Lerço Ruas e Mateus Brina
O Conecta conversou com Rebeca Lima, diretora de eventos e secretária do Diretório Central Estudantil (DCE) da Universidade Fumec. Na entrevista a seguir, ela nos conta sobre os bastidores e o funcionamento da Atlética Universitária, inclusive a parte jurídica e de organização de eventos, tanto em relação às mobilizações físicas como aos custos com materiais esportivos, além da importância destas práticas para saúde mental dos universitários. A Atlética é uma associação formada por estudantes de um ou mais cursos da Fumec. Além disso, é conduzida voluntariamente por estudantes e não um departamento oficial com profissionais da instituição. Já o DCE é a entidade de maior representatividade estudantil que organiza e expressa as agendas e demandas dos alunos, representando-os junto à Reitoria, níveis administrativos e deliberativos da instituição, governo estadual ou federal.
Conecta – Como você conheceu e envolveu-se com a Atlética?
Rebeca Lima – Eu entrei na faculdade em 2016, quando eu cheguei a Atlética aparecia um pouco mais, era uma época em que as pessoas estavam muito mais envolvidas e abraçavam muito o nome da Atlética, naquele tempo você só via camisas dos cursos de direito e engenharia, então nós ficávamos curiosos para saber o que era aquilo e de onde vinha esse pessoal. Foi por causa dessas ações nos pátios, as camisas, que tive meu primeiro contato com eles.
“Além de prática saudável pro corpo, traz a mente para momento são”
Conecta – Qual é a importância dos esportes durante a vida universitária?
RL – O dia a dia de uma faculdade, cobrança para se formar, ter um diploma, você acaba pegando responsabilidade muito cedo. E o meio esportivo, além de ser uma prática saudável pro corpo, acaba trazendo a mente para um momento mais são, ajuda a aliviar o estresse da semana e promove um bem-estar social. Talvez o dia a dia da faculdade, por ser muito maçante, uma responsabilidade muito grande, e de não termos uma distração nos horários de aula, torna esse momento de treino uma parte importante para promover bem-estar.
“Cada cargo tem responsabilidade em trazer ação em conjunto”
Conecta – Quais são as principais responsabilidades do seu cargo dentro da Atlética?
RL – Dentro da Atlética temos vários cargos, hoje eu sou a assessora de eventos e cada cargo tem a sua responsabilidade em trazer essa ação em conjunto para os alunos. A principal hoje é tornar a Atlética mais visível para os alunos pós-pandemia que não tiverem esse contato tão grande com ela e ainda não conhecem o que é fazer parte de uma. E, além disso, a Atlética dentro da faculdade é um meio de comunicação entre as diretorias e com as reitorias, onde nós conseguimos trazer benefícios para os próprios alunos também.
Conecta- Quais foram os maiores desafios que você enfrentou na Atlética e como os resolveu?
RL – Por mais que não pareça, a Atlética é uma empresa, é um CNPJ. Então, quando a gente assume esse compromisso, nós temos que ter atos de eleição, temos todas essas responsabilidades no papel. A principal é você fazer com que a empresa “rode sempre no positivo”, vamos falar assim, afinal nós oferecemos treinos, damos benefícios para os alunos, e todas essas coisas custam dinheiro. Então a primeira parte é fazer com que a nossa empresa gire 100%. A experiência que isso traz para as pessoas, o modo de resolução desses problemas foi o nosso maior aprendizado nisso tudo, porque acaba que a gente lida literalmente com processos, a parte jurídica da empresa onde temos que administrar.
“A gente teve um reconhecimento e adesão de alunos que não esperávamos”
Conecta – Qual é o momento memorável que você teve como membro da atlética até agora?
RL – Foi em 2019. Acho que foi o último dos campeonatos que a gente participou, para uma Atlética ir para um campeonato desse nível estadual, que é o Engenharíadas, esse foi o primeiro campeonato daquele ano. Temos que rodar muita coisa, temos que entender de logística, saber fazer a parte financeira, preparação de produtos, preparação dos eventos, e todas as coisas do tipo. Foi o ano em que conseguimos levar uma delegação daqui da Fumec de quase 500 pessoas para o Engenharíadas em Sete Lagoas e um marco gigante para a gente. Levamos uma delegação de 500 pessoas, a maior que a gente já conseguiu levar num evento esportivo, além do mais, para a empresa, foi um ano muito lucrativo, a gente teve um reconhecimento muito grande e tivemos uma adesão de alunos que nós não esperávamos. E esse ano, com certeza, entrou para a história da Atlética.
Conecta – Como a Atlética promove os esportes na vida dos estudantes?
RL – Nós temos uma parte que é voltada exclusivamente para o esportivo. A gente tem uma diretoria esportiva com avaliadores e fornecemos materiais esportivos para os treinos, facilitamos, olhamos as quadras, olhamos os treinadores, porque é muito importante ter esse apoio responsável de quem está ali para realmente ensinar. E os nossos atletas têm descontos para participar e têm todo o respaldo que a gente pode dar para eles para poder promover esse esporte dentro da faculdade.
“O esporte e lazer trazem essa coisa amena dentro da responsabilidade de cuidar do futuro”
Conecta – O quanto a “distração” e o lazer ajudam os universitários ao longo da vida acadêmica?
RL – Como falei no início, a responsabilidade de estar dentro de uma faculdade é muito grande, a pressão para se conseguir o diploma, para formar dentro de cinco anos. Todos sabem que hoje um dos maiores problemas do século são os transtornos psicológicos que essa responsabilidade traz para um jovem, pensando que uma pessoa entra na faculdade com 18 anos e não tem uma maturidade formada ainda. O esporte e o lazer trazem essa coisa amena dentro dessa responsabilidade gigantesca que é estar cuidando do próprio futuro. E o bem-estar, a interação social, é algo importante que nós precisamos trabalhar, até para conseguir empregos em grandes empresas isso faz parte do processo.
Conecta – Sobre o DCE, como você faz para dividir as duas funções na Fumec? Sobra tempo ou não encontra dificuldades?
RL – A gente programa, você tem que tirar pelo menos duas horas do seu dia para se dedicar totalmente às coisas da Atlética, para manter sua empresa em dia. Como eu disse, é uma empresa e você tem responsabilidade nela. Então, não podemos deixar as coisas passarem. É preciso dividir uma horinha para uma, uma horinha para outra. Aqui no Diretório Central, eu passo a manhã, durante esse tempo, eu consigo trabalhar todas as demandas, atender os alunos, ouvir os pedidos, as reclamações, as faltas, o que eles estão precisando. Já no período da tarde e da noite, temos que dar uma paradinha para entrar no CNPJ, ver o que está precisando, onde precisa de mais atenção.
“Temos muito orgulho de vestir a camisa da Fumec, se você sente essa mesma vontade é só vir aqui conhecer a gente”
Conecta – Para encerrar, qual o convite que você faria para os estudantes para participar da Atlética?
RL – O primeiro é de vir conhecer a nossa salinha, né? Para entender um pouco mais, nossa sala está lá exposta com todos os troféus das competições que a gente participa. Nós participamos principalmente de duas, uma estadual e outra em nível nacional, onde as pessoas competem com várias faculdades. Se a gente parar para pensar, é uma forma de levar o nome da Fumec para fora. Depois de conhecer a salinha, para um tempinho, converse com alguém, sempre vai ter o diretor financeiro, eu, diretora de eventos, a diretora de esportes também está sempre aqui presente. Nós sabemos que existem muitos preconceitos formados sobre a palavra “Atlética”, as pessoas acham que é só farra ou algo do tipo, mas a importância da empresa e o que a empresa fornece é gigante. Nós temos muito orgulho de vestir a camisa da Fumec, se você também sente essa mesma vontade é só vir aqui conhecer a gente.
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Por Laura Mariano
Primeira alternativa para diminuir o uso de agrotóxicos, as joaninhas são insetos carnívoros utilizados em hortas, jardins e quintais como controle natural de pragas. Moradores de Belo Horizonte podem usufruir e solicitar esse agrotóxico natural. Entre a fauna e flora do Parque Mangabeiras, a Casa Amarela abriga um ambiente para realizar a criação destes insetos: A Biofábrica de Joaninhas e Crisopídeos da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Belo Horizonte.
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Por Pedro Oliveira
A cantora Paula Toller retornou a Belo Horizonte no sábado, 25, para comemorar seus 40 anos de carreira com o show “Amorosa”. Com o Arena Hall, na Savassi, lotado, a vocalista do Kid Abelha, encerrado em 2016, encantou o público com canções da banda, um dos ícones do rock brasileiro nos anos 80 e de sua carreira solo.
Com pequeno atraso, Paula subiu ao palco entoando “I Gotta Feelling”, hit do grupo estadunidense Black Eyed Peas, em um pout-porri com “Fixação” (Kid Abelha, 1984). Ao cantar “Como Eu Quero”, a cantora carioca pediu à plateia que acendesse as lanternas dos celulares. “Essa música representa a nossa relação amorosa”, explicou.
Emoldurada pelo cenário de Gringo Cardia, com imagens do pintor e modernista Genaro de Carvalho, em “Amorosa”, Paula Toller teve, ainda, apoio dos músicos: Liminha (violão), Gustavo Camardella (violão), Pedro Dias (baixo), Gê Fonseca (teclados) e Adal Fonseca (bateria). O nome do show alude ao álbum “Amoroso” (João Gilberto, 1977).
Sucessos como “Nada Sei” (Kid Abelha, 2002), “Pintura Íntima” (Kid Abelha, 1984), “Não Vou Ficar” (Tim Maia, 1971) e “Todo Meu Ouro” (Kid Abelha, 1989), cantada por Paula Toller no formato voz e violão, não ficaram de fora do roteiro costurado por músicas que permanecem eternas pelo séquito do Kid Abelha e, consequentemente, da cantora.
No show, Paula prestou, também, uma homenagem à Rita Lee, falecida em maio, e à Beni Borja, um dos fundadores do Kid Abelha, vítima de um infarto em 2021. Solicitando vivas à rainha do rock, Paula interpretou “Agora Só Falta Você” (Rita Lee, 1975). Beni foi lembrado em “Perguntas”, último single lançado pela cantora.
Paula, aos 61 anos, teve, mais uma vez, sua jovialidade evidenciada. Em quase duas horas de espetáculo, a carioca cantou, dançou e interagiu com o público que, animado, a acompanhou. “É a primeira vez que retorno a Belo Horizonte após a pandemia. Então, celebremos nossa resistência”, comemorou.
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Por Gabriela de Castro
A data de 29 de novembro é considerada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Em 1947, a resolução 181 era aprovada pela ONU que sugeria, na data, que os povos árabes e judeus partilhassem a Palestina. Em 1977, a situação era de que o povo palestino seguia sem Estado. Nesse contexto, foi aprovada a resolução 32/40 B, associando o dia 29 de novembro à solidariedade à Palestina.
O Conecta entrevista a seguir o editor de opinião do jornal O Tempo, mestre em Relações Internacionais com foco em estudos estratégicos e não proliferação de armamentos nucleares, Frederico Duboc, que analisa as características históricas e os desdobramentos modernos do conflito entre Israel e Palestina.
Conecta: Como se iniciou e o que motivou o conflito entre Israel e Palestina? Frederico Duboc: É possível fazer diversos recortes do conflito Israel x Palestina ao analisar as origens, mas o ponto em que a maior parte dos pesquisadores e estudiosos concordam é que a criação do Estado de Israel em 1947 e 1948 é o ponto principal para definir as relações entre israelenses e palestinos, a forma como foi definida a divisão da Palestina e a criação de dois estados simultâneos governados por palestinos e por israelenses. Esse ponto foi definido diante da reação dos países árabes após a saída dos ingleses, que tinham um mandato de controle sobre a região da Palestina desde a década de XX. A Guerra da Independência em 1948 praticamente definiu a existência de um Estado de Israel, o que os palestinos chamam de “Nakba”, a catástrofe. Foi a expulsão de milhares de famílias palestinas que passaram a viver como refugiados ou como exilados em outros países da região do Oriente Médio, onde sofreram uma série de situações, inclusive perseguições dos próprios países árabes, como aconteceu no caso da Jordânia no Setembro Negro, quando houve um massacre de palestinos que ocupavam campos de refugiados. Esse é o ponto que é praticamente um consenso entre os estudiosos de que é um ponto que a gente deve abordar para começar a entender a parte moderna do conflito entre israelenses e palestinos.
“A Inglaterra tem o desafio de pacificar a Palestina porque ali era retaguarda de um dos fronts da Segunda Guerra Mundial”
Conecta: Antes do início do conflito, a Inglaterra prometeu aos judeus que o território que corresponde à Palestina seria um Estado judeu. Qual foi o papel da Inglaterra no começo do conflito e no contexto atual?
FD: Do ponto de vista histórico, a Inglaterra passou a assumir um mandato de controle da região da Palestina após 1920. Isso foi um resultado da derrota do Império Otomano que estava aliado aos alemães e ao Império Austro-Húngaro na Primeira Guerra Mundial, então alguns territórios que eram parte do Império Otomano passaram a ser controlados por potências ocidentais, como a França e a Inglaterra. A Palestina tinha uma grande importância, porque sua localização possibilita um controle do mar mediterrâneo e das navegações em direção à África e também dos campos petrolíferos do Irã. Além disso, a saída pro extremo oriente da Índia era muito importante do ponto de vista de controle do Império Britânico.
Conecta – E durante a Segunda Guerra Mundial?
FD – A Inglaterra tem esse desafio de pacificar aquela região da Palestina, primeiro porque ali era parte, era retaguarda de um dos fronts da Segunda Guerra Mundial, que foi a Campanha da África, em que Ingleses enfrentaram alemães e italianos pelo controle do norte da África, principalmente a Líbia, a Tunísia e o Egito. Outro ponto é o acesso ao sul da Rússia que era de fundamental interesse para os alemães na Segunda Guerra Mundial. Se eles tivessem o controle dos campos petrolíferos do Baku e dos campos de gás perto do Mar Negro, a União Soviética na época não conseguiria se sustentar. A Alemanha poderia terminar de invadir a Rússia e se voltar exclusivamente para o front Ocidental e derrotar a Inglaterra e, posteriormente, os Estados Unidos (que viriam a entrar de fato na guerra em 1941). Então a Inglaterra enxergava a Palestina como uma questão estratégica e precisava pacificar. A Inglaterra tinha uma convivência relativamente pacífica com os países árabes e, de certa forma, uma relação controlada com os povos palestinos. No entanto, já havia uma migração crescente desde o fim do século XIX de judeus para a Palestina e um movimento em busca da independência e da criação de um Estado para os judeus, como foi o caso de um grupo chamado Haganá que fazia resistência a essa ocupação britânica. Houve uma negociação dos ingleses para evitar esses levantes durante o período para que os ingleses focassem no combate aos alemães, o que era de interesse dos judeus na Palestina, justamente porque havia perseguição aos judeus na Europa pelos alemães. Eles também viram a possibilidade de negociar a criação de um Estado de Israel, tendo inclusive oferecido um contingente militar que ficou conhecido como a Brigada Judaica que participou de combates ao lado dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Nas proximidades no fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma negociação para onde poderiam ser levados os judeus resgatados dos países em que eles sofreram perseguição na Europa e a possibilidade da criação do Estado judeu. Houve uma declaração que reconhecia esse relacionamento que havia se estabelecido e que previa a oferta de um território na Palestina para a criação do Estado israelense.
“São dois movimentos, um que é o contra o Estado judeu, antisionismo, e o outro que é contra os judeus, antissemitismo”
Conecta: Muitas vezes vemos pessoas que criticam Israel sendo chamadas de antissemitas. Qual a diferença entre antissemitismo e antisionismo?
FD: O sionismo é o movimento da existência de um Estado para o povo judeu que vivia a sua diáspora desde os tempos bíblicos. Na Europa, já havia uma segregação do povo judeu no final do século 19, antes da ascensão do nazismo. Surge daí essa necessidade de um movimento político que se tornou conhecido como sionismo, para a criação de um Estado judeu. Posteriormente, foi escolhida Palestina para que esse Estado fosse lá. O antissemitismo é relacionado com essa perseguição contra o povo judeu, que ocorreu em várias partes do mundo, em especial no Leste Europeu e nos Bálcãs. É uma forma de preconceito. Atualmente, separar uma coisa da outra é tentar estabelecer formas críticas em relação à situação de Israel hoje. Em certos casos, as pessoas que criticam Israel algumas vezes reproduzem antissemitismo. Mas são dois movimentos, um que é o contra o Estado judeu (antisionismo) e o outro que é contra os judeus (antissemitismo). Estamos vivendo hoje no mundo inteiro movimentos polarizados, não é um fato exclusivo da região do Oriente Médio, e essas causas acabam se refletindo nessas críticas. Por exemplo, nos Estados Unidos os grupos de supremacistas brancos misturam essas coisas para poder justificar preconceito contra islâmicos por causa de uma causa específica deles contra a imigração. Assim como você tem grupos também que hoje são pró palestinos justamente porque eles identificam Israel como aliado dos grupos que eles buscam atacar nos seus países de origem.
Conecta: O Hamas tem aparecido muito na mídia desde que o conflito ganhou repercussão, teve um início ligado à assistência social na Palestina. Como o Hamas chegou ao que representa hoje?
FD: O Hamas é um grupo que tem várias facetas e elas são interdependentes, comunicam-se e se apoiam. O que nós temos visto, principalmente no sete de outubro, foi a parte que pratica ações terroristas, naquele caso específico do ataque em que mais de 1.200 pessoas foram mortas de uma forma bastante brutal. Ao mesmo tempo, o Hamas existe como uma organização política que chegou a vencer nas eleições nos territórios da Autoridade Palestina. Essa eleição foi contestada pelo Fatah, o que acabou gerando um conflito civil que levou a uma segregação de fato com organização do Fatah, que é o herdeiro do movimento do Yasser Arafat, governando assim a Cisjordânia, enquanto o Hamas ocupou e governou a Faixa de Gaza. E uma terceira parte, que também é indissociável dessas outras duas, é a que presta serviços assistenciais para a população Palestina em Gaza, que está distanciada da administração central do Fatah na Cisjordânia e o Fatah tem mais interesses e proximidade física com a Cisjordânia, a população em Gaza acaba alijada dos processos decisórios de toda a Palestina, então há uma menor atenção também nos serviços públicos. Além disso, com as questões e preocupações de Israel com a segurança em relação ao conflito que ele tem com o braço armado do Hamas, Gaza fica exposta constantemente a conflitos por ficar no meio do fogo cruzado, perdendo a infraestrutura, o acesso a serviços básicos públicos que acabam sendo fornecidos, em sua maioria, por esse grupo assistencial do Hamas. Então ele funciona em cima dessa tríade política humanitária e militar. É essa tríade que é interligada e interdependente. Uma coisa é ligada a outra, porque parte dos recursos que essa entidade política assistencial capta no exterior, por meio de financiamentos e doações de países como o Qatar e o Irã, por exemplo, acabam indiretamente ou diretamente financiando as ações armadas.
Conecta – Israel chegou a prestar apoio financeiro ao grupo.
FD – Em relação aos apoios de Israel, o Hamas surgiu na no fim da Primeira Intifada como um grupo que questionava a liderança de Yasser Arafat sobre a luta dos palestinos contra Israel. Como surgiu uma segunda liderança, mais religiosa e menos secular do que a Organização para a Libertação da Palestina (movimento liderado pelo Yasser Arafat), e que ao mesmo tempo dividiu os esforços, a atenção e o apoio popular palestino, Israel viu uma oportunidade de promover uma divisão entre essas lutas, tendo assim mais capacidade de garantir a sua segurança e enfrentar os clubes que promoviam as intifadas contra Israel, como também de conseguir condições melhores quando houvesse negociações para o resfriamento e um estabelecimento de dois estados. Mas, diante do cenários de evolução de várias relações de terrorismo no Oriente Médio no início dos anos 2000, as negociações recuaram.
“O Oriente Médio é de interesse estratégico para os EUA que estavam projetando o poder com cada vez mais intensidade a partir dos anos de 1950”
Conecta: Durante a época da vacinação contra o Covid 19, Israel esteve muito à frente no processo, tendo inclusive pessoas jovens e fora do grupo de risco sendo vacinadas muito cedo. A Palestina ficou bem para trás e houve inclusive um posicionamento da ONU de que Israel deveria doar vacinas para a Palestina, o que não aconteceu. Diante disso, como se dá a violência não física, mas institucional nesse embate?
FD: Eu não posso me aprofundar na questão da vacinação, porque eu não tenho os detalhes de como funcionava na época. A autoridade Palestina responde por esses dois territórios, a Cisjordânia e Gaza, não quer dizer que não haja uma interferência de um Estado sobre o outro, há questões muito delicadas envolvendo isso tudo. Mas a responsabilidade de cada um é delimitada ali sobre isso. Israel não pode negar direitos a uma população que fica sob responsabilidade de um outro ente político. Mas isso não quer dizer que esse conflito permanente entre israelenses e palestinos não afete a capacidade desses países da Autoridade Palestina de oferecer serviços, já que o fato de você estar num conflito permanente suga recursos necessários de ambos usuários. No caso da Autoridade Palestina é complexo, já que ainda não é reconhecido como país. A situação da guerra traz recursos para a área militar que poderiam ser aplicados em atendimento às demandas sociais de ambos os Estados.
Conecta: Quais são os interesses envolvidos no apoio que os Estados Unidos fornece ao Estado de Israel?
FD: Até 1956, as principais relações de Israel eram com a Inglaterra e a França. Com a Crise do Suez, os ingleses e os franceses estavam preocupados com a nacionalização do Canal de Suez e como isso poderia afetar os interesses de navegação deles em direção ao extremo oriente e ao sul da África, pelo Canal de Suez, e eles fizeram uma tentativa de intervenção, inclusive com um desembarque aerotransportado de tropas francesas e ingleses sobre o canal, ao mesmo tempo em que Israel invadiu o Sinai. Aquilo ali acabou não dando certo, Israel recuou e os Estados Unidos, com pressão internacional, forçou ingleses e franceses a saírem da da região. Naquele momento Israel e Estados Unidos iniciaram negociações, observando que ali havia mais potencialidade de avanços e de segurança por parte de Israel, e por parte dos Estados Unidos, a existência de um país que fizesse frente aos avanços desse nacionalismo árabe do Gamal Abdel Nasser, que era presidente do Egito na época e que estava forçando uma união dos países árabes. A região ali do Oriente Médio é passagem para o extremo oriente, é passagem para a região dos campos petrolíferos e controla alguns pontos extremamente importantes geográficos, como o Canal de Suez. Então ali é uma região de interesse estratégico para os Estados Unidos que estavam projetando o poder com cada vez mais intensidade a partir dos anos de 1950.
Conecta: Nos últimos meses, muitas coberturas jornalísticas têm tratado sobre o tema. Na última edição do Fantástico (Globo), por exemplo, foi feita a abordagem do conflito como uma “guerra santa”. Entretanto, diversos historiadores apontam o conflito como territorial antes de religioso. Qual é sua percepção sobre essas coberturas? O que precisa mudar?
FD: A minha posição em relação às coberturas das questões do Oriente Médio é que são camadas de múltiplas dificuldades. Compreender a questão do Oriente Médio, principalmente a questão Palestina, não é fácil e demanda um esforço gigantesco da área acadêmica. A abordagem pode ser feita por diversos prismas. Um deles é o religioso. Outro é o político. O outro é o territorial. É possível abordar esse conflito da forma como eu acho que produz muitas respostas ricas, que é do ponto de vista dos blocos de poder e das mudanças desses blocos na virada do século XXI. E tudo isso é muito difícil de você abordar para um consumo de massa, como é feito pelos jornais e outros meios de comunicação. Temos um complicador atual que é o advento das redes sociais para a fomentação das polarizações, transformando-as em um campo de enfrentamento, com um ativismo muito intenso, muitas vezes sem os processos de checagem e de filtragem que os meios de comunicação tradicionais possuem. Há uma proliferação de algumas informações falsas, outras enviesadas e umas que pegam um foco específico e amplificam. Então temos esse excesso de polarização e de informações. Alguns veículos tradicionais acabam correndo atrás dessa abordagem, em busca de uma audiência, e essas leituras nem sempre são boas orientadoras como forma de explicar um conflito da dimensão e da complexidade do Oriente Médio, então você vê algumas reproduções da polarização que existe nas redes sociais por parte da mídia tradicional. Algumas coberturas acabam pegando focos específicos, como nesse caso do religioso.
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Por Ana Luíza Adolfo e Igor Adriano
Localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte, o Morro do Papagaio conta, desde 2013, com a ajuda de um líder pra lá de especial. Estudante de Ciências Socioambientais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Júlio César Evaristo de Souza ou Júlio ‘Fessô’, como é popularmente conhecido na comunidade, é nascido e criado no Morro do Papagaio e compartilhou um pouco de sua trajetória com a reportagem do jornal O Ponto.
Leia a matéria completa em O Ponto.
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Por Vitória Figueiredo
De 6 a 30 de novembro de 2023, a Universidade FUMEC, em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, está sediando o Mutirão do Júri, que julga 108 processos de crimes de homicídio, agilizando a conclusão dos processos. É a segunda vez, no ano de 2023, que a instituição recebe o evento: a edição anterior aconteceu em agosto.
Caso uma acusação for considerada, no julgamento, como tentativa de homicídio, o réu não vai preso e será julgado em outro júri, já que tentativa de assassinato é um crime diferente. Nessas situações, o caso é desclassificado.
Para maior controle das sentenças julgadas, os responsáveis pelo júri guiam-se pelo quantitativo de sentenças, que mostra quantidades e resultados de julgamentos: se o réu foi condenado ou absolvido, se houve decreto de prisão preventiva, entre outras informações.
Júri
Os jurados dos processos podem ser da área do Direito – como advogados – ou pessoas leigas, sem relação com advocacia. A coordenadora operacional do Mutirão do Júri, Elaine Barbosa, explica como funciona a seleção de 25 jurados intimados para o sorteio do Conselho de Sentença e sete escolhidos para cada julgamento.
“Os escolhidos julgam se o réu vai ser condenado ou absolvido”, esclarece Barbosa. “São pessoas comuns da sociedade, a maioria sem noção jurídica”. De acordo a coordenadora, outros atributos interferem na decisão que cada jurado toma: “A experiência, vivência e aquilo em que cada um acredita”.
Voto
Ivana Lemos é oficial de Justiça do TJMG. Ela e os demais colegas de profissão desempenham um importante papel no júri, relacionado à condenação ou absolvição pelos jurados. “O voto tem que ser único e exclusivo. Não pode haver uma combinação de votos entre os jurados”, relata. Para evitar esse possível acordo de votação, eles não podem se comunicar. Então, entra em cena a principal função dos oficiais de Justiça.
“Coordenamos essa incomunicabilidade que é fundamental para o julgamento não ser anulado”, explica. Os oficiais, além disso, recolhem as cédulas de votação, atendem às solicitações dos jurados e impedem que eles permaneçam sozinhos.
Histórias de vida
Os julgamentos do Mutirão do Júri envolvem histórias de vida. Profissionais atuantes durante todo o período dos julgamentos, os oficiais de Justiça acabam ficando a par dos acontecimentos (nesse júri, envolvendo homicídios) e de seus desfechos (condenação ou absolvição dos réus).
Um dos julgamentos realizados no Mutirão envolveu tentativa de homicídio e o réu foi absolvido por falta de provas. G.C.M, 28 anos, familiar desse indivíduo, falou sobre o julgamento.
“Viemos demonstrar que a família está do lado dele”, relata. “A gente espera que ele seja julgado com seriedade, levando em consideração tudo que foi falado no julgamento”, completa. G.C.M comentou, ainda, sobre o tratamento destinado a ela e aos demais familiares. “Fomos muito bem tratados e muito bem recebidos”, finaliza.
Aprendizado
Além de relevância social, o mutirão do Júri possui, também, importância acadêmica. De acordo com a defensora pública, coordenadora e professora do curso de direito da Fumec, Silvana Lobo, a experiência é enriquecedora em diversos aspectos.
“É uma inspiração para alunos do direito que pretendem atuação em contenciosos judiciais”, explica. “Eles podem ver como tudo funciona na prática, a atuação dos atores, como juiz, promotores e defensores em debate”, ressalta a defensora pública. “Já os estudantes de jornalismo podem aprender a elaborar uma boa matéria policial e de informações públicas”, finaliza.
O Mutirão é importante para a Fumec, conforme Lobo. “Fazer com que o TJMG, um dos tribunais mais respeitados do país, conheça as nossas instalações e cursos eleva nosso nome e nos possibilita diversas parcerias”.
Para a coordenadora do curso de direito, o mutirão do júri agiliza a conclusão dos processos e a sociedade civil é beneficiada: “São 70 vítimas e 70 réus esperando uma resposta do judiciário sobre a solução jurisdicional”, informa. “Esses julgamentos sequer estavam marcados”.
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Por Ana Luísa Ribeiro, Gabriela de Castro, Giovanna Ribeiro e Laura Mariano
No dia 21 de novembro de 2023, a Universidade Fumec recebeu o 38º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet) para iniciar as atividades do evento que serão realizadas até o próximo dia 26 em Belo Horizonte.
Os painéis temáticos gratuitos começaram às 8h e seguiram até às 18h. Os temas debatidos abordaram o compromisso da associação para o desenvolvimento do turismo no país, e em principal, Minas Gerais.
A abertura do evento foi realizada pelo professor do curso de Jornalismo, Aurélio José da Silva, e foi acompanhada pelo primeiro painel sobre a importância do diálogo entre jornalistas e trade turístico para tratar as questões fundamentais do crescimento de Minas Gerais.
A palestra foi ministrada por Juliana Figueiredo, turismóloga há mais de 20 anos, que ressaltou a crescente consolidação do turismo com responsabilidade social. Houve também a participação do diretor de marketing da ,Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Lucas Couto, e do jornalista e presidente da Empresa Mineira de Comunicação, Gustavo Mendicino.
Isadora Nascimento, advogada especialista em Cidadania e Direitos Humanos, produtora de conteúdo, palestrante e consultora em audiodescrição, falou sobre turismo Inclusivo. Nascimento, que possui deficiência visual, abordou as dificuldades enfrentadas ao viajar, quanto à acessibilidade no turismo brasileiro.
O congresso seguiu das 14h às 15h30, com “A importância da imprensa para fomento e a divulgação de destinos ecológicos no Brasil” e “A importância da capacitação de pessoas no setor turístico para geração de rendas”, por Marden Couto e Luana Bastos.
Já o Painel IV, explorou o tema “A importância do diálogo entre jornalistas e trade turístico para o desenvolvimento do estado de Minas Gerais” e “A valorização do território nacional”, com a contribuição da ex-secretária de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, ex-deputada federal e estadual, empresária e educadora, Maria Elvira Salles Ferreira.
Confira atualizações do Congresso pelo Instagram da Abrajet.
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Por Antonio Ramos, Bruna Luane, Giovanna Ribeiro, Maria Eduarda da Silva e Sofia Valladares
Durante o mês de novembro, a cor azul ganha destaque como tom de alerta para a importância da conscientização, não só para lembrar da necessária prevenção ao câncer de próstata, mas também da diabetes.
A Campanha Novembro Diabetes Azul 2023 chama a atenção para a doença que é um fator de risco de doenças cardiovasculares provocada pela falta de insulina ou deficiência da mesma. Atualmente são classificadas quatro tipos de diabetes: a tipo 1, tipo 2, gestacional e a infantil. Os principais sintomas são em sua grande maioria silenciosos, mas podem ser a sede ou micção excessiva, fadiga, perda de peso ou visão turva.
Novembro Diabetes Azul é uma campanha mundial em prol da conscientização sobre o Diabetes.
Além da prevenção da doença e de suas complicações, o foco também é no tratamento multidisciplinar
O coordenador e professor do curso de biomedicina da Fumec, Cezar Augusto Vilela, esclarece que o primeiro passo para a prevenção é a educação para saúde e conscientização, além do acompanhamento nutricional, pois a doença pode ocorrer por resistência à insulina. Além desses fatores, a alimentação e os intervalos inadequados das refeições podem levar o paciente a desenvolver a doença.
A aluna da Universidade Fumec, Anne Caroline Gomes, conta como recebeu o diagnóstico da médica endocrinologista, após exame de glicemia: “Eu estava com muitos sintomas, emagreci muito”.
Vilela complementa que “não adianta o governo destinar verba se não existe conhecimento da população”. O professor destaca a importância do monitoramento porque, embora não haja cura, o tratamento pode evitar o progresso da doença, diminuindo, ou até mesmo anulando, a necessidade da amputação de membros, como decorrência da necrose ocasionada pelo distúrbio.
Faça o download do material da campanha e apoie a iniciativa de conscientização em relação à prevenção da diabetes.
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Por Ana Luísa Ribeiro
De 21 a 26 de novembro de 2023, a capital mineira e outros 15 estados brasileiros foram escolhidos para receber o 38º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet). Parte do evento, que ocorrerá na Universidade FUMEC, busca promover, despertar e divulgar o turismo por meio de uma variedade de atividades.
Fundada em 1957 no Rio de Janeiro, a Abrajet foi concebida a partir da necessidade de se estabelecer um diálogo entre o jornalismo profissional e a divulgação do turismo no Brasil para todo o mundo. Hoje, a associação está consolidada nos estados brasileiros e representa 180 profissionais em 15 seccionais e dois comitês.
O evento reforça o compromisso da associação em promover o diálogo, capacitação e divulgação, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do turismo no país.
Programação
A abertura, nesta terça-feira (21), pretende reunir cerca de 200 participantes no auditório da Fumec a partir das 8h. O evento conta com a presença de jornalistas associados ou não associados à Abrajet, representantes do trade turístico, professores e estudantes das áreas de turismo, comunicação social e hotelaria.
O primeiro painel, com início às 8:30h, aborda o tema “A importância do diálogo entre jornalistas e trade turístico para o desenvolvimento do estado de Minas Gerais e a valorização do Território nacional” e trata das questões fundamentais para o crescimento do estado.
O congresso conta com a participação da advogada Isadora Rodrigues Nascimento Santos, especialista em Cidadania e Direitos Humanos. Santos traz reflexões sobre “Turismo inclusivo: um novo olhar para a comunicação” e “Inclusão e valorização de pessoas PCD no mercado de trabalho”.
No período da tarde, o congresso seguirá com o Painel III, das 14h às 15h30, discutindo “A importância da imprensa para fomento e a divulgação de destinos ecológicos no Brasil” e “A importância da capacitação de pessoas no setor turístico para geração de rendas”. O primeiro dia do evento encerrará com o Painel IV, explorando temas como turismo social, turismo de base comunitária e roteiros inovadores, com a contribuição da palestrante Nicole Santos.
Confira a programação completa.
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Por Laura Lopes, Laura Teixeira, Samira Helena e Vitória Figueiredo
Inaugurada em 1936, o espaço tradicional do centro de Belo Horizonte interliga as avenidas Amazonas, Bias Fortes, Olegário Maciel e Augusto de Lima. Nos anos 1960, era um ponto cultural e de convivência e, próximo ao local, havia um cinema e uma casa de dança.
Leia a matéria completa em O Ponto.
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Por Vitória Figueiredo
A rua Outono, no bairro Cruzeiro, em Belo Horizonte, próxima ao bairro Savassi, abriga diversos estabelecimentos comerciais focados em cultura, alimentação e entretenimento.
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Por Arthur Mesquita e Samuel Fernandes
Os incidentes do último clássico entre Atlético e Cruzeiro, realizado na Arena MRV, no dia 22 de outubro, tem gerado a discussão sobre a possibilidade de os futuros confrontos entre os clubes serem realizados com torcida única. Com a inauguração da nova arena do Atlético e o Mineirão tornando-se a “casa” do Cruzeiro, os duelos entre as equipes mineiras passarão a ser disputados em seus respectivos domínios.
Após o primeiro clássico na nova Arena MRV, com a vitória do Cruzeiro por 1 a 0 sobre seu grande rival na casa do Galo, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro, o duelo ficou marcado por confusões dentro de campo, nas arquibancadas e nos bastidores, aumentando ainda mais a chance de que os próximos clássicos tenham somente torcedores do clube mandante.
O Atlético relatou que o clássico resultou em um grande prejuízo para o clube e a arena, em sua página na rede social Twitter/X . “Falta de respeito é isso. A torcida adversária quebrou todas as catracas do portão 20, danificou mais de 150 cadeiras, alarmes dos banheiros de PCD e câmeras de segurança. Além disso, dezenas de vasos foram entupidos de forma proposital e as equipes de limpeza foram ameaçadas de forma covarde. As medidas tomadas pelo Atlético antes do clássico tentaram minimizar atitudes como essas.”
Segundo Bruno Muzzi, CEO do Atlético, as depredações no primeiro clássico disputado na Arena causaram danos significativos, incluindo cadeiras, banheiros, catracas e câmeras danificadas. Ele afirmou que as medidas de prevenção adotadas pelo clube, como a remoção de portas e itens dos banheiros e a proibição da venda de cerveja com álcool, foram necessárias diante das ameaças de violência postadas nas redes sociais.
Muzzi também manifestou a intenção de realizar o próximo clássico na Arena MRV com torcida exclusiva do Atlético, evitando a presença da torcida visitante. Ele ressaltou que o clássico com 10% de torcida visitante é uma preocupação, e absorver todos os prejuízos é uma tarefa difícil.
Do lado do Cruzeiro, o clube celeste publicou em seu Twitter/X, que faltou respeito por parte do Atlético com o torcedor do Cruzeiro.
“DESRESPEITO COM O NOSSO TORCEDOR! O Cruzeiro condena veementemente a atitude do Clube Atlético Mineiro e Arena MRV na partida deste domingo. Foram identificadas diversas atitudes que além de descumprir a Lei Geral do Esporte e incitarem a violência, ferem a boa-fé e o espetáculo do futebol. Notificaremos oficialmente todas as esferas e órgãos públicos para que tomem ciência dos fatos ocorridos, bem como recomendamos que os nossos torcedores, ora consumidores na Arena MRV e que se sentiram lesados na forma do Código de Defesa do Consumidor, procurarem os seus direitos junto ao Poder Judiciário e ao Procon-MG.”
Quanto à polêmica de os clássicos serem disputados com torcida única ou não, o Conecta apurou o que dizem os torcedores sobre o assunto.
Sabrina Neri, torcedora do Cruzeiro, defende que o clássico seja disputado meio a meio: “Se eu for considerar os últimos acontecimentos, seria contra ter as duas torcidas no clássico, mas prezando os direitos que o torcedor tem, e o espetáculo que o clássico é, pela história, teor do jogo. Sou favorável a 50/50. Mais fácil de organizar e manter a segurança, diminui os desafios logísticos, aumento de receita, não vai tirar a liberdade dos torcedores.”
Já para Henrique Gil, torcedor do Atlético, a torcida única é um caminho sem volta: “Eu acho que o futuro, infelizmente, é a torcida única. As torcidas em si não estão preparadas para meio a meio como já foi antigamente e 10% acaba gerando tudo, era o último clássico, é uma falta de respeito por parte do Atlético e uma falta de respeito da torcida do Cruzeiro que foi uma reação ao que o Atlético fez também, mas principalmente com essas arenas próprias, eu acho que torcida adversária não tem que ir no estádio no campo, infelizmente, porque o poder público não tem capacidade de lidar.”
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Por Mariana Luquine, Dalila Lana, Leandro de Araújo e Carlos Fernando
Os moradores da região Centro-Sul de Belo Horizonte encontram, no Mercado Distrital do Cruzeiro, alimentos produzidos conforme os princípios agroecológicos e orgânicos. Desde 2019 a loja Produtos Naturais BH comercializa alimentos produzidos por famílias assentadas no programa de reforma agrária, comunidades tradicionais e agricultores familiares ligados a movimentos sociais do campo.
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Por: Kailan Nunes e Maria Eduarda dos Santos
Há mais de quatro meses em vigor, a Lei 11.538/2023 que regula o sistema de transporte coletivo em Belo Horizonte aponta benefícios e desafios.
De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2021, a cada dez jovens de 15 a 17 anos dos domicílios mais pobres do Brasil, sete estavam no ensino médio em 2020. Débora Fortunato, atuante no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), destaca que o meio passe estudantil tem sido crucial para manter estudantes de baixa renda no ambiente de aprendizado, combatendo a falta de recursos financeiros para chegar às instituições.
Fiscalização
Até o momento, 908 operações de fiscalização foram realizadas, resultando em 6.891 autuações emitidas e a suspensão de 290 autorizações de trânsito para ônibus com problemas operacionais. A fiscalização ativa se mostra essencial para garantir a conformidade das empresas às normas estabelecidas, para assegurar a qualidade e segurança do serviço prestado.
As empresas enfrentaram perda de quase R$8 milhões em subsídios não recebidos nos primeiros 120 dias, devido às dificuldades em atender as condições impostas pela legislação. A oferta de transporte público, com mais de 650 novas viagens e uma frota renovada de 208 ônibus adquiridos, visa alcançar o total de 400 no futuro próximo. O cenário exige diálogo entre os setores público e privado para ajustes que equilibrem a sustentabilidade financeira e a prestação de um serviço de qualidade para a população.
Sustentabilidade
A lei possibilita um aporte financeiro de até R$512 milhões para as concessionárias, proveniente da devolução do excedente orçamentário da Câmara de Vereadores de BH, no valor de R$120 milhões. O investimento não visa apenas impulsionar a modernização da frota, mas também a implementação de tecnologias mais sustentáveis.
A ideia é que, com a redução do tráfego de veículos particulares, as emissões diminuam, criando um ambiente urbano mais sustentável e saudável. Ao abraçar práticas mais ecológicas, a cidade não apenas melhora a qualidade do ar, mas também se alinha aos princípios de responsabilidade ambiental, essenciais para a qualidade de vida das próximas gerações.
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Por Gabriela de Castro, Welington dos Santos, Manuel Lopez, Ana Luíza Cavalcanti, Anne Esther Vieira
A concentração de diversas livrarias na Savassi não é novidade para quem conhece a região. Entretanto, uma delas, que possui um claro posicionamento político, ainda é desconhecida por muitos que frequentam esses estabelecimentos. “Esquerda Literária” é o nome da loja que ocupa um espaço dentro do Edifício Comiteco, na rua Antônio de Albuquerque, há mais de 30 anos. Sob a administração do historiador e militante Antônio de Pádua Borges, a comercialização de títulos selecionados é uma ação de ativismo e fomentação do pensamento crítico.
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Por Henrique Gil e Ricardo Soares
Piano customizado para o projeto que busca democratizar o acesso a instrumentos musicais / Foto: Espaço de Cultura e Arte/Divulgação
O projeto internacional “Play me, I’m Yours”, ou “Toque-me, sou teu” em português, é promovido pelo Espaço de Cultura e Arte (ECA-BH) e busca democratizar o acesso a instrumentos musicais e à cultura. A iniciativa traz a Belo Horizonte seis pianos customizados por artistas visuais, que estarão expostos em diversos pontos da cidade e disponíveis para qualquer pessoa que queira interagir com o instrumento.
Sucesso em mais de 60 cidades como Nova York, Tóquio, Xangai e Cidade do México, “Play me, I’m yours”, criado pelo artista britânico Luke Jerram, tem espalhado os encantos da música e das artes visuais pelas ruas mundo afora. Desde 2008, por onde passa, o projeto convida artistas visuais para fazer de pianos as telas para suas obras de arte. Depois de customizados, os instrumentos são levados para locais públicos como praças, parques e estações de trem, ficando disponíveis para quem quiser tocá-los. Um documentário exibido no festival de cinema sem fronteiras em Londres em 2010 mostra como o projeto é capaz de criar essa interação entre a arte, as pessoas e os instrumentos.
Lançado no dia 19 de outubro, a primeira edição do projeto em terras mineiras conta com seis artistas expoentes das artes plásticas, arte urbana e do design já conhecidos pelo público: Raquel Bolinho, Rogério Fernandes, Vinilcius, Davi DMS, Marcus Paschoalin e Bernardo Sek. Os pianos customizados pelos artistas estarão disponíveis para o público de 22 de outubro a 12 de novembro e poderão ser encontrados e tocados em seis locais da capital: na Rodoviária, no Centro de Belo Horizonte; no Mirante do Museu, na lagoa da Pampulha; na Praça da Liberdade; no Hospital Luxemburgo e nas estações de metrô São Gabriel e Eldorado.
Raquel customiza piano: valorização do do grafite na promoção da cultura em BH / Foto: Espaço de Cultura e Arte/Divulgação
A artista urbana, Raquel Bolinho, disse ter ficado muito feliz com o convite e contou um pouco da experiência de participar do projeto: “É interessante por vários motivos, você tem que pensar uma forma diferente de encaixar o desenho e pensar como que as pessoas que vão ver aquilo, vão interagir com o seu desenho, como que as pessoas que vão tocar o piano vão interagir com ele. Então você tem outros desafios ali na hora de criar o desenho, mas eu achei super legal”.
Raquel falou também sobre a união da arte e da música e a importância da valorização do grafite na promoção da cultura em BH.
O músico mineiro, Tio Capone, comentou a iniciativa do projeto de popularização de instrumentos musicais e como esse tipo de ação proporciona além da interação, a oportunidade de acesso a esse tipo de equipamento.
Ao final do projeto, os pianos serão doados às instituições: Associação Querubins, Casa Sr. Tito, Casa de Apoio Beatriz Ferraz, ECA – Espaço de Cultura e Arte, Instituto Mano Down e Instituto Mário Penna.
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Por Ketlen Luiza, Klara Giovanardi, Miguel Lobato e Nitiele Freitas
O ‘QueruBloco’, bloco carnavalesco da Associação Querubins, realiza ensaios para o carnaval na sede da Associação Querubins. Desde o dia 21 de setembro, os ensaios contam com a participação de alunos, professores e ex-alunos da associação, mantendo viva a tradição da comunidade.
O objetivo é permitir que as crianças pratiquem levadas rítmicas e apresentem os resultados de anos de trabalho nas oficinas de percussão. As oficinas realizadas desde 2018 visam não apenas a excelência musical, mas também a transformação de vidas, por meio da música e da cultura, trazendo alegria e esperança para a comunidade que fica no bairro Sion.
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Por Vitória Figueiredo
protege contra efeitos negativos do estresse / Foto: Creative Commons
Não é somente quem ri por último que ri melhor. As risadas ajudam na diminuição do estresse e da ansiedade e no aumento do bem-estar, conforme dados do Hospital Vila da Serra e do Hospital Pequeno Príncipe. Ao rir, os batimentos cardíacos aumentam, o que intensifica o fluxo sanguíneo e, por consequência, a oxigenação dos tecidos do corpo. Os pulmões absorvem mais oxigênio, a tensão muscular diminui e há melhora na digestão dos alimentos: os músculos abdominais, que trabalham na digestão, também são ativados durante o riso.
O ato de rir é estimulado em diversos momentos. Um deles é a terapia do riso, também chamada de risoterapia. Segundo Isabela Capelão, terapeuta e líder de Yoga do Riso, a risoterapia contempla exercícios simples e pode ser feita por qualquer pessoa. “A prática utiliza técnicas de aquecimento, movimentos corporais, contato visual, exercícios do riso e de respiração, sons, palmas, gargalhadas, brincadeiras e relaxamento”, explica. “As consequências são risadas, desbloqueio de emoções e de sensações”.
Isabela Capelão utiliza a chamada Yoga do Riso. Criada em 1995 por um médico e uma professora de yoga indianos, a técnica consiste na risada sem motivo. “Combina exercícios do riso abdominal com a respiração da ioga”, esclarece a terapeuta. “Baseia-se no fato de o cérebro não diferenciar imaginação da realidade e, dessa forma, os risos simulados dos reais”. Assim, segundo a profissional, o riso vai se tornando espontâneo.
Benefícios
Assim como o ato de rir, a terapia do riso também oferece benefícios aos praticantes. “A risoterapia estimula o sistema imunológico, aumenta a disposição, diminui as dores e protege contra os efeitos negativos do estresse”, relata a terapeuta. “Quando uma pessoa ri, ela produz ou estimula a produção de neurotransmissores que são hormônios do prazer e do bem-estar, como a serotonina”, informa. “Para obter os benefícios gerados pelas risadas, é importante ter conhecimento de exercícios e técnicas estruturadas como a yoga do riso, e praticá-las constantemente.”
Com a risoterapia, o tempo de internação de pacientes pode reduzir em até 20%, de acordo com o médico Eduardo Lambert, autor do livro “A Terapia do Riso – A Cura pela Alegria”, segundo informações do site da Unimed de Goiânia.
Dia do riso
O dia nacional do riso é comemorado em 6 de novembro. Para Isabela Capelão, a existência de um dia dedicado às risadas é interessante. “A data conscientiza as pessoas sobre a importância do riso para a saúde física e mental, para os relacionamentos e para lidar com as adversidades da vida com mais resiliência”, comenta. “Além disso, estimula as pessoas a rirem mais no dia-a-dia e ajuda a desmistificar crenças que se tem sobre o riso; de que rir muito é coisa de gente boba, infantil ou é uma exposição excessiva e oferecida para os outros”, finaliza.
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Por Laura Mariano, Gabriela de Castro, Ana Luísa Ribeiro e Priscila Beghine
Nesta quinta-feira (9) o auditório Phoenix da Universidade Fumec recebeu os alunos para a terceira edição do Festival Universitário de Artes Mistas da Fumec (Fumix). O evento tem como objetivo a exposição de produções artísticas dos alunos de todos os cursos, com apresentações literárias, musicais, digitais e de danças.
A abertura do festival, organizado pela Totem, agência experimental do curso de comunicação, contou com a declamação de um poema de Pedrinho Phop, estudante de jornalismo que lançou recentemente, “Phop (e Verso) — seu sexto trabalho e primeiro livro de poesias.
Em seguida, ainda entre as paixões literárias, a aluna de publicidade e propaganda (PP), Júlia Rodrigues, apresentou seu texto autoral “Querida Paixão”, sobre como enxergamos o amor.
Leia também: Pedrinho Phop lança livro de poemas neste sábado
Entre os dançarinos, Lucas Torquato, aluno de jornalismo, apresentou-se com canto e dança Billie Jeans do rei do pop, Michael Jackson, contando com mais de 8 minutos de apresentação.
Após a performance, o aluno declarou: “Foi um arraso, um espetáculo, todo mundo que participou também arrasou”. Rian Filipi, de PP, não se inscreveu, mas por insistência e apoio de amigos, improvisou um número de hip hop no evento.
Iara dos Santos, do curso de design, também foi uma das dançarinas, que apresentou a coreografia de Antifragile, do grupo Le Sserafim.
Nas atrações musicais, Tatiane Cristina, do curso de administração, abriu as apresentações com a música Que Sorte a Nossa, de Matheus e Kauan, e Éder Rezende, jornalista em formação, seguiu a proposta apresentando Flor e o Beija-flor, colaboração de Henrique e Juliano com Marília Mendonça.
Em clima de colaboração, Rafael Vieira e Bia Lima, ambos cursando Publicidade e Propaganda, apresentaram House of The Rising Sun, da banda The Animals. Marcelo, estudante de Psicologia, também seguiu com a apresentação de músicas internacionais, com Wish You Were Here do Pink Floyd, e Laís com Sweet Dreams da Beyoncé.
Amanda Ribeiro, aluna de Design, relata como foi cantar sua música autoral no evento:
O festival encerrou-se com a exibição do curta-metragem sobre adolescência na periferia, do Frederico Bernardes, estudante do curso de Computação Gráfica.
A Expo Fumix dá continuidade à programação, com as obras de artes visuais que podem ser apreciadas nos prédios FEA e FACE.
Assista o 1 por 1 sobre o tema.
Confira o Culturall com os melhores momentos.
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Por Milena Andrade, João Pedro Bretas, Jhonnathan Anthony e Maria Julia Vieira
Criado em 2013 e inaugurado oficialmente como restaurante e casa de eventos só em 2014, na semana da Copa Do Mundo, o Mercado Distrital do Cruzeiro faz parte da vida dos estudantes e moradores da região.
O fundador e proprietário do Distrital, Maurílio Everton Pinheiro Lima, conhecido como Kuru, relata marcos da história do espaço multicultural conhecido por sediar eventos diversos, indo literalmente do hip hop ao samba.
Leia a matéria completa em O Ponto.
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Por Miguel Lobato
No dia 19 de outubro, chegou aos cinemas do Brasil o novo filme do consagrado diretor Martin Scorsese: “Assassinos da Lua das Flores” (Killers Of The Flower Moon).
Baseado no livro de mesmo nome, “Assassinos da Lua das Flores” conta a história real de uma nação indígina estadunidense – os Osages – que surpreendentemente encontra uma gigantesca jazida de petróleo no pequeno território de sua reserva, no estado de Oklahoma; território esse que o governo americano acreditava ser inútil e improdutivo. Essa surpresa acaba por transformar os Osages numa das
comunidades mais ricas do mundo em meados da década de 1920, mas também atrai muitas pessoas gananciosas e mal-intencionadas.
A narrativa acompanha Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio), um homem simples que, após servir na Primeira Guerra Mundial, volta aos Estados Unidos para trabalhar com seu tio, o pecuarista William King Hale (Robert De Niro), que tem uma fazenda dentro da Nação Osage e ocupa uma posição de respeito entre os moradores, tanto brancos quanto originários. Trabalhando como motorista, Ernest conhece Molly (Lily Gladstone), integrante de uma das famílias Osage, e os dois desenvolvem um romance. Porém uma série de mortes misteriosas entre os membros da rica nação originária dá indícios de um lento e discreto massacre étinico.
O filme é um épico de 3 horas e 26 minutos de duração com muitas complexidades e informações, mas isso não faz dele cansativo ou desinteressante. Por mérito principalmente da direção experiente, mas vigorosa de Scorsese, e da edição/montagem excepcional de Thelma Schoonmaker, que orquestra um ritmo sublime do início ao fim, “Assassinos da Lua das Flores” se destaca como um dos trabalhos mais interessantes de seu diretor.
As atuações são incríveis, desde os três personagens principais até os mais comedidos e com menos tempo em tela. A história é forte e chocante, e Scorsese conseguiu encontrar um foco narrativo muito bom, distanciando do formato investigativo do livro e trilhando um caminho mais dramático.
O autor da obra original, o jornalista David Grann, passou uma década pesquisando e colhendo informações sobre os assassinatos do povo Osage. Foi um crime real e revoltante na história estadunidense, mas que até então estava bastante esquecido. Assim, o livro acabou naturalmente seguindo uma linha mais investigativa, onde os “personagens” principais são os detetives e agentes do Bureau Of Investigation, que mais tarde seria conhecido como FBI. Mas ao analisar a história como um todo, Scorsese percebeu que havia a possibilidade dessa história se tornar um filme de drama ao acompanhar as tramas de algumas pessoas que estavam envolvidas diretamente no acontecimento, proporcionando uma série de conflitos de enredo muito interessantes.
O roteiro, que antes seguia o formato do livro, foi alterado, e o resultado foi excelente, uma prova de que Martin Scorsese não é um diretor que simplesmente transforma roteiros em cenas, mas sim um diretor autor de primeira categoria.
Em suma, “Assassinos da Lua das Flores” é um filme muito importante. Um retrato da monstruosidade que reside na ganância humana e da nocividade que permeia o preconceito e a indiferença; é a evidência de um crime imensuravelmente hediondo e uma enérgica mensagem de justiça.
O longa-metragem foi lançado no cinema e tem previsão de chegar ao catálogo da Apple TV+ em dezembro, segundo o padrão de grande parte dos lançamentos, que levam cerca de 45 ou 50 dias para a estreia digital.
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Por Ana Luísa Ribeiro e Gabriela de Castro
A Escola Municipal Professor Edson Pisani, localizada no Aglomerado da Serra, foi uma das vencedoras da premiação internacional World´s Best School. A premiação foi divulgada no último sábado (4). Articulada pela organização global T4 Education, a competição tem como objetivo celebrar e promover projetos escolares que contribuem com a sociedade.
Leia a matéria completa em O Ponto.
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Por Redação
Pesquisa conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), aponta que as crianças estão se conectando à Internet cada vez mais cedo. Enquanto 11% dos entrevistados afirmavam, em 2015, acessar a rede pela primeira vez até os seis anos de idade, em 2023, esse índice subiu para 24%.
Os dados, alarmantes, foram divulgados no final de outubro, durante a edição do 8º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet, realizado pelo NIC.br e CGI.br. O gerente do Cetic.br|NIC.br, Alexandre Barbosa, afirmou que “esse fenômeno reforça a necessidade de dados robustos acerca das oportunidades e dos riscos online vivenciados por crianças e adolescentes, que orientem políticas e ações voltadas à garantia dos seus direitos e proteção”.
Ainda segundo a pesquisa, intitulada TIC Kids online Brasil, que apresenta as tendências quanto ao acesso e ao uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC) pela população brasileira com idade entre 9 e 17 anos, 95% dos indivíduos entre 9 e 17 anos acessam a internet no país, o que representa 25 milhões de pessoas. O celular foi apontado como um dispositivo de acesso para 97% dos usuários, sendo o único meio de conexão à rede para 20% dos entrevistados.
“Limitações na disponibilidade de dispositivos podem restringir os benefícios e ampliar as desigualdades entre indivíduos em diferentes contextos socioeconômicos. No Brasil, o celular ainda é o único dispositivo para conexão à Internet para parcela importante de crianças e adolescentes, sobretudo das classes DE”, explicou Barbosa.
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Quando o luto desafia a saúde mental
Sobre a pesquisa
A 10ª edição da pesquisa TIC Kids Online Brasil entrevistou presencialmente 2.704 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, assim como seus pais ou responsáveis, em todo o território nacional. As entrevistas aconteceram entre março e julho de 2023.
A lista completa de indicadores pode ser conferida aqui. Já para rever o painel de lançamento da pesquisa, acesse. O Cetic.br disponibiliza, ainda, os microdados da 10ª edição do estudo para download, além das tabelas completas de proporções, totais e respectivas margens de erro.
Danos
Em entrevista ao Conecta, a psicopedagoga Erica Delamarque, especialista em crianças e adolescentes, afirma que a falta de relacionamento, o distanciamento da família e a falta de vínculos são as principais preocupações dos profissionais da saúde com relação ao uso cada vez mais precoce da internet, por crianças e adolescentes.
Com Priscila Beghine e Vitória Figueiredo
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Por Laura Mariano
Há 93 anos, era consagrado no dia 3 de novembro a Instituição do Direito de Voto da Mulher. Apesar da data ser um marco no movimento sufragista, o direito foi limitado às mulheres viúvas, com renda própria ou que tivessem autorização do marido para votar. As restrições acabaram em 1934, graças a Bertha Luz, porta-voz dos ideais sufragistas e fundadora da Federação pelo Progresso Feminino.
Até o início do século XX, as mulheres no Brasil estavam excluídas do processo democrático, porém, as ações do movimento feminista marcaram importantes passos na luta pela igualdade de gênero, e um deles, foi participação das mulheres na vida política do país. Através do Decreto nº 21.076, durante o governo de Getúlio Vargas, as mulheres brasileiras conquistaram não só o direito de votar, mas também de serem votadas.
Atualmente, todo cidadão possui direito e obrigatoriedade de votar, após a Constituição Federal brasileira de 1988.
Assista o 1 por um sobre o tema.
Apresentação: Priscila Beghine
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Por Gabriela de Castro e Laura Mariano
Após receber a doação de uma piscina para a realização de atividades de lazer, a organização Click Favela tem enfrentado um desafio: a dificuldade de instalação do reservatório de água no aglomerado da Serra. Diante do problema com o lote onde seria colocada, que se tornou um depósito de lixo a céu aberto, o coletivo tenta conseguir o apoio da prefeitura para limpeza e manutenção do espaço.
Leia a matéria completa em O Ponto.
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Por Vitória Figueiredo
Tecnologia e natureza se abrem para a humanidade na exposição “Studio Drift – Vida em Coisas”, no CCBB, até 06 de novembro. Fugindo do óbvio, daquilo que normalmente se espera de uma exposição de arte – pinturas em quadros -, a exposição tem a tecnologia como protagonista, juntamente com a natureza. Por meio de esculturas, os artistas Lonneke Gordijn e Ralph Nauta propõem a reflexão sobre a vida e suas coisas.
Leia a matéria completa em O Ponto.
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Por Larissa Figueiredo e Vitor Rodrigues
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vota nesta terça-feira, 31, o Projeto de Lei (PL) 1.202/19, que autoriza o Executivo a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) em Minas Gerais. A proposição prevê que o RRF terá vigência de nove anos e terá início com a homologação do Plano de Recuperação Fiscal pelo presidente da República. No entanto, lideranças sindicais representativas dos servidores do Estado temem o sucateamento do funcionalismo público com a aprovação do PL.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado de Minas Gerais (Sinfazfisco), Hugo René de Souza, afirma que o poder executivo não tem dialogado com os sindicatos e tampouco com a ALMG. “Ele (o Poder Executivo) não está negociando, não é só com o sindicato. As negociações não estão sendo feitas nem mesmo com a Assembleia Legislativa, porque eles ‘enfiaram’ 500 páginas e querem que o deputado leia. Na verdade eles não querem que leiam porque se lerem, não vão votar a favor”, declarou.
O representante do Sinfazfisco, que participou dos debates na ALMG sobre o endividamento de Minas Gerais na última sexta-feira, 27, contou que as lideranças sindicais têm mobilização prevista para o início de novembro. “Nós estamos numa frente de sindicatos, como 25 sindicatos representativos de classe. Nós vamos fazer uma assembleia geral conjunta, todos os sindicatos dos estados de Minas Gerais, no dia 7 de novembro, onde nós vamos alertar em relação a isso”, explicou.
Para Hugo Rene de Souza, o impacto da adesão de Minas Gerais ao RRF vai além do congelamento dos salários e contratações. “As pessoas saem do serviço público e então vai faltar o professor, o médico no postinho de saúde, o enfermeiro, vai faltar o policial na rua, vai faltar gente lá na base. Quem será realmente prejudicado pelo regime de recuperação fiscal é exatamente a base da pirâmide social de Minas Gerais”, contou.
“A população de Minas Gerais só tem acesso ao estado. Quem entrega o serviço é o servidor público. Então, o Regime de Recuperação Fiscal, quando tenta acabar com o servidor público, na verdade, está tentando acabar com os serviços prestados para a população”, completou o representante do Sinfazfisco.
Em coletiva de imprensa no último dia 25, o presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite, afirmou que: “Plano de Recuperação Fiscal apenas posterga a dívida. Daqui a nove anos, um novo presidente da Assembleia estará discutindo com um novo governador do Estado esse mesmo problema ou talvez pior.”
Na oportunidade, Tadeu Martins Leite ressaltou que a aprovação do PL não prevê perdão ou desconto na dívida do Estado com a União. “Os valores que não serão pagos nesses próximos nove anos vão ser jogados para frente, aumentando a dívida de Minas.”
O presidente da ALMG ainda destacou que é importante encontrar outras soluções. “Precisamos fazer uma discussão junto a Brasília, envolvendo vários atores, para enfrentar o problema em si e não somente postergar a dívida”, disse.
O que diz o Executivo
Durante os debates na ALMG, o representante da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Túlio de Souza Gonzaga, saiu em defesa do RRF e comparou o valor da dívida a ser pago em 2024 com o RRF (R$ 4,3 bilhões) e sem o RRF (R$ 18,8 bilhões). Essa diferença, de cerca de R$ 14 bilhões, segundo ele, pagaria um ano da folha de servidores ativos do Estado, exceto da segurança e da educação; ou sete anos de custeio da segurança; ou, ainda, 100 anos do orçamento da Defesa Social (Sedese).
Túlio de Souza também listou os valores programados por áreas no Plano Plurial de Ação Governamental (PPAG 2024) e reforçou que os R$ 14 bilhões seriam superiores ao orçamento da segurança (R$ 12 bilhões). “De forma simplificada, o que gasto com a dívida, deixo de gastar com políticas públicas. E se a dívida é alta demais, inviabiliza essas políticas”, sintetizou. Segundo Túlio Gonzaga, a dívida de Minas chegou a R$ 160 bilhões em 2022, contra Receita Corrente Líquida de R$ 90 bilhões.
O representante da Seplag também citou o deficit previdenciário como outro concorrente das políticas públicas na disputa por recursos. Em 2022, segundo ele, esse deficit foi de R$ 18 bilhões, chegando a R$ 12 bilhões até agosto de 2023.
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Por Giovanna Ribeiro
Após uma grande perda, seja relacionada à morte de um ente querido ou ao fim de um relacionamento, o luto é uma das formas de lidar com essa perda. No entanto, quando se torna prolongado, a situação pode ser preocupante. A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a considerar o luto prolongado, ou luto patológico, um transtorno mental somente em 2022, incluindo-o na Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
A professora da Fumec, Karen Saviotti, enfatiza a importância do acompanhamento profissional no tratamento do luto, para que se possa evitar que o sentimento se transforme em transtorno. Saviotti aconselha que seja procurado o tratamento terapêutico, se for possível, assim que a perda ocorrer, evitando a degradação da saúde mental e tendo como consequência o luto prolongado.
O luto prolongado apresenta semelhanças com a depressão, o que causa confusão em pessoas que não entendem esse transtorno. Sua principal característica, que difere da depressão, é que no luto patológico a causa de tristeza e angústia é muito bem estabelecida, ao contrário de um quadro de depressão maior.
Poucas pessoas compreendem o transtorno recentemente incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), visto que nem todos têm conhecimento dessa condição em que podem se encontrar. A sociedade brasileira frequentemente parece não reconhecer a existência de outros tipos de luto, além do luto pela morte de uma pessoa querida. Por exemplo, o luto pela perda de um emprego, de um relacionamento amoroso, de um sonho não realizado, ou mesmo o luto pela perda da saúde física ou mental, podem ser igualmente avassaladores.
No entanto, a sociedade muitas vezes não dá o devido espaço para que as pessoas expressem e processem essas outras formas de luto. Para Saviotti, há necessidade de ressignificar a visão da perda; só assim seria possível compreender a gravidade do luto patológico. Ela diz que “falar de morte ajuda a gente a entender a vida, porque só entende que um dia ‘vamos embora’, a gente pode dar um significado, um sentido à vida da gente com mais profundidade”.
No vídeo a seguir, o psicólogo Alexandre Coimbra reforça que o luto não é sinônimo de esquecimento. “Luto é tudo, menos deixar de lembrar ou ficar indiferente a quem marcou nossa vida.”
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Por Ana Clara, Ana Júlia, Esther Christine, Luís Felipe
O morador do Aglomerado da Serra, Cícero Lucas, 17 anos, conquistou o prêmio de melhor ator coadjuvante na 22º edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, realizado em agosto de 2023, na Cidade das Artes, Rio de Janeiro. O mineiro vive o sonhador Deivinho no filme Marte Um, dirigido por Gabriel Martins.
Cícero, com idade de 13 anos no período de gravação, relata como surgiu a oportunidade para interpretar Deivinho e a jornada de construção do personagem.
Leia a matéria completa em O Ponto.
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Por Vitória Figueiredo
O Fumix, festival universitário de artes mistas da FUMEC, está com inscrições abertas até o dia 31. O evento tem como objetivo a exposição de produções artísticas de professores e alunos de todos os cursos.
Na primeira edição da Expo Fumix, ilustrações, colagens, fotografias, pinturas, HQs e outras formas de expressão visual serão expostas pelo campus da universidade. As produções poderão ser apreciadas pelo público durante o mês de novembro, a partir do dia 9.
No dia 9 de novembro, no auditório Phoenix, serão realizadas as apresentações de estudantes e professores que poderão mostrar suas artes e talentos, por meio de performances de dança, canto, declamação de poesias, atuação cênica, entre outras.
O evento que começa às 9h35 foi idealizado e organizado pelos estudantes e professores da agência experimental do curso de Comunicação, Totem. As inscrições para o Fumix e a Expo Fumix podem ser feitas nestes links.
Inscrição para o FUMIX
Inscrição para a EXPO FUMIX
O professor do curso de Publicidade e Propaganda, Danilo Aroeira, orientou os integrantes da agência Totem na organização dos projetos e conta a seguir um pouco mais sobre o evento.
Confira também o relato de Éder de Rezende, que cursa o 8° período de Jornalismo e integra a Totem, sobre a proposta do festival.
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Por Priscila Beghine
O Congresso de Biomedicina, realizado no auditório Phoenix, na Universidade Fumec, entre os dias 23 ao 25 de outubro, reúne alunos e profissionais para debater os campos de atuação e o mercado de trabalho.
Em entrevista ao Conecta, a professora Sarah Coxe falou sobre o tema da sua palestra e sobre projeto de o doutorado: “O uso de células-tronco a favor da reprodução humana: panorama atual e perspectivas”.
Entre os demais palestrantes estão os professores e convidados Tânia Almeida, Ana Paula Moreira, Adriana dos Santos, Andres Marlon, Laise Miranda e Matheus Gomes, além do coordenador do curso de biomedicina, César Augusto Vilela.
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Por Giovanna Ribeiro
Em “Phop (e Verso)”, o aluno do curso de Jornalismo da Fumec, Pedrinho Phop, convida os leitores a explorarem sua jornada pessoal, por meio de 30 poemas cuidadosamente selecionados.
As obras, escritas entre 2017 e 2023, abordam desde o amor-próprio e a fé até sonhos, desencontros e a complexa interação entre a morte e a alegria.
O lançamento do livro será realizado no próximo sábado, 28, às 19h, no Núcleo de Estudos Márcia Baldi.
Característica que marca momento significativo na carreira de Pedrinho Phop é o selo editorial próprio do autor, o que confere toque autêntico à obra de arte literária.
Phop diz que deixou a ficção para falar de si, só que agora em verso, e dessa brincadeira que sai o nome do livro”.
O autor espera que os leitores do seu primeiro livro em formato de poema aproveitem o novo formato, como em suas ficções bibliográficas.
Lançamento do livro “Phop (e Verso)”, de Pedrinho Phop
Data: 28 de outubro, sábado
Horário: 19h
Local:: Núcleo de Estudos Márcia Baldi- Rua Fernandes Tourinho, 602 – sala 601. Savassi
Garanta seu exemplar aqui.
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Por Vitória Figueiredo
Primeira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil (15 mil vítimas por ano), segundo o Instituo Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é, também, o tipo de tumor que mais atinge o sexo feminino em todo o mundo. Em 2023, mais de 73 mil casos da doença foram estimados no país. A doença tem maior incidência nas regiões Sul e Sudeste.
O câncer de mama compreende uma multiplicação desenfreada das células mamárias, que podem se tornar um tumor maligno. Os principais sintomas são nódulos na mama, axilas ou pescoço (caroços fixos e indolores); pele mamária retraída, avermelhada e com textura semelhante a uma casca de laranja; e saída de líquido pelos mamilos, que ficam encolhidos.
A cada cinco casos de câncer de mama, quatro ocorrem após os 50 anos. Além da idade, outros fatores de risco são alcoolismo, tabagismo, sedentarismo, obesidade, histórico familiar de câncer de ovário e de mama, alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2, dentre outros.
Diagnóstico
O autoexame consiste na observação das mamas pelas mulheres e é fundamental para a detecção de nódulos ou alterações. Caso a pessoa identifique um nódulo, deve procurar um profissional de saúde, que dará o diagnóstico.
Outros exames também são importantes. A mamografia de rastreamento deve ser feita por mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. Tem como objetivo detectar cânceres antes do surgimento de nódulos palpáveis. Anualmente, mulheres de 40 anos de idade, ou mais, precisam realizar o exame clínico das mamas. Ultrassonografia e ressonância magnética podem confirmar se o carcinoma está ou não presente.
Se a doença for descoberta em fases iniciais e o tratamento, iniciado rapidamente, cresce a chance de cura e de tratamentos menos agressivos. Um em cada três casos pode ser curado, se descoberto no início.
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O câncer de mama é caracterizado pelo crescimento de células cancerígenas
Campanha
Considerando a importância dos exames preventivos e a necessidade de conscientização sobre o câncer de mama, a campanha “Outubro Rosa” foi criada em 1990. O objetivo é ampliar o acesso das mulheres aos diagnósticos e tratamentos, disseminar informações sobre os cânceres de mama e de colo de útero e, por consequência, colaborar com a redução da mortalidade.
Para a médica ginecologista e obstetra, Maria Tereza Silveira Moreira, que cursa a residência médica em Mastologia, o Outubro Rosa é importante para o bem-estar das mulheres: “Um mês dedicado à prevenção e tratamento do câncer de mama é muito interessante”, ressalta.
“A campanha faz a mulher conhecer a si mesma e ao próprio corpo. Além disso, estimula que a paciente procure serviço de saúde para prevenção e diagnóstico”, explica Moreira. “O Outubro Rosa proporciona informação a quem não tem um estudo ou não teve uma orientação sobre o câncer de mama antes.”
SUS
De acordo com o INCA, a concentração de mamografias de rastreamento na faixa etária alvo, de 50 a 69 anos, vem aumentando: em 2012, apenas 52,8% das mamografias de rastreamento realizadas pelo SUS, no Brasil, foram em mulheres de 50 a 69 anos, enquanto em 2022, esse percentual chegou a 65,9%.
Para a médica, a campanha e o SUS foram essenciais para esse aumento: “Houve a ampliação da Atenção Primária do SUS, facilitando o acesso da população ao serviço de saúde e aos exames de rastreamento”, esclarece. “A Campanha estimula as mulheres a procurarem o serviço para solicitação de tal exame”.
Rastreamento
O rastreamento do carcinoma na idade de 50 a 69 anos é capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. Por isso, é necessário ampliar a cobertura de exames na faixa etária alvo. De acordo com Moreira, um acesso maior aos diagnósticos poderá garantir o rastreio da doença: “O rastreamento não conta apenas com a mamografia, requer também o exame clínico das mamas, feito pelo médico”, informa.
“O acesso ao serviço de saúde deve ser garantido à população e os profissionais devem ter formação e treinamento constantes para identificarem alterações nas mamas e axilas”, ressalta. “É preciso não só divulgar a idade certa para fazer os exames, mas também disponibilizar o serviço para a paciente”, salienta. “São necessários mais aparelhos para exames (mamógrafos) e distribuição adequada pelo território”, finaliza.
Importância
Em 2018, a administradora Simone Veloso entrou na menopausa e realizou exames de rotina, além de uma biópsia, que constataram um carcinoma na mama. Período da última menstruação, a menopausa ocorre entre 45 e 55 anos, faixa etária mais propensa a desenvolver câncer de mama.
Para Veloso, 56, a campanha é fundamental. “O Outubro Rosa tem muita importância, é um marco”, ressalta Veloso. “Deveria ser uma campanha sem sazonalidade”, comenta. Ainda em relação à conscientização, a administradora acredita que a mídia deveria adotar outra postura em relação à doença: “Deveria ter uma divulgação maior e mais veiculação sobre o assunto, colocar relatos de pessoas que passaram por isso, mostrando a experiência do próximo, a experiência humana”, afirma.
Apoio
Veloso fez quimioterapia oral durante cinco anos e, atualmente, está livre da doença. O acompanhamento médico continuou após o tratamento, para monitorar o aparecimento de novos carcinomas. Para ela, além da assistência médica, ter acolhimento e fazer atividades que deixem a pessoa bem-disposta são fatores que também auxiliam na luta contra o câncer de mama.
“Quando nos deparamos com esse diagnóstico, ficamos muito vulneráveis, sensíveis, fragilizados. A presença de amigos, parentes, familiares, de qualquer pessoa que venha somar com você, te dar apoio e conforto, é fundamental”, enfatiza.
“Durante o tratamento, é muito importante você fazer o que gosta: leitura, algum tipo de terapia, academia, exercícios, encontro com amigos…”, aconselha. “Algo diário, que ocupe a sua mente, para que você não fique o tempo todo voltado para a doença e para o negativismo que esse diagnóstico traz”.
A doença fez a administradora aprender lições sobre a vida. “Depois desse diagnóstico, você entende que não tem mais controle das suas programações para o futuro”, comenta. “Sempre penso: eu não tenho oportunidade de viver duas vezes. Se tenho que viver hoje, vou viver hoje”, finaliza.
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Por Rebecca Soares
Nós, seres humanos, nascemos e morremos sozinhos, mas eu sempre fui uma pessoa que nunca esteve verdadeiramente sozinha antes de fazer intercâmbio, mas a experiência tratou de me ensinar rapidinho o que isso significa. Para estudar fora do Brasil eu precisei de muita noção, jogo de cintura e saúde mental.
Me inscrevi no Programa Estudantil de Mobilidade Estudantil da Fumec no final de 2022, fui selecionada e consegui uma vaga para estudar no Instituto Politécnico de Tomar, na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, uma cidade de apenas 34 mil habitantes (achei minúscula, mas pra Portugal é mediana), no primeiro semestre de 2023. Consegui o visto de estudante em dois meses, viajei nove horas de avião e me encontrei no país ibérico no final de fevereiro dois dias antes das aulas começarem.
Em Portugal, eu tenho dois amigos que ao longo de 16 anos de amizade se tornaram meus primos, ou até mesmo irmãos. Eles foram embora do Brasil nove anos atrás, eu fiquei na casa deles durante vários dias ao longo do intercâmbio, incluindo os dois primeiros dias no país. Então, digo que tive dois anjos da guarda que, por ocasião do destino, são gêmeos, cuidaram de mim com todo carinho e atenção do mundo e até me buscaram no aeroporto.
A rotina
Ao longo de várias semanas eu me sentei nas primeiras cadeiras das longas e espaçosas salas de aula do politécnico porque simplesmente não entendia o que as professoras diziam. Depois de umas seis semanas eu acostumei às falas rápidas e ao fato de que os portugueses não gostam de vogais e preferem falar em consoantes com muitos, muitos ‘s’. Os alunos me receberam bem, simpáticos e descontraídos, todos mais novos que eu, algo que estranhei porque no Brasil minhas salas tinham pessoas de 30, 40 anos de idade e ali naquela faculdade em Abrantes, eu era a mais velha entre 40 alunos.
Morar em uma cidade interiorana em Portugal foi incrível e sempre será umas escolhas mais certas que eu fiz na minha curta vida de 24 anos, mas houve pontos negativos. Os mais clichês foram os que eu achei que não seriam tão importantes assim, mas foram, sem família imediata, num país sem acesso a minha comida brasileira e cercada de pessoas adversas a minha realidade.
Eu fui criada para viver com independência desde pequena e uma coisa eu percebi, ao conviver com dezoito universitários em uma residência mista estudantil por cinco meses: a minha mãe me criou tão bem (risos). Agradeço muito a minha criação por ter ensinado a cuidar das minhas roupas, pertences, saber limpar e cozinhar, e pensar em como manter o meu canto confortável e agradável, porque foram essas habilidades que me valeram ao extremo ao morar com quase 20 pessoas desconhecidas. A minha colega de quarto Beatriz foi simpática, até me mostrou um pouco da cidade e mantinha o nosso quarto bem arrumadinho. No decorrer de cinco meses, criei uma rotina caseira e passei a não me importar com a bagunça de outros (principalmente na cozinha), habilidade que no futuro vai me valer muito.
A vida portuguesa
Um dos hábitos dos portugueses que mais me surpreendeu foi o fumo, havia quiosques de cigarros e tabaco dentro dos shoppings centers, cinzeiros espalhados pelos lugares, a maioria dos alunos da minha sala fumavam, jovens de 18, 19 anos fumando todo intervalo. O segundo foi que eles realmente amam bacalhau, até no mercado de bairro, havia uma mesa só para bacalhau, mal acreditei quando uma das senhoras da cantina do politécnico disse que a lasanha era de bacalhau. Chorizo também há de todos os tipos, cores, tamanhos nos mercados, o arroz só encontrei de 1kg, o feijão se compra mais em conserva, o que eu achei atroz.
Em compensação, as marcas brancas são geniais, os mercados têm mercadorias de produção própria que custam metade do preço das marcas comuns. Os sorvetes são mais baratos que no Brasil, por mais que tenha comprado em euros, mas os chocolates brasileiros são melhores, às vezes você encontra marcas do Brasil e é a mais pura alegria. Quando fui ao mercado com meu amigo brasileiro Vinicius havia paçoquinhas, ele logo pegou um pote e comeu tudo em alguns dias.
Outra característica corriqueira é que Portugal tem muitos cidadãos seniores, Abrantes durante o verão era repleta de velhinhos, casais com terno e boina, vestido e blusinha andando pelas ruas, achei uma fofura.
Parte de mim
Por coincidência fiz amizade de verdade com outros estrangeiros, primeiramente duas meninas, Benisia (Beni para os íntimos) que frequentou as aulas de jornalismo comigo e Lissa, a qual conheci na residência estudantil (resi). As duas são cabo-verdianas e recheadas de amor e carisma, me acolheram tão bem que eu queria ficar lá, cursar os três anos do curso e me formar junto delas. Foram muitas idas aos mercados, procurar os melhores preços, saborear picolés quando o verão chegou e conversas altas que corriam a madrugada. Senti uma cumplicidade fantástica e quero visitar Cabo Verde e conhecer tudo que elas puderem me mostrar. Me presentearam com uma canga com as ilhas de Cabo Verde estampadas com o fundo azul, vermelho, branco e amarelo da bandeira do país africano, que uso direto e me lembro de duas pessoas incríveis que eu tive a sorte de conhecer do outro lado do mundo.
Depois de ouvir português de Portugal por tanto tempo, conheci um piá de camisa azul e cabelo cacheado um mês e meio antes de voltar para América do Sul, o Vinicius, com quem foi sopro de ar fresco conversar e ouvir o português do Brasil, depois de conversar e descobrir que ele era de Maceió e estava em Portugal para fazer faculdade. A amizade que surgiu pelo gosto de K-Pop e a saudade do Brasil não deu outra, assim como foi com a Lissa e a Benisia, as conversas foram fáceis, divertidas e alegres.
O mais legal de ir pra gringa, não foram as lembranças físicas que eu carreguei comigo para Minas, mas sim as pessoas que eu trouxe comigo no coração, e vice-versa, porque eu deixei um pouquinho de mim na Europa com eles.
Conheci outras pessoas que fizeram da viagem uma experiência pacífica e leve e, por isso, eu agradeço a Suzie e a Abelaziza, de São Tomé e Príncipe, a Iara, ao Gabriel e o Rafael de Cabo Verde, as meninas da resi e a Dona Mina, a equipe do politécnico, da cantina até as donas dos correios, a senhora do banco e o pessoal do mercadinho perto da resi que fizeram da minha estadia um prazer imenso.
A amizade foi só uma das coisas que eu consegui nessa viagem, estudei aulas pelas quais tinha muito interesse, pratiquei inglês até me enjoar da língua anglo-saxônica, fui a palestras e mais palestras sobre a área da comunicação e aos poucos me apaixonei pelo dia a dia em Abrantes. Na metade do intercâmbio eu enjoei da comida da cantina e passei a cozinhar em casa, do Brasil eu levei açafrão, pimenta, mix de tempero, chá de camomila e até um bloco de rapadura. Não foi difícil deixar as minhas refeições feitas na cozinha compartilhada com um gostinho brasileiro.
Andanças e memórias
À medida que a primavera chegou, passei a visitar o castelo, o jardim do castelo, andava pelas ruelas que por alguma razão chamavam de ‘largo’, embora a maioria não passa um carro de passeio. Entretanto, a arquitetura é encantadora, sempre amei prédios antigos e me enamorei do castelo o suficiente para pintar uma aquarela que levou dias para terminar, até que ficou mediana e agora é uma boa lembrança do tempo que passei em Abrantes.
Escolher essa cidade foi coisa do destino, eu queria mesmo era ir pra Macau, mas para inscrever-se no PROME é preciso escolher duas escolas e. na pressa de achar um site que tivesse o nome das aulas mais fáceis pra transferir pra ficha de inscrição, me deparei com o site do IPT, coloquei e me enviei. Eu não esperava que a China mesmo com as fronteiras abertas fosse recusar intercambistas, o tanto que eu chorei não dá pra descrever, mas por insistência da responsável pela mediação do departamento de relações internacionais da Fumec, fui pesquisar se teria condições de arcar com o aluguel do quarto na resi do politécnico, e deu certo, é o valor que eu pago na van para vir de Sete Lagoas todo dias para Belo Horizonte.
Se eu tivesse ido para Macau eu não teria oportunidades de frequentar a minha igreja todos os sábados à tarde. Não ia andar uns 2km e acabar pegando carona com casais que iam também pelo resto do caminho. Não teria comemorado aniversário, ido ao chá de bebê de uma menininha que agora acompanho o crescimento pelo Instagram. Não teria conseguido um bolo red velvet e um cheesecake de frutas vermelhas de brinde no meu aniversário ao fazer uma compra de 5 euros no Lidl, foi muito muito bom ter baixado o aplicativo mercado.
Durante a viagem para Espanha por quatro dias eu devo ter postado só story de cidade e rua, estava cansada de tanto andar, usando roupas não ‘aesthetics’ para tirar foto, me ocupei de ir a museus, galerias, institutos de artes, prédios históricos e supermercados para matar a fome, se alguém for algum dia, o Mercadona tem ótimos sanduíches por 4,50Є e o kefir deles é ótimo também. Para ir a Bilbao, Barcelona e Valência eu peguei um vôo, três ônibus e um trem (o trem mais limpo, lindo e confortável da face da terra). Fiquei em dois hostels, um em Bilbao, um em Valência, nas outras noites três noites eu dormi nos ônibus noturnos que peguei para diminuir o gasto, mas deu tudo certo. Ao todo devo ter gasto um quinto do que gastaria se tivesse ido daqui do Brasil para Espanha, foi a oportunidade de uma vida, nove pontos de cultura e arte, três cidades transbordando história e natureza, pra mim foi o melhor programa do mundo.
Enfim, memórias, tantas que eu nem preciso fantasiar ou imaginar, é só lembrar. Eu tentei gravar e tirar fotos, escrever um jornal, mas ainda assim as melhores imagens vêm da minha mente que fez o máximo para aproveitar cada segundo.
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Por Arthur Mesquita e Samuel Fernandes